29 de agosto | 2011

Citricultura absorve migrantes expulsos da cana-de-açúcar

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Os migrantes nordestinos expulsos dos canaviais por causa da mecanização da colheita, aos poucos se voltam para os laranjais da microrregião de Olímpia. De acordo com a estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olímpia e Região já são 500 deles nos municípios de Altair, Cajobi e Severínia. A maior parte é composta por baianos e sergipanos que buscaram seus “eldorados”, principalmente, a partir de Olímpia.


Mas a realidade pode ser ainda mais cruel com aqueles que pensam em continuar sobrevivendo das lavouras da microrregião. “A laranja não vai absorver toda a mão de obra que a cana-de-açúcar dispensou nesses últimos anos, mas é um meio que o nordestino encontrou para continuar com seu objetivo de melhorar de vida”, diz o presidente da entidade, Sérgio Luís Sanches, que concedeu entrevista ao jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto.


O problema é que boa parte desse contingente se rende à ilegalidade nos laranjais. “Infelizmente, esse setor é menos organizado do que o sucroalcooleiro, e casos de irregularidade trabalhista são mais comuns”, afirma o Sanches. Assim como a cana-de-açúcar, a colheita da laranja paga por produção. São R$ 0,40 por caixa de 27 quilos de laranjas colhida.


No entanto, é comum produtores pagarem R$ 1 a caixa, desde que sem registro em carteira. “O migrante acaba aceitando a proposta, e cai na informalidade, porque fica tentado pelo salário maior”, diz Sanches. A Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), que representa os produtores de laranja, admite o problema, mas garante que casos de informalidade são pontuais.


A MECANIZAÇÃO NA CANA


A verdade é que a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem dizimado a presença de migrantes nos canaviais. Há cinco anos eram 20 mil no Noroeste paulista, contra 7 mil atualmente, conforme os sindicatos de trabalhadores rurais. “Daqui três anos, restarão apenas 2 mil, para cortar cana em terreno íngreme, onde a máquina não chega”, prevê Walter Hipólito, presidente do sindicato em Catanduva.


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