21 de julho | 2008

Citricultura pode injetar até R$ 75 mi com safra deste ano

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 Mesmo com a grande redução da área plantada, a citricultura poderá injetar até R$ 75 milhões no município de Olímpia, com a safra de laranja de 2008 que começou oficialmente no dia primeiro de julho, terça-feira desta semana. Entretanto, para tanto não pode ser confirmada a previsão da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores). Pelo menos isso é o que pode ser depreendido das informações obtidas durante esta semana pela editoria desta Folha.

De acordo com a informação do chefe da Casa de Agricultura, agrônomo Manoel Décio Travaine (foto), o município conta atualmente com cerca de 3,3 milhões de pés de laranjas produzindo em média 2,2 caixas de 40,8 quilos por pé. Se tudo correr normalmente, a previsão é de produzir cerca de 7,26 milhões de caixas.

No entanto, a ser confirmada a previsão do presidente da Associtrus, Flávio Viegas, de que pode ocorrer uma quebra de aproximadamente 20% na produção, o montante poderá diminuir para cerca de R$ 60 milhões, já que a produção atingiria apenas cerca de 5,8 milhões de caixas.

A esses valores pode-se chegar através do preço de R$ 10,38 por caixa de laranja com 40,8 quilos posta no portão da indústria, informado na cotação do dia quatro de julho, no site do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), órgão vinculado à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". Porém, de acordo com levantamento do Cepea, o valor de R$ 10,38 por caixa está sendo pago pelas indústrias para citricultores que não tenham contratos.

O valor atual, o segundo maior desde ano de 1995, quando o preço era de R$ 1,66, é considerado acima dos preços já estabelecidos em contratos antigos, que variam ao câmbio atual, entre R$ 4,80 (US$ 3) e R$ 12,19 (US$ 7,5). Porém, cerca de 5% abaixo dos R$ 10,93 praticados em julho de 2007.

Por outro lado, aos citricultores cuja produção está livre de contratos com as indústrias, há também a opção do mercado interno. No Ceasa, por exemplo, na manhã desta sexta-feira eram praticados preços variando entre R$ 10 e R$ 12, por caixa de laranja da espécie pêra.

Migração

O resultado pode até ser considerado bom se for levada em conta a migração que houve para o setor sucroalcooleiro a partir do ano de 1997, quando o total de plantas era cerca de 81% maior.

De acordo com Manoel Décio Travaine, o município tinha aproximadamente seis milhões de pé. Atualmente, o total de aproximadamente 3,3 milhões de plantas é considerado pouco pelo agrônomo chefe da Casa de Agricultura.

"Considero pouco em relação ao tamanho do município. Empregava-se mão-de-obra não qualificada e qualificada, como mecânicos em oficinas, técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos e o dinheiro circulava muito mais no comércio local, retendo mais recursos para o município", comentou.

A confirmação da diminuição de plantas confirmada em 2007 já era aguardada por autoridades do setor, justificada pelos preços considerados desfavoráveis para o produtor, que não consegue cobrir os custos da produção.

"Obrigando o produtor procurar alternativas e surgiu a cana-de-açúcar que, coincidentemente, nesse período era mais promissor. O grande entrave foi que o setor não conseguiu se organizar e as indústrias não estabeleceram parcerias concretas e duradouras", finalizou.

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