16 de junho | 2019

Coordenador voluntário demitido desabafa na Câmara contra mudança da Feira Livre

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Na noite da segunda-feira desta semana, dia 10, o coordenador voluntário da Feira Livre da Estância Turística de Olím­pia, Lucas Nascimento, que foi demitido pelo secretário municipal de Agricultura, Indústria e Comércio, Tarcísio Cândido de Aguiar, que é militar reformado do Exército Brasileiro, utilizou a Tribuna Livre na Câmara Municipal fazendo um desabafo contra a situação que está sendo gerada com a mudança da feira da Avenida Dr. Andrade e Silva para a Praça da Igreja Matriz de São José, agora denominada Praça da Paz Dom Pedro Fré, na zona sul da cidade. Leia a íntegra da manifestação dele.

“Pela segunda vez eu ocupo essa tribuna, não é muito confortável, né? Mas mais uma vez estou aqui. A primeira vez foi para homenagear o projeto de um amigo, que se iniciou como amigo e que foi abraçado por mim, igual todas as vezes que usei os palcos das nossas inaugurações, das nossas festas, da alegria que as feiras trouxeram e creio que trarão para Olímpia. Mais uma vez um grande abraço para o Joaquim Carlos Cruz que teve essa ideia abraçada por mim desde 2015, quando cheguei e fui acolhido aqui no município de Olímpia. Eu quero agradecer a presença de todos, amigos e feirantes que estão aqui hoje, que quase lotou o plenário, então muito obrigado a vocês”.

— Eu então no auge dos meus 30 anos, há 4 anos e um mês em Olímpia, me deparo com essa situação degradante e vexatória por parte dos meus companheiros feirantes, que estamos passando por esse período de duas semanas, duas semanas privado do trabalho na avenida Andrade e Silva, um local que foi cedido aos feirantes desde 2013, regulamentado pela antiga gestão, inaugurou-se a primeira feira Olímpia desta edição desde 10 de abril de 2016.

— Com muita glória iniciamos ali a feira e foi e realmente está sendo maravilhosa até esse momento. Então é com muita tristeza que a gente está hoje passando por esse momento, mas desde então juntos e vamos continuar juntos, para continuar defendendo o que pensamos e não apenas aceitando tudo o que é empurrado sem ao menos ter o mínimo de diálogo.

— Eu sou representante dos feirantes, eleito pelos feirantes, não tem como eu resolver isso fora da política, já que feira e ge­ração de renda e trabalho é política ou eu estou errado? As armas que eu tenho para poder usar são os nobres vereadores que dispuseram estar do meu lado aqui e a nossa querida Alessandra Bueno e a população de Olímpia, são as armas que eu tenho. Eu procurei diálogo como eu disse aqui na semana passada até a sexta-feira, dia 30, para não acontecer o desgaste que está acontecendo por ambas as partes. Eu procurei o diálogo, procurei o Fer­nan­dinho que é da base do governo, procurei o Hélio, procurei a todo mundo para dizer o que ia acontecer, ninguém quis me escutar, simplesmente não deram retorno.

— Estou falando por parte do governo, por parte do executivo e da Secretaria de Agricultura, Comércio e Indústria no qual o prefeito colocou um irresponsável, porque o secretário de agricultura é um irresponsável por fazer cerca de 20 famílias esperar até as duas horas da tarde durante dois domingos para uma reunião, pa­ra um diálogo e não comparecer, achando que a gente tem cara de trouxa. Mas aí no domingo, dia 2, na reinauguração que estava suspensa por parte dos feirantes e não da minha parte, ele apareceu cinco horas da manhã. Cinco horas da manhã ele estava lá com as mãozinhas para trás, com duas viaturas, com três agentes de trânsito, dois fiscais de postura, diretor de secretária, tirou todo mun­do da cama no domingo, dia 2. Um caminhão de cone foi colocado na avenida Andrade e Silva, eu achei que era o Fer­nan­dinho Beira-mar que ia ser transferido para cadeia de Se­verínia.

— Primeira coisa, chegou des­­respeitando as pessoas que estavam ali, nos reunimos no Ginásio de Esportes para poder tratar de como chegar ali porque a gente sabia de todo aparato que estava esperando os bandidos feirantes da cidade de Olímpia. Senhor de 76 anos de idade está aqui, saiu de sua casa no qual nunca tinha vindo numa câmara, hoje está passando por essa situação ve­xatória e por cobrança vexa­tó­ria por parte do secretário, que tem até vídeo feito pelo Gus­ta­vo Pimenta, fomos cobrados. É isso mesmo, o secretário de a­gricultura foi capaz de pegar u­ma pranchetinha com que es­tá em débito com o município e cobrar lá no meio da manifestação para poder reprimir e a­pre­ender a mercadoria. Não podemos comercializar há dois domingos já, estão achando a gente com cara de quê? E até agora eu estou esperando o diálogo. Se tem medo de falar comigo que sou feio, mas não mordo, os outros feirantes estão à disposição. Vamos juntar todo mundo, nós não vamos conversar mais sozinhos. Já valeu a pena a nossa manifestação no primeiro domingo, porque as tendas que não existiam na São José já foram colocadas. Já está ajudando os nossos nobres companheiros que estão lá, que eu tenho certeza que se estivessem liberados para trabalhar na praça ou na avenida, eles estariam trabalhando na avenida com a gente. Eles tão lá, mas não foram porque quis, foram lá porque ficaram a semana inteira abaixo de pressão, desde a terça-feira antecedendo a reinauguração.

— O secretário foi na feira e chegou a me ameaçar na frente dos feirantes e dois clientes dizendo que se eu continuasse com o banner de suspensão da reinauguração, fosse contra a vontade do prefeito eu seria prejudicado. Então, o que eu tenho para falar é o seguinte: nós manteremos, nós vamos manter essa manifestação. Parece que tem 30 assinaturas da parte reclamante. É justo reclamar, nós estamos reclamando. Nós temos a nossa proposta para resolver a parte do reclamante, mas nós não fomos procurados para resolver a nossa reclamação. Hoje as carretas que passam dentro de Olímpia têm mais credibilidade que os feirantes que pagam imposto aqui dentro, têm mais visibilidade. Quase tombou uma carreta hoje na Mário Vieira Mar­condes descendo, três horas de trânsito impedido por causa de uma carreta, que não toma nem um guaraná aqui, que não gera um real de renda aqui ou eu estou errado? Então, pessoal, o que eu tenho para dizer para vocês, entendeu, são idosos passando vergonha, se manifestando, coisa que nunca fizeram na vida, certo? Por causa de caminhão e três reclamantes. Os reclamantes têm a razão deles, eles têm 30 assinaturas, nós no dia de hoje já temos quase mil para ficar ali na avenida

— Hoje sou inimigo, nem fun­cionário público não está podendo conversar comigo, por quê? Agora eu virei leproso? É só discordar que eu virei leproso? Eu não sou contra ninguém não, mas é cada um em seu lugar. O prefeito no lugar, o coordenador da feira que não foi eleito por ninguém da cidade, mas foi eleito por quem trabalha lá, que entende de feira, que pode falar de feira, sou eu. Era eu, eu fui destituído de um cargo que era voluntário por parte do município. Olímpia além de capital na nacional a­gora é internacional do folclore porque atingiu um nível superior. Nunca ganhei nada do município. 

— A nossa indignação diante dessa situação vexatória que nós estamos passando, então estamos tristes com essa situação, não estamos satisfeitos. Nós temos outra saída também, poderia ter colocado faixa na avenida para ajudar o trânsito ali da avenida, nunca foi colocado, agora hoje tem faixa pa­ra todo lado, a cidade agora es­tá amarrada com faixa. Os feirantes faziam a vaquinha voluntária para manter o que a mu­nicipalidade não mantinha, algumas coisas tipo: manutenção, saco de lixo, cesto de lixo, campanhas sociais, internet, rádios, criação de material gráfico e digital, compra de equipamentos, manutenção de e­qui­pamentos, show cultural. Quem pagava isso até hoje e­ram os feirantes, tirando as i­naugurações que a prefeitura pagava o show, mas os feirantes sempre entraram com a con­trapartida. Prefeitura pagava os shows, os feirantes pagavam os lanches, lanche da segurança que é feita pelo município hoje também, diária de ajudante, ajuda de custo para essa pessoa que vinha dos feirantes também. Por isso eu disse, os feirantes estavam do me­u lado e continuam do meu la­do. Agora quando a vaca for pa­ra o brejo, eu quero ver onde vai o secretário do prefeito que envenenou ele e ele engoliu bonito e abraçou, entendeu? Está a­bra­çado com o secretário. Eu procurei para fazer os esclarecimentos, infelizmente me colocaram nessa situação. Eu não estou aqui porque eu quero ficar fazendo politicagem, não. Mas eu também sei me defender e eu estou feliz porque agora todo domingo vai ter show, não tinha. Eu ia lá, pedia, o secretário me falou várias vezes “a feira tem que andar com as pernas próprias, é coisa de vo­cês” e aí os feirantes vão, se reúnem, decidem fazer uma vaquinha para manter, aí começa o zum zum zum, até agora não tinha o zum zum zum, foi eu virar a persona non grata que começou o zum zum zum, o mais moderno mi mi mi.

— Eu gostaria de agradecer mais uma vez, também gostaria que o prefeito mandasse, se ele não quiser, mandasse que seja o líder dele, que seja o Fer­nandinho que é da base, para fazer uma reunião com todos os feirantes ou abrir uma votação no município. Faz uma votação de quem quer a feira na Andra­de e Silva e quem não e vamos ver no que dá. Nós temos a proposta para liberar a frente da casa dos reclamantes e o transito, porém nós não fomos ouvidos”.

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