30 de maio | 2011

Delegado diz que adolescentes traficantes creem na impunidade

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Na opinião do delegado titular da delegacia de Polícia de Olímpia, João Brocanello Neto, o crescimento do número de adolescentes praticando crime de tráfico de entorpecentes está no fato de acreditarem, ainda, na impunidade que aparentemente existe a partir de um entendimento equivocado do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da própria lei que ainda não permite que um elemento com menos de 18 anos vá para a cadeia.

Segundo o delegado, há muitos menores envolvidos no tráfico de entorpecentes, justamente por acreditarem que ficarão impunes. “Tem porque eles tinham a crença, acreditavam que menor não vai para a cadeia. Agora, hoje, estão percebendo que não é bem assim. Esse que é o problema”, explicou.


Em Olímpia, segundo os números levantados pela Folha, a polícia registra mais de um caso de menores traficantes por mês. Só para se ter uma ideia, do dia 1.º de janeiro até na quinta-feira desta semana, dia 26, portanto menos que cinco meses completos, foram registradas seis ocorrências do tipo, envolvendo menores com idades entre 14 e 17 anos.


Brocanello destaca que o problema da droga nunca acabará pelo menos enquanto houver os dependentes químicos, comumente chamados de “viciados em drogas”. “Pessoas que vivem escravas num estado democrático de direito, sempre vai ter. Tendo a procura tem a oferta. Esse é o ciclo natural da vida”, explica.


Para ele a melhor maneira de trabalhar para combater o que se pode chamar de desvio de comportamento, é ação da própria família, adotando medidas até mais enérgicas, mas não de maneira agressiva, isso quando necessário.


“Acho que papai e mamãe, dentro de casa, deveriam tentar, continuar fazendo um esforço de dar educação, reprimir, não dar liberdade absoluta. A gente tem que dar freios. Agora, drogas sempre existiu e sempre vai existir”, aconselha.


“O grande problema é que está aumentando o consumo e entrando coisas piores cada vez mais. Agora vem esse oxi que mata em seis meses. A gente vai fazer o que? A polícia está trabalhando. Todo dia tem prisão. Esses dias mesmo foram dois menores presos”, avisa.


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