04 de março | 2007

Doação para fundação da cidade ainda gera polêmica

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  As doações das terras para a constituição do patrimônio de São João Batista dos Olhos D’água em dois de março de 1903, que acabou na fundação do que hoje é o município de Olímpia, ainda gera muita polêmica. Embora a história conte que houve apenas um doador, escritura lavrada no dia dois de março de 1903, cuja cópia chegou à editoria desta Folha na manhã da quinta-feira (01) desta semana, mostra que na verdade foram 24 pessoas que fizeram as doações.

A cópia encaminhada pelo ex-vereador e ex-presidente da câmara municipal, Wanderley Dario Forti, mostra a lavratura da escritura de doação feita no dia dois de março de 1903 no 1.º Cartório de Notas e Ofício de Justiça da Comarca de Barretos, à qual Olímpia pertenceu até 19 de dezembro de 1919, pelo escrivão interino Oscar de Deus Silva.

O documento cita os nomes de João Francisco dos Reis e sua esposa Ignácia Eva de Jesus; Miguel Antônio dos Reis e sua esposa Carolina Luiza de Jesus; Mariana Francisca do Carmmo; Mariana Ignacia de Jesus; Francisco Miguel dos Santos; Antônio Miguel dos Santos; João Antônio de Campos; João Ignácio de Spuza e sua esposa Francisca Flauzina de Jesus; João Bonifácio Freiria; Jerônimo Bonifácio dos Santos; Davi Osório dos Santos; Gabriel Garcia dos Santos; Jerônimo Antônio dos Santos e sua esposa Izabel Maria de Jesus; Miguel Virissimo dos Santos; Marcolina Franzina da Freiria; Antônio Felisberto dos Santos; Joaquim Miguel dos Santos e sua esposa Guerubina Maria de Jesus; Ignez Rita de Jesus; e Maria Generoza de Jesus.

A área de 100 alqueires de terras, doada para a construção do patrimônio de São João Batista dos Olhos D’água em 1903, delimitada (hoje) pelas ruas Benjamin Constant, Avenida Mário Vieira Marcondes, Síria, Avenida Waldemar Lopes Ferraz, Dr. Antônio Olímpio e Avenida Dr. Antônio Olímpio.

A escritura foi registrada com o valor de um mil contos de réis (1:000$000), moeda que circulava à época e mostra que o único doador que já é homenageado no município, Joaquim Miguel dos Santos, é nome da rua que corta a cidade no sentido latitude norte-sul, entre as ruas General Osório e Coronel Francisco Nogueira.

Controvérsia

A controvérsia na história pode ser comprovada nos endereços eletrônicos, tanto da câmara, quanto da prefeitura municipal, onde, inclusive, o nome de Joaquim Miguel dos Santos aparece como Antônio Joaquim Miguel dos Santos, diferente, portanto, do que o que aparece na escritura lavrada dia 02 de março de 1903, que aparece como Joaquim Miguel dos Santos.

Outra informação que pode ser contestada, que também aparece nos dois endereços eletrônicos oficiais do município, é que o mineiro Joaquim Miguel dos Santos chegou por aqui em meados do século passado, quando na verdade era século XIX, já que atualmente estamos em pleno século XXI e quando a história que está publicada em ambos foi escrita no século XX.

Devido ao grande número de nascentes que encontrou, Santos batizou as terras de Sertão dos Olhos D’água. O local era cortado pelo Rio Turvo, pelo Rio da Cachoeirinha e por ampla rede de pequenos córregos e riachos.

Já o distrito, com nome de Vila Olímpia, foi criado em 18 de dezembro de 1906 pela Lei Estadual n.º 1035, governo do Dr. Jorge Tibiriçá, sendo a sede distrital elevada á categoria de Vila pela Lei Estadual n.º 1038, de 19 de dezembro do mesmo ano.

Foi o engenheiro Robert John Reid quem solicitou ao Dr. Antônio Olímpio Rodrigues Vieira, de largo prestígio político em Barretos, que ao ser criado o distrito, fosse dado o nome de Vila Olímpia, em homenagem à Maria Olímpia, afilhada do engenheiro e filha única do ilustre chefe político.

O Município com terras desmembradas do Município de Barretos, foi criado em 7 de dezembro de 1917, pela Lei Estadual n.º 1571, governo do Dr. Altino Arantes, que também concedeu foros de cidade à Sede Municipal. A instalação do Município verificou-se em 7 de abril de 1918.

 

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