31 de agosto | 2014

Estiagem pode estar afetando aquífero que fornece água para o Thermas dos Laranjais

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A longa estiagem que tem castigado não apenas a região de Olímpia, mas todo o Estado de São Paulo pode estar prejudicando o Aquífero Guarani, um manancial subterrâneo que fornece água ao Clube Dr. Antônio Au­gusto Reis Neves, o Parque Aquático Thermas dos Laranjais.

Pelo menos é isso que se pode depreender de uma informação publicada pelo jornal Folha de São Paulo, caderno Ribeirão, na edição da terça-feira, dia 26.

De acordo com o jornal, praticamente seca em decorrência da estiagem recorde, a área de re­car­ga do aquífero Guarani, em Ribeirão Preto, deve voltar ao normal apenas daqui a quatro anos.

A estimativa é do CBH-Pardo (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo). A lagoa do Saibro, na zona leste de Ribeirão Preto, já rebaixou pelo menos dez metros, segundo o químico Paulo Finotti, vi­ce-presidente do comitê. A área é responsável por absorver a água da chuva, que vai até o lençol fre­ático, onde está o aquífero. No ca­so de lá, o manancial subterrâneo abastece toda a cidade.

De acordo com Carlos Alen­castre, diretor do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a consequência desta seca se­rá percebida ao longo dos anos. “De imediato, a população não irá sentir os efeitos porque é subterrâneo”, afirmou.

Segundo ele, é necessário que o município já comece a captar á­gua do rio Pardo. Para Finotti, Ribeirão entra num processo de “contenção”. “Sem recarga, é preciso reduzir o consumo de água imediatamente”.

RIO PRETO TAMBÉM TEM PROBLEMAS

Por outro lado, de acordo com a informação veiculada pela TV Tem, de São José do Rio Preto, a perfuração de poços clandestinos tem ameaçado o futuro de dois aquíferos que fornecem água para 70% da população da cidade.

A cidade é abastecida pelos aquíferos Bauru e Guarani – este considerado o maior manancial de água doce do mundo, abrangendo oito estados do Brasil, além do Uruguai, Paraguai e Argentina.

Esses reservatórios subterrâneos funcionam como grandes tanques, a centenas de metros de profundidade. Em Rio Preto a água é retirada por meio de 250 poços ar­tesianos municipais, além de outros 750 particulares que têm autorização para captação.

Mas a cidade tem também cerca de três mil poços clandestinos que retiram água dos aquíferos e que comprometem o fornecimento de água a longo prazo.

Dos 243 poços artesianos que a cidade possui, 235 retiram água do aquífero Bauru e oito do Gua­rani. Por causa da forte estiagem, a empresa responsável pelo abastecimento está abrindo novos poços. “Estamos construindo mais 26 poços do aquífero Bauru pra a­bas­tecer as regiões que temos problemas e vamos fazer mais dois poços do Guarani”, explica a superintendente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), I­va­ni Vaz de Lima.

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