O anúncio, aparentemente em forma
de conta-gotas, foi feito durante entrevista coletiva que concedeu à imprensa
local no final da tarde da quarta-feira, dia 8, na sede de sua empresa de
transportes.

Inicialmente, na sexta-feira, dia
3, embora colocando que se tratava de uma situação na qual tudo podia
acontecer, Gallette informou à Folha que não deixaria o cargo.

Depois, já no início da tarde da
quarta-feira desta semana, ou seja, seis dias após, concedeu entrevista à Rádio
Menina AM, informando sua saída, mas apenas de forma temporária, para cuidar
dos negócios de sua empresa.

A mudança de seu posicionamento
foi anunciada no período de menos de cinco horas após ter divulgado o
afastamento temporário. Mas a decisão de trocar a informação se deu depois de
aproximadamente duas horas após o primeiro anúncio.

Na
entrevista, justificou que a mudança de ideia se deu por causa da possibilidade
de que sua continuidade como titular do cargo de provedor pudesse vir a
prejudicar as buscas por financiamentos para aquisição de caminhões, o que
poderia inviabilizar a expansão de sua empresa. “Por isso, é melhor me desligar
de imediato”, acrescentou.

Embora
procurando não negar o que havia afirmado na hora do almoço, quando falou à
emissora de rádio, creditou a questão ao fato de ter interpretado mal o parecer
de sua assessoria jurídica para afirmar sua mudança de postura em relação à sua
situação frente ao hospital.

“O
correto é o afastamento imediato e irrevogável. Então, me desliguei a partir da
zero hora de hoje (quarta-feira, 8), estou corrigindo informação errada que
passei para a rádio”, disse.

De acordo com Gallette, o fato de ter vencido uma
concorrência para transportar produtos de uma grande empresa e a necessidade de
expansão para atender as necessidades do novo cliente, teriam sido os motivos
de seu desligamento da Santa Casa.

Gallette não chegou a completar um ano à frente da
Santa Casa, uma vez que tomou posse como provedor no dia 8 de julho de 2010,
quando foi eleito para o cargo com o encerramento da intervenção no hospital,
imposta pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.

Como se sabe o prefeito sempre que questionado a
respeito aponta a decisão de intervir por causa de uma imposição do Ministério
Público local.

Mas antes de assumir a provedoria como eleito,
Gallette fez parte da comissão interventora que comandou o hospital com a
finalidade de por fim a graves problemas que eram alegados que existiam e que
hoje, ao que se informa, teriam piorado de maneira vertiginosa, ao ponto de
quatro possíveis mortes já terem ocorrido.