25 de abril | 2012

Instaurado inquérito para apurar morte de bebê de 6 meses de idade

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A Polícia Civil de Olímpia instaurou inquérito para investigar a responsabilidade da morte da menina Rafaela dos Santos Pereira, que faleceu com apenas seis meses de vida, no final da manhã da quinta-feira da semana passada, dia 20, por volta das 11h30, na Santa Casa de Olímpia. Para tanto, devem ser ouvidos todos os que tiveram contato com o bebê momentos antes do óbito.

A menina morreu na manhã de anteontem, depois de peregrinar com os pais cinco vezes à procura de atendimento médico. “Vamos investigar se houve omissão por parte dos médicos, da Santa Casa, das UBS ou da família”, afirmou o delegado João Brocanello Neto (foto), segundo declaração creditada a ele, publicada pelo jornal Diário da Região de São José do Rio Preto.

Brocanello oficiou o Cartório de Registros e deveria receber o atestado de óbito na segunda-feira, dia 23. Ele oficiou também a Santa Casa e a Secretaria Municipal de Saúde. “Quero todas as fichas de atendimento da menina, desde o seu nascimento, em todas as unidades e na Santa Casa, não só as fichas dos dias antes da morte”, explica o delegado.

Brocanello também solicitou a lista de todos que trabalhavam na Santa Casa e nas UBSs nos dois dias em que a menina foi atendida. “Quero ouvir todos que tiveram qualquer contato com a criança. Se possível, também quero ouvir vizinhos para saber mais sobre os pais e o dia a dia da família”, reforçou

Por outro lado, o delegado criticou a demora da família em procurar a polícia. “A criança morreu 11h30, mas a família só registrou boletim de ocorrência às 19 horas, no Plantão. Se tivessem procurado antes, a investigação teria avançado mais rápido”, justifica.

Por enquanto ele não pensa em exumar o corpo. “No atestado de óbito, segundo o Cartório, consta desidratação aguda e gastrointerite como causa da morte. Então não há dúvida sobre o que causou a morte da menina e sim sobre a responsabilidade da morte.”

MÉDICO DESCARTOU NECRÓPSIA
No entanto, o corpo da menina Rafaela, que morreu de desidratação e gastrointerite, não foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para que as causas da gastrointerite fossem investigadas. Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que a declaração de óbito deve ser fornecida exclusivamente pelo SVO quando não há atendimento médico, quando há sinais de violência e quando o médico não consegue concluir a causa da morte, caso contrário, a declaração deve ser assinada pelo médico do local.

O pediatra Atshushi Kuroishi, que assinou o atestado de óbito disse que não pediu a necropsia porque sabia a causa, mesmo sem saber se a gastrointerite teria sido causada por vírus ou bactéria. “Sabemos que ela morreu por conta da desidratação. A necrópsia é muito desgastante para a família, quis poupá-los”, explicou sua decisão.

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