MAIS AMEAÇA?
O advogado esperou na esquina a porta do jornal fechar para estacionar carro defronte ao jornal. Ao ser flagrado, não quis dar satisfações e foi embora demonstrando jeito agressivo.
Local foi palco de atentado terrorista que por pouco não matou dois idosos e uma criança de 9 anos.

Pouco mais de uma semana de completar um ano do martírio que vem sofrendo a família do editor desta Folha, após o atentado terrorista levado a efeito pelo ex-bombeiro incendiário Claudio Baia, quando por questão de minutos não morreu junto com sua esposa e a netinha de 9 anos, um advogado é flagrado fotografando o imóvel onde se deram os fatos, se recusa a dar explicações de forma ríspida e vai embora demonstrando jeito agressivo.

Os âncoras do programa Cidade em Destaque da Rádio Cidade, Bruna e José Antônio Arantes, que havia acabado de terminar o programa, na quinta-feira, 25, foram até a delegacia algumas horas depois, em razão das circunstâncias, por se sentirem ameaçados e registraram Boletim de Ocorrência.

Os jornalistas estavam no interior das salas onde funcionam a redação do jornal e o estúdio da rádio Cidade que estavam fechadas e, ao terminarem o programa, levantarem a porta de ferro na entrada, dão de cara com o advogado, do outro lado da rua, defronte a imobiliária Apoio, fotografando, pelo ângulo da Câmera, o segundo andar do prédio onde o jornalista reside.

NÃO CONSEGUIRAM ENTENDER
O POR QUE E SE SENTIRAM AMEAÇADOS

Após os fatos e, ao não entenderem o que estaria acontecendo, Bruna procurou nas câmeras de segurança e percebeu que o advogado já estava no local bem antes, logo após o funcionário ter deixado o prédio e fechado a porta.

Em razão dos fatos vividos anteriormente, sentindo-se atemorizados, foram até a delegacia e registraram um boletim de ocorrência. No entanto, no programa do dia seguinte, sexta-feira, 25, ao exibirem o vídeo no programa Cidade em Destaque, o jornalista percebeu que o advogado ficou com seu carro estacionado por um bom tempo na esquina, onde existe uma sorveteria, possivelmente aguardando o jornal fechar no horário do almoço (como ocorre na maioria dos dias), para poder chegar até a frente do jornal e fotografar o imóvel.

Na delegacia, os jornalistas conversaram com o delegado Rodrigo Souza Ferreira que registrou o Boletim de Ocorrências por ameaça, em virtude das circunstâncias, do atentado sofrido e, principalmente, por as vítimas, além de Bruna e Arantes, a esposa deste, de 66 anos e a netinha de 9 anos, estarem se sentindo atemorizadas.

O QUE DIZ O BO
REGISTRADO NA DELEGACIA

No BO, onde figura como autor, o advogado A.F.B., foi registrado:

– “Comparece nesta Unidade Policial as vítimas informando que estavam adentrando em sua residência que é um prédio, sendo a residência da vítima na parte superior e na inferior um jornal onde as vítimas trabalham, momento que estavam fechando o jornal para adentrarem em sua residência a Sra. Bruna Silva Arantes percebeu o Sr. A.F.B. tirando fotos da parte superior de sua residência”.

– “Declara que, o autor, antes de tirar fotos passou vários minutos conversando com alguém através do telefone celular. Assim que percebeu os declarantes olhando para o mesmo parou de tirar fotos e começou ir em direção do seu veículo Mitsubishi da cor Branca”.

– “Narra que, o Sr. José Antônio Arantes olhou e perguntou para A.F.B., do outro lado da rua: “você precisa de alguma coisa?”. Que, A.F.B. respondeu com outra pergunta: “Vocês estão morando ai em cima né?”. Deste modo José Respondeu: “sim, porque?”. Em seguida A.F.B. adentrou no veículo e foi embora utilizando um jeito agressivo sem dar satisfação”.

– “Que as vítimas se sentem ameaçadas visto que A.F.B. já foi acusado pelo ex-presidente da OAB de ter jogado ácido no veículo do mesmo. E que também tem receio, visto que já houve um atentado de um incêndio criminoso partindo por um ex-bombeiro no dia 17/03/2021 na residência/jornal, no mesmo local, onde também mora a esposa da vítima, de 66 anos, e sua neta de 09 anos”.