Pelo menos em Olímpia, que agora é reconhecida por lei a capital nacional do folclore brasileiro, além das várias dificuldades, dentre elas as financeiras, a questão comporta­mental também está interferindo na sobrevivência dos grupos folclóricos. De acordo com o mestre da Companhia de Reis Magos do Oriente, que existe há 64 anos, Antônio Alves, conhecido por Toninho Al­ves, já está difícil arrumar novos componentes e por isso a tradição já está próxima do desaparecimento.

“É difícil manter. Eu tenho minha família e só resta eu na tradição porque meu filho não quis saber. Então, um dia ela até pode acabar. Se não tiver os filhos que goste ela acaba porque está acabando a tradição da folia de reis. Mas embora cansativa, é gostoso e bom cantar no tempo e cumprir voto é bom”, afirmou à reportagem da rádio Cidade FM e da Folha da Região.

A mesma dificuldade é apontada pelo mestre Valdevino Aparecido Ambrósio, que há 10 anos está à frente da Companhia de Reis Estrela da Guia, mas que antes sempre participava de outros grupos.

“Está difícil mesmo a gente arrumar componentes. Hoje estão fazendo muita desfeita a Santos Reis. Acho que é uma tradição que mais para frente será complicado manter”, enfatizou.

Segundo ele, os mais velhos acham bonita a tradição do nascimento de Jesus, mas os mais jovens não, esses procuram outras coisas. “Vai chegar uma hora que vai terminar porque o povo está esquecendo muita coisa”, reforçou.