24 de julho | 2022

Olímpia pode ter registrada sua 1ª morte por doença do pombo

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DOENÇA TRAIÇOEIRA!
Pai faz BO apontando que filho teria morrido da doença. Saúde ainda não tem confirmação.
Um rapaz de 29 anos, que morreu na quinta-feira, 21, e foi diagnosticado com a “Doença do Pombo”.


O falecimento ocorrido na quinta-feira, de um rapaz de Cajobi que trabalhava e era muito conhecido em Olímpia, Murilo Barboza Alonso, de 29 anos, trouxe à tona uma situação que poderá ser inusitada no município de Olímpia. Ele pode ter sido a primeiro a vir a óbito por causa da chamada doença do pombo, o que pode significar também que a grande quantidade destes pássaros na cidade pode ser preocupante.

Seu pai, Marciano Aparecido Alonso, registrou na manhã do dia 21, um Boletim de Ocorrências, na delegacia de Polícia local, alegando que no início de março de 2022, seu filho começou a ter uma dor de cabeça muito forte; procurou atendimento médico, sendo que ele ficou internado na UPA – Unidade de Pronto Atendimento local e depois transferido para cidade de Barretos/SP, onde ficou internado por cerca de 52 dias na UTI e depois mais 10 dias no quarto.

Conta ainda o pai que, em Barretos ele foi diagnosticado com a doença do pombo, meningite grave; Murilo teve alta e foi para casa, mas depois voltou a ser internado na Santa Casa de Olímpia/SP, tendo recebido alta anteontem (19); seu filho estava muito ofegante e, nesta data, 21/07/2022, às 8 horas, entrou em óbito em sua residência”.

FUNGO SE DISSEMINA PELO AR

No final da tarde de sexta-feira, a Saúde local ainda não tinha a confirmação se a causa da morte teria sido a doença e estava aguardando o resultado da autópsia. Mas segundo informações dos setores específicos Olímpia nunca teve caso oficial da doença do pombo, nem nos anos anteriores.

A infecção é ocasionada por um fungo que se desenvolve nas fezes de pombos. A contaminação ocorre, principalmente, quando o cocô fica seco e desidratado, disseminando os esporos do fungo no ar. Ao inalar, a pessoa contrai a doença.

Os fungos neoformans e gattii são os mais comuns, levando a um quadro de meningite grave. Normalmente, o fungo vai primeiro para o pulmão, mas há uma tendência de ele ficar no cérebro, prejudicando o sistema nervoso central. Segundo especialistas, a condição é mais perigosa em indivíduos imunodeprimidos.

SINTOMAS MAIS COMUNS

A doença demora cerca de 15 dias para se manifestar de forma crônica, dificultando o diagnóstico, levando a pessoa a achar que é uma forte gripe. O sintoma mais evidente se manifesta por meio de fortes dores de cabeça. Além disso, a pessoa pode apresentar visão dupla, vômitos, fraqueza, alteração motora e comprometimento da área cognitiva.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico é feito de forma laboratorial. Um dos principais exames é o de líquor (líquido cefalorraquidiano- LCR), que auxilia no acompanhamento de meningite. O procedimento é feito por meio de punção lombar e dura alguns minutos.

EXISTE TRATAMENTO?

O tratamento pode durar até seis semanas e é feito com remédios fúngicos, que são aplicados diretamente na veia. Depois desta fase, os remédios são introduzidos via oral e, dependendo da evolução do quadro, continuará por até um ano.

TEM COMO PREVENIR?

Não se deve em hipótese alguma usar de meios cruéis para controlar a população de pombos. O ideal é controlar o acesso com telas de proteção e também evitar dar comida e água aos animais para que eles não permaneçam nos locais.

Segundo registros do Sistema de Internações Hospitalares do Ministério da Saúde, de 2017 a 2020 foram registradas 1.105 internações por criptococose no Brasil, com 185 óbitos no mesmo período.

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