25 de março | 2007

Parente denuncia revezamento para dormir na cela em Severínia

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 Menos de um dia após a transferência dos detentos de Olímpia para a cadeia pública de Severínia, parentes de presos, preocupados com a situação que os mesmos estão enfrentando, principalmente pela falta de espaço, reclamaram para a reportagem desta Folha. Um deles, inclusive chegou a denunciar que já na primeira noite não tinha espaço para todos dormirem deitados.

A cozinheira Gislaine Lucas Rame falou da desumanidade que seu parente está enfrentando: "Estão dormindo em pé, porque não tem lugar para dormir. Está feia a situação lá dentro. Não tem higiene porque eles não podem tomar banho, eles não podem sair para banhos de sol. Está uma precariedade lá dentro".

A doméstica Valéria Patrícia Menezes também reclamou que seu parente teve até de dormir em pé por falta de espaço: "Eles são humanos, eles não são cachorros não".

E acrescentou: "Eles estão que nem cachorro, que nem bicho. Eu acho que nem bicho está sendo tratado que nem eles. Eles são humanos e não merecem passar por isso não. Eu acho que errar é humano, todo mundo erra. Eles tiraram da cadeia de Olímpia e socaram nesse buraco, para ficarem amontoados uns em cima dos outros".

Ainda reclamando da falta de condições do local e até mesmo sem entender o por quê das transferências e ainda reclamando os direitos de quem paga impostos, pediu melhorias para a cadeia de Severínia. "Não tem condições e capacidade para tudo isso de presos", reforçou.

A lavradora Maria Aparecida de Almeida também reclamou da falta de espaço: "Tem um rapaz lá dentro que ficou a noite inteirinha sentado, porque não tinha condições de deitar. Acho que erraram, mas tem que pagar da maneira humana".

A dona de casa Cristiane Perpétua de Souza comentou: "Está demais, lá dentro é muito aperto. Vai acontecer o pior ai dentro, porque a cabeça deles não está boa não. Alguns estão dormindo sentados. Outros estão dormindo em dois num colchãzinho de solteiro. Eu estava trazendo um colchão para ele, mas tenho que levar embora porque não tem aonde pôr".

A vendedora Maria Aparecida Marques de Oliveira disse: "Está lotado, inclusive estão falando que estão dormindo um pertinho do outro. Inclusive até agora não está havendo problemas nenhum entre eles. Mas ali está muito apertado, é muito calor".

A dona de casa Antonia Aparecida Limendes, que tem um filho detido na cadeia de Severínia, conta que ele reclamou que estava apertado: "A única coisa que ele disse é que estava muito apertado. Então não sabe o que ele vai fazer. Ele não pode dormir, não pode se mexer de um jeito ou de outro".

 

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