22 de março | 2015

Prefeito quer cobrar turistas por tratamento do SUS em Olímpia

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O prefeito Eugênio José Zuliani estaria com a intenção de cobrar dos turistas por eventuais tratamentos de saúde através do SUS, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que é mantida com recursos repassados pelo Governo Federal, quando esses têm problemas de saúde no período em que estão visitando a cidade.

Pelo menos é a essa conclusão que se pode chegar a partir de uma informação divul­gada pelo vereador Paulo Roberto Poleselli de Souza, durante a sessão ordinária realizada na Câmara Municipal de Olímpia no dia 9 de março.

De acordo com o vereador, que se apresenta como o autor da ideia, o prefeito está aguardando estudos mais aprofundados sobre sua ideia de implantar na cidade a “Taxa de Turismo Sustentável”, que vem defendendo desde 2013.

Com uma arrecadação estimada por ele em torno de até R$ 600 mil por ano, essa taxa serviria depois para ser dividida entre saúde, Limpeza Pública e até com o marketing em torno do setor turístico. A taxa seria cobrada de hóspedes de hotéis, pousadas e casas de temporada.

Uma das preocupações manifestada por Poleselli durante seu discurso foi com relação ao atendimento médico feito na cidade destinado aos turistas que estão hospedados aqui.

Mesmo que seja por convênio, segundo o vereador, este atendimento acaba onerando o município, porque os con­veniados são sempre encaminhados para a UPA. “No ano passado foram 444 atendimentos de clientes da Unimed”, informou. “Isto está muito errado”, criticou em seguida.

Para o vereador, “quem paga a Unimed não pode onerar o município. Que não se pendure nas tetas da ‘viúva’”, contesta. Fora Unimed, de novembro até o mês passado, a UPA atendeu 2.722 turistas, sendo 1.528 em janeiro e fevereiro. Em novembro foram 557, em dezembro 637; em janeiro, 1.068 e em fevereiro, 460, segundo números apresentados por Poleselli. “Isso representa 15% dos atendimentos prestados em saúde no município”, comentou, observando que a prioridade tem que ser dada a olim­pienses.

Trata-se de uma situação que vem reforçar, segundo diz, sua proposta de criação da Taxa. Poleselli já teria conversado com o prefeito Ge­ninho a esse respeito. “O prefeito pediu para apro­fun­dar­mos os estudos neste sentido. Estou levantando toda a legislação pertinente para subsidiar o Executivo”, contou. “O que calculamos são números impressionantes”, diz. “Coisa de R$ 2 milhões para os cofres públicos. Pelo menos R$ 600 mil por ano, ou cerca de R$ 50 mil por mês”, acrescentou.

Também segundo o vereador, “o turismo é grande, a arrecadação é grande. Se imaginarmos a arrecadação do turismo nos hotéis e pousadas, cujo número é alto, por exemplo, em R$ 100 mil por mês, não oneraria a população, não tornaria o setor antipático e nem iria irritar o turista”.

Poleselli diz que trouxe a ideia de viagens feitas a cidades turísticas para onde vai inclusive a trabalho e tem que pagar a taxa. Para Olímpia ele propõe a cobrança de, por exemplo, R$ 2,00 por pessoa cujo valor já seria incluído na conta. “O prefeito nos autorizou levar adiante a proposta”, garantiu.

“Seria um valor considerável para os cofres públicos que não oneraria o bolso do cidadão”, argumenta. “Parece que a coisa vai andar”, comemora. Por fim, Poleselli diz que “independentemente da autoria (do projeto), quem vai ganhar é o município”.

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