Uma verificação realizada na tarde desta sexta-feira, dia 18, por esta Folha, portanto, não por pessoal técnico, aponta que a Prefeitura Municipal já teria erradicado 17 árvores da Praça Rui Barbosa. Destas, 15 que seriam vivas e outras duas, uma que estava torta e com risco de cair e outra já morta.

Se confirmada a informação, o total já supera em pelo menos uma árvore, o total que teria sido informado ao Ministério Público de Olímpia, segundo documento assinado pelo engenheiro agrônomo Reginaldo Itiro Muraishi, entregue pelo Departamento de Meio Ambiente de Olímpia, justificando o projeto paisagístico desenvolvido.

De acordo com o informado ao Ministério Público, para o projeto de revitalização do local seria necessária a retirada de 15 árvores vivas e uma morta, além da realização de manutenção com podas das outras que permaneceriam no local.

No entanto, há outros pontos divergentes entre as informações obtidas no processo do inquérito civil número 30/2010, arquivado pelo promotor de justiça Gilberto Ramos de Oliveira Júnior, e o que se vê em números reais de árvores ainda existentes na praça.

Uma delas, por exemplo, é a cópia do croqui ou mapa, extraída do próprio processo do inquérito civil arquivado, pelo artista plástico e colaborador desta Folha, Willian Antônio Zanolli, onde consta que o projeto considerado pela prefeitura teria sido elaborado ainda em maio de 2002, portanto, cerca de nove anos atrás.

Segundo o mapa apresentado ao promotor aparecem marcas de que na praça haveriam 83 árvores.

Porém, segundo se conferiu, na realidade haveria apenas 48 exemplares ainda em pé.

Entretanto, somando as que restaram e as que foram cortadas, antes da recente destruição verde, o total somaria 65. Portanto, 19 a menos do que foi apresentado à promotoria local, que, pelo que se depreende, não deve ter nem enviado alguém para conferir.

Outra questão que diverge da realidade verificada, é que duas árvores que ainda estão na praça, não aparecem no mesmo mapa apresentado e também não foram cortadas. Continuam lá.

ORIGEM DAS DIVERGÊNCIAS

Como se recorda, no dia 12 de janeiro, mais de um mês após ter divulgado uma foto de maquete mostrando a remodelação da praça com o aproveitamento de apenas três das dezenas de árvores existentes e uma palmeira, a Prefeitura de Olímpia, divulgou, através de sua assessoria de imprensa, que retiraria apenas 16 delas, para levar a efeito a implantação de seu projeto de praça ao estilo europeu.

Seriam cinco de espécies nativas e onze exóticas, que segundo o diretor de Meio Ambiente Fernando Barbosa Velho, não necessitariam de autorização da Cetesb. De acordo com a informação, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) autorizou a retirada de sete árvores de essências florestais nativas existentes.

Na ocasião, segundo o documento de autorização, a Prefeitura firmou termo de compromisso de recuperação ambiental para o plantio de 175 mudas de essências florestais nativas nas margens do Córrego Matadouro.