22 de março | 2011

Seccional afirma que 1.º DP será reagrupado e não fechado

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Embora confirmado que os serviços serão todos
unificados na Delegacia central da cidade, que passará a funcionar como um
delegacia única na cidade, o delegado seccional João Ozinsk Júnior, veio a
Olímpia na manhã da terça-feira, dia 22, para, em entrevista coletiva, declarar
que o 1.º DP (Distrito Policial) não será fechado, mas apenas reagrupado na
delegacia que funciona na rua São João, centro de Olímpia.

Ele fez questão de salientar também que se a mudança
não der certo, o decreto de criação e os cargos do Primeiro Distrito Policial
continuarão existindo, nada impedindo que tudo volte a ser como antes.

No entanto, concordou que se o “reagrupamento” der
certo, a extinção do primeiro distrito policial poderá ser oficializada pelo
governo.

Pelo que se depreende das declarações do delegado,
embora tenha sido fechado e deixado de existir efetivamente, pois todos os
serviços passarão a ser realizados na delegacia central, por ainda existir
cargos com lotação em um distrito policial e o decreto de criação o primeiro DP
fechou de fato, mas não de direito.

Segundo o editor do iFOLHA, o que se entende é que o 1.º DP continua existindo
apenas virtualmente e, por enquanto, mas de fato não.

“Se der certo
o governo pode amanhã homologar o que foi feito aqui. Se der errado, a culpa é
minha, o problema é meu, eu que me vire. Porque é a primeira vez que a
Secretaria de Segurança Pública dá uma carta branca para que aquele que está na
ponta da linha veja o que é melhor para ele”, afirmou Ozinsk.

A medida de reengenharia anunciada recentemente em
todo o Estado, na verdade, tem sofrido pressão por parte dos prefeitos,
principalmente das cidades de até 10 mil habitantes, como Altair, Cajobi,
Guaraci e Embaúba, onde não mais existirão delegacias de polícia.

No caso de Olímpia, a delegacia central além de
acumular o serviço do 1.o DP certamente também acumulará o das cidades da
comarca onde as delegacias forem extintas.

Segundo se comenta nos meios policiais, na verdade a
medida mostra que o governo, pelo menos sublinearmente, estaria reconhecendo
que o serviço prestado não está sendo condizente com a realidade de crescimento
verificada no Estado de São Paulo. São vários anos sem concursos nem para a
reposição de pessoal que se aposenta ou é afastado por doença e outras
situações.

No entanto, também é corrente que esta reengenharia,
sem a contratação de novos escrivães, investigadores e delegados não surtirá o
efeito desejado, uma vez que o mesmo serviço que cresce vertiginosamente será
realizado pelo mesmo número de funcionários.

CRIAÇÃO DO DP
O 1.º Distrito Policial foi criado pelo Decreto
33.714, de 6 de agosto de 1991, do Governo do Estado de São Paulo. Para o delegado,
a medida adotada, na oportunidade, em todo o Estado, apenas como uma mera
atitude política.

“No ano de 1990 foi isso que aconteceu. Todos os
prefeitos foram ao governador e o governador falou assim ah, mas vamos lá. É
festa. Mas nos anos 90. Pode ver que todos foram criados nos anos 90”, comentou.

Segundo o delegado, na ocasião, a política de
segurança pública era criar unidades, dividindo as cidades em regiões distintas
e essas unidades foram criadas sem a criação dos cargos para uma nova unidade.
“O que se fez então? Dividiu-se o que existia. O corpo de funcionários, os
móveis. A partir de amanhã, metade é para lá, metade é para cá”, disse.

Desde então, não houve aumento de cargos ou a criação
de estrutura. “Na verdade, isso acabou se alastrando, inclusive atendeu-se de
uma forma política, porque todo mundo queria uma unidade, queria uma delegacia
perto de sua casa”.

A medida – efetivamente um fechamento, mas
teoricamente não, – segundo o delegado, vem sendo estudada há alguns anos. “Há
algum tempo vêm sendo feitos estudos no sentido de se fazer
uma reestruturação, denominado reengenharia, dos órgãos da polícia”, afirmou
quando explicava a situação, antes de iniciar a coletiva propriamente dita.

“É uma atitude corajosa, uma atitude inédita. As
bases, quem está aqui na ponta da linha, vem sendo consultado a respeito do que
é que realmente é interessante, o que realmente é melhor para a região, o que
realmente atende a população de uma forma mais precisa”, acrescentou.

O delegado explicou que ele mesmo sugeriu as
alterações na região de Barretos. “Há uns tempos atrás, quando começou esse
projeto de reestruturação, sugeri que algumas unidades poderiam ser reagrupadas”,
contou.

Na quarta-feira a mesma comunicação seria feita em Guaíra, que tem a
mesma estrutura de Olímpia e será feita a mesma reengenharia. “Lá, sabe quantas
quadras fica o distrito da delegacia principal? Duas quadras. É uma
brincadeira. Aí, digo que é uma questão técnica e não política”.

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