11 de março | 2011

Secretária da Educação investigará possível agressão a aluno portador de necessidades especiais

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A secretária municipal de Educação Eliana Antônia Duarte
Bertoncelo declarou no final da manhã da quinta-feira, dia 10, que investigará
possíveis agressões que uma professora (L.) teria praticado contra um aluno
portador de necessidades especiais, matriculado na Escola Joaquim Miguel dos
Santos, zona sul de Olímpia.

Segundo gravações divulgadas pela família através de email,
inclusive para a reportagem da Folha da Região, embora haja desconfiança de que
ocorressem desde o início do ano letivo, as agressões teriam ocorrido durante a
aula da terça-feira, dia 1.º de março.

Porém, ela preferiu não se aprofundar muito em seus
comentários a respeito da questão. “Tenho informações que obtive através dos
meios de comunicação. Oficialmente, até agora esta reclamação não chegou à
secretaria. Estou tomando atitudes porque, a partir do momento em que tomei
conhecimento devo averiguar os casos. Por isso estou estudando como é o
procedimento a ser encaminhado porque é uma situação nova”, disse.

A secretária explica que, quando existe uma denúncia formal tem
um determinado encaminhamento “porque temos um documento no qual nos baseamos
pra tomar decisões. Agora, não tenho. Então, faremos a averiguação a partir do
que eu ouvi, encaminho para a prefeitura que designa uma comissão para apuração
dos fatos, que depois ouve as partes todas, no caso os responsáveis, a
professora, os funcionários da escola e quem mais as pessoas apresentarem para
testemunharem o que aconteceu, chegando-se a uma conclusão”.

A questão estava sendo estudada com o departamento jurídico
da Prefeitura “se teria que tomar uma decisão sem uma queixa formalizada. E,
também, no momento, pegou muito de surpresa. Não esperava por aquilo”.

Mas ela ainda não tinha mantido contato com nenhum dos
possíveis envolvidos. “Não fiz isso porque penso, do ponto de vista da escola,
não tem alguma coisa que seja extraordinário que tenha vindo parar aqui (na
secretaria)”, insistiu.

Mas, do ponto de vista dos pais “acredito que deveriam ter
procurado a secretaria porque eles que estão fazendo a acusação, eles que têm
os elementos para apresentarem a nós. E penso que essa tão propalada
responsabilidade já deveria ter sido expressa por uma procura da secretaria
para um diálogo. Porque ontem (4.ª feira), o que tive que fazer como secretária
foi estudar quais as medidas que posso tomar em conjunto com o jurídico. Mas
não posso averiguar com conversas tenho que averiguar formalmente”.

CEDO PARA ANTECIPAR DECISÃO
Sobre uma decisão em cima do fato que já conhece, ela disse:
“acho que é temerário (antecipar). Eu tenho sim, mas expressar essa opinião sem
ouvir as duas partes, acho que talvez fosse precipitação de minha parte.
Preciso ouvir formalmente as pessoas envolvidas e as testemunhas, para depois,
perante aquilo que foi narrado, vem pra mim, porque a comissão que faz a oitiva
das pessoas e eu com base naquilo que foi ouvido, tenho que formar opinião. A
que tenho agora é com base na autuação da professora que, até prova em
contrário, é uma professora equilibrada, idônea, dedicada, concursada e que
nunca, pode procurar em toda a história profissional dela, demonstrou uma
situação de descontrole em sala de aula”.

No entanto, pelo que ouviu nos trechos da gravação
divulgados até então, pareceu-lhe que se trata de uma situação “normal” (sic) de
sala de aula, de uma conversa. “Não tem uma professora que está alterada, ela
não mantém a conversa de tom normal, de uma conversa com criança. Não acredito
que uma pessoa que esteja passando pela situação que foi narrada, consiga
conversar normalmente, perguntar se a criança quer água, se quer fazer alguma
coisa. Essa é uma impressão do que eu ouvi”, acrescentou, Mas ressalta que
ainda não afirma nada com base em oitivas dos envolvidos.

Já sobre a motivação da denúncia na forma como ocorreu, a
secretária diz que não saberia dizer: “essa (motivação) não imagino de jeito
nenhum. Eu não tenho ideia. Não quero emitir opinião antes de ouvir e saber
exatamente, baseado em que eles fizeram isso”.

Mesmo sobre se os pais já teriam tido problemas em outras
instituições, ela responde que “isso também é algo que só pode ser apurado
formalmente, porque na rua, as conversas são muitas e as pessoas falam coisas
que normalmente são aumentadas. Então, eu tomo cuidado com aquilo que ouço
porque há exageros. Ontem, mesmo ouvimos exageros de algumas pessoas. Então,
tomo cuidado”.

A respeito de ter conhecimento da existência de um boletim
de ocorrência policial, explicou que “o jurídico (departamento da Prefeitura)
deve ter os meios para conseguir o boletim e naturalmente fará isso, mas vamos
caminhar juntos”.

Eliana Bertoncelo destaca, entretanto, que nunca houve reclamação
contra a professora: “Até ontem (4.ª feira) nenhuma. Tenho muitos elogios a
respeito dela. E não estou falando isso porque sou professora, por questão de
corporativismo não, porque quando há professores que não são professores e só
ganham (recebem) pelo magistério, eu falo também. E não é o caso. Essa
professora, pode acreditar no que falo e pode procurar com pais, com colegas,
para saber da idoneidade dela”.

Veja a íntegra do email enviado
pelos pais à editoria da Folha
da Região

Meu filho que estuda no Joaquim Miguel dos Santos do
município de Olímpia na classe especial, desde que começaram as aulas vinha
apresentando hematomas em seu corpo, no rosto até que no dia primeiro o mandei
com um gravador para a escola, e justo nesse dia ele veio com um corte na boca
onde a professora (…)  alegou ter sido
feito por outro aluno.

Nesse mesmo dia, ela veio em casa toda amedrontada por volta
das 14hs perguntando se meu filho havia dito “alguma coisa a mais”, foi onde
percebi que meu filho ao vê-la  ficou apavorado, senti que ela veio para
intimidá-lo e coagi-lo. Após ela ir embora, comecei a indagá-lo e foi onde
começou a relatar todos os fatos, dentre eles, o corte na boca.

Ele disse que foi a professora que ficou batendo a cara dele
na carteira onde acabou cortando seu lábio e depois disso ficou a aula inteira
falando que tinha sido outro aluno que tinha feito isso, então, de noite fui
ouvir a gravação onde constatei que ele dizia a verdade.

No dia seguinte, quarta-feira, ele reclamava de muita dor,
sendo que tive que conduzi-lo até a Santa Casa onde o médico me deu um laudo.

Na quinta-feira, ainda com muita dor tive que levá-lo ao
pediatra e na sexta de posse do laudo, fiz um boletim de ocorrência na DDM.

No sábado retornando da cidade, a professora começou a
seguir eu e meu filho de carro, quando parei perto do supermercado da Andrade
Silva e comecei a gritar, pedindo para que ela não seguisse mais meu filho, mas
ela continuou perseguindo, onde tive que acionar a polícia pelo celular; nesse ínterim,
ela saiu de seu carro totalmente desequilibrada e partiu pra cima do menino;
foi onde que tive que imobilizá-la segurando seus cabelos com uma mão enquanto
protegia-o com a outra até que meu marido chegou para retirar o menino e a polícia
chegar enquanto ela continuava me ameaçando que não deveria levar mais o menino
na “escola dela” e para sumir com o menino da cidade.

Tive que fazer outro Boletim de Ocorrência na delegacia da
rua São João, o qual será enviado para a DDM.

A professora tenta jogar a culpa no aluno (…), coisa que a
gravação desmente.

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