25 de maio | 2008

Sistema limita o convívio das crianças com os pais

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 No caso do Ensino Fundamental I, embora enxergue a importância social para alunos oriundos de famílias mais carentes, aquelas nas quais, tanto o pai quanto a mãe necessitem trabalhar fora para o sustento da casa, na opinião do professor José Luiz Santos(foto), coordenador do Ensino Médio da Escola Dalva Vieira Ittavo, o período integral limita bastante o convívio importante das crianças com os pais. "Acredito que não seja muito bom", enfatizou.

Com as crianças permanecendo o dia todo na escola, justifica Santos, vão perdendo o contato com a família porque ficam mais cansadas e quando seguem para suas casas vão logo dormir. "Têm muito mais contato com professores e monitores do que com a própria família e sabemos que a vivência familiar é extremamente importante", reforça.

Santos é de opinião que seria mais interessante que essa criança permanecesse um período na escola e outro em contato com os familiares. "A educação escolar é diferente de uma educação familiar", observa.

Ele avalia com a experiência que vive desde 2006 quando a escola, única da rede estadual em Olímpia, implantou o período integral. No caso de alunos mais adultos admite que houve melhora acentuada e importante. "Prova disso são os resultados do Idesp que foram publicados agora, índice que avalia as escolas baseado no Saresp", justifica. A escola obteve nota 2,43 no Saresp de 2007.

Porém, ressalva que em alguns casos existe necessidade de que a criança fique o período todo na escola: "Se os pais trabalham é preferível que a criança fique na escola porque será bem cuidada, melhor alimentada e bem orientada".

Para Santos, o período integral deveria ser opcional porque os pais poderiam escolher entre os filhos, mesmo que pequenos, ficassem, por exemplo, sob os cuidados de uma empregada. "Em alguns casos é importante a criança ficar na escola o dia todo", reforça.

Há ainda o fator da adaptação de crianças já habituadas ao sistema de período parcial, ou seja, aquelas que ficavam na escola por um determinado período do dia e outro em casa: "Acho que deveria ser opcional e a família deveria decidir".

REDE ESTADUAL

No caso da rede estadual que abriga alunos com idade mais avançada acha importante, até porque o aluno já tem oportunidade de ter contato com grupo de professores e uma grade curricular diferente: "essa grade é toda voltada para a formação do aluno".

Por outro lado, não faz boa avaliação do resultado da rede municipal de Olímpia. "O aluno que sai da 4.ª série do ensino fundamental, que é do município, sempre tem muitas dificuldades em leitura, escrita e nas operações fundamentais. Esse é um problema que a gente está convivendo e que precisa ser equacionado", comenta.

Porém, de maneira geral, entende que no caso do município o sistema de período integral começa com as escolas melhores estruturadas, porque foi implantado aos poucos, diferente que na rede estadual que tiveram cerca de 40 dias para fazer uma adaptação das estruturas. "O município tem uma estrutura muito melhor que o estado", finaliza.

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