09 de maio | 2010

Thermas interdita e retira cervo do mini-zôo

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Apesar de até o final da tarde de sexta feira, 08 de maio, a diretoria do Thermas não ter emitido nenhum comunicado e não ter passado nenhuma informação para a imprensa, desde a manhã de ontem, o local onde funcionava o mini-zôo  estava interditado, inclusive com a presença de segurança proibindo a entrada de pessoas no local. Mesmo assim, antes que o segurança aparecesse, no período da manhã esta Folha conseguiu fotografar o interior do mini-zôo e constatou que o animal não mais estava no local.

O próprio segurança confirmou que o cervo havia sido retirado do mini-zôo, mas não quis adiantar para onde teria sido levado o animal. Apenas salientou que existia ordem da direção do parque aquático para que não deixasse ninguém entrar e que não poderia dar nenhuma informação.

O jornal tentou contato por diversas vezes com a diretoria do Thermas, mas ninguém quis se manifestar sobre o assunto. Ao editor desta Folha, que também tentou buscar maiores informações a respeito do fato e não conseguiu, causou estranheza, já que se foi de fato um acidente, não haveria motivo para a diretoria se manter em silêncio e não esclarecer os fatos.

O jornalista José Antônio Arantes considerou o posicionamento da diretoria do Clube como um fator negativo, pois gera especulações que vão desde a regularidade do funcionamento do mini-zôo até a própria situação do animal, que segundo manifestação de representante do IBAMA, bastaria ter uma nota fiscal para ser considerado regular.

O clube, segundo o jornalista, embora seja de propriedade de quase 4 mil associados, hoje é considerado um patrimônio público, em razão de sua importância para o desenvolvimento do município e não pode ter posicionamentos impopulares e ditatoriais como o que foi tomado no presente caso.

DESENCONTROS

Por outro lado, parecia haver, pelo menos entre funcionários, a preocupação de justificar e pelo menos amenizar o fato. Pela manhã, por volta das nove horas, o funcionário Júlio Calvo, conhecido por Julinho, do Thermas, fez uma manifestação, por telefone, a um programa de rádio local.

“Esse animal já está numa idade, praticamente de cruzamento. Então, esses hormônios do macho vão se acumulando no animal e podem levar a um certo estresse, mas ele volta a ficar dócil. Como sou funcionário lá e freqüento o lugar, brinco muito com ele. É um animal muito tranqüilo, mas por ser um animal selvagem tem as suas limitações”, disse, entre outras coisas.

Entretanto, oficialmente, não foi isso que aconteceu. Foram procurados diretores e funcionários, ligados à direção do clube, mas ninguém quis explicar o caso.

Esta Folha foi até o local para fotografar e constatou que está interditado com segurança proibindo a entrada de pessoas. O fotógrafo, no entanto, conseguiu fotografar o interior do mini-zôo e o cervo já não se encontrava lá.

Ninguém quis, provavelmente por determinação da direção do clube, informar para onde o animal havia sido levado. Em nossos arquivos foram encontradas fotos do animal e do tratador, tiradas em 06 de fevereiro de 2009.

MINI-ZÔO

O mini-zoológico tem proposta interativa. Quer dizer, os visitantes podem entrar no espaço dos bichos. De acordo com o jornal Diário da Região, a veterinária Tatiana Morosini de Andrade Cruvinel, do setor de atendimento clínico-cirúrgico de animais selvagens do Hospital Veterinário do Centro Universitário de Rio Preto (Unirp), vários motivos poderiam ter colaborado para que o cervo agisse assim. “Ele é um animal de comportamento dócil, mas como qualquer animal de um tamanho médio e que tem chifres pode oferecer riscos”, afirma.

De acordo com ela, como o local é frequentemente visitado por muitas pessoas, entre adultos e crianças, isso poderia ter irritado o animal. “Ele pode ter ficado irritado com a movimentação de pessoas ou por alguma dor. Quando esse tipo de animal fica estressado pode reagir de diversas maneiras. Pode atacar ou simplesmente ficar sentado”, disse.

LEGALIZAÇÃO

Também segundo o jornal de Rio Preto, de acordo com Carlos Egberto Rodrigues Junior, chefe do escritório regional do Ibama em Barretos, o clube possui no órgão um processo de instalação de um zoológico particular. Mas segundo ele, para ter um animal destes basta que o proprietário tenha nota fiscal que comprove a origem legal, como é caso do Thermas dos Laranjais.

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