01 de março | 2020

A falsa ameaça do coronavírus encobrindo o problema maior e que mais tira vidas no mundo: a miséria e suas consequências

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“Quando o ser humano se sente ameaçado fica acuado. O medo toma conta da alma. Nestes momentos tudo pode acontecer. Pode libertar a fera que existe dentro de si ou entrar em pânico. De toda forma, a reação é quase animal, como se fosse liberado o instinto de sobrevivência, em que tudo é possível para resguardar a própria vida, não importando o que, ou quem seja a ameaça”.

Mestre Baba Zen Aranes.

O QUE ERA …

… esperado começou a acontecer: a verdadeira ojeriza, o pavor, a repulsa, o temor de algo que passou a ser massificado pela TV que é a possibilidade de o tal do coronavírus que se alastra por todo o mundo chegar até “nosotros” brasileiros e, mais especificamente, na Olímpia turística.

CLARO QUE …

… nestes tempos de egoísmo comunitário, ou do culto ao próprio umbigo, em que a população se refugia dentro de si mesma, e praticamente volta aos tempos do olho por olho, dente por dente, onde todos lutam pela mera sobrevivência e é cada um pra si e Deus pra ninguém, ou seja, salve-se quem puder, o medo que já é uma coisa estritamente pessoal passa a despertar seu lado persona­líssimo: se acontecer com o vizinho, antes ele do que eu.

MAS NA VERDADE, …

… aos poucos, o terror imposto pelo excesso de informação que também leva a desinformação e os chamados Fake News que até já vende remédio milagroso, vai formando a ideia de um verdadeiro terror, que uma grande catástrofe está se avizinhando.

OS INCAUTOS …

… começam a exigir até que os outros deixem de fazer o que entendem ser o melhor para si. Ou seja, começa o festival de caça às bruxas pelos milhões de cientistas iletrados e sem conhecimento que se arvoram de juízes e começam a impor regras para os outros, como se o outro fosse o culpado e somente este pudesse evitar a grande hecatombe viral.

SE ESQUECEM, …

… os doutos julgadores, que a própria contaminação se dá por falta de hábitos que a maioria não cultiva e não foi treinada a ter, como lavar as  mãos corretamente.

MAS, O QUE DESPERTA …

… o temor no inconsciente coletivo é o desconhecido. Com certeza é o fato de ser uma nova linhagem do tal do vírus corona, que tem esse nome, por ter o formato de uma coroa.

O CORONAVÍRUS, …

… como os outros vírus conhecidos em formato de coroa, os corona, nada mais é do que uma infecção das vias respiratórias comumente chamada de gripe.

NO ENTANTO, …

… ainda não está catalogada no mundo científico. Ainda não se sabe a totalidade das suas manifestações, mas já se sabe qual é o seu grau de letalidade e quais são os grupos que são mais atingidos.

E ESTAS …

… informações são cruciais para se entender que existem outros vírus mais perigosos com os quais aprendemos a conviver e, até mesmo, a ter dentro do nosso corpo, mas que esse aprendeu a combater.

MAS O DESCONHECIDO, …

… a novidade, o bombardear diário de notícias sobre casos suspeitos, principalmente, cada vez mais próximos do cidadão, provocam o temor, causam a histeria.

MAIS ESPECIFICAMENTE, …

… sobre a gripe, a professora da USP, Ana Escobar, afirma em matéria publicada na seção Bem Estar, da rede Globo, que existem vários vírus que podem dar resfriado ou sintomas de gripe. Todos podem dar febre, dor no corpo, dor de cabeça, congestão e tosse. Geralmente são quadros menos intensos, mas que, dependendo das defesas da pessoa acometida, podem dar sintomas com maior ou menor intensidade.

… Ela específica os principais, onde se vê a família dos corona vírus, no entanto, sem incluir a variação atual:

Vírus Sincicial Respiratório: esse vírus acomete tipicamente bebês e crianças pequenas, dando a conhecida bronquiolite que pode ser grave nesta faixa de idade. Em adultos, pode dar muita tosse e um pouco de “chiado” no peito ou broncoespasmo.

Rinovírus: esse vírus tem como maior característica a congestão. O nariz fica cheio e entupido. Piora à noite, tornando o sono superficial e entrecortado. O cansaço no dia seguinte é evidente.

Coronavírus: dá muita tosse, geralmente seca e dores pelo corpo. Pode dar também dor de cabeça e mal-estar.

Adenovírus: pode dar sintomas mais intensos como febre, dor de garganta, dor de cabeça, chiado no peito e pneumonia.

… Ela orienta que esses vírus são transmitidos principalmente pelo ar e pelas mãos contaminadas, portanto, é preciso arejar os ambientes e lavar as mãos com bastante frequência.

AINDA NO BEM ESTAR …

… da rede Globo, a chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, afirmou, com todas as letras, na quinta-feira, 27, que “não há motivo para pânico” em relação ao novo coronavírus.

DISSE ELA …

… que as pessoas ficam ansiosas e é normal. “É normal que nós, como seres humanos, quando acontece algo novo, fiquemos com dúvidas e, ficando com dúvidas, podemos ter pânico. Mas esse vírus, que é novo, nós conhecemos mais que outros vírus, conhecemos mais informação, temos mais pesquisa, temos mais informação da transmissão, do tratamento, de quantos casos podem ser severos, de quais são as populações que são mais afetadas”, afirmou Socorro Gross.

DE TUDO O QUE

… se pode apurar, chega-se à conclusão que o vírus tem reações mais severas e que podem levar à morte as camadas da população mais debilitadas, como idosos e imunodeficientes. Ou seja, as pessoas cujo sistema imu­nológico não esteja funcionando corretamente.

OS VÍRUS, …

… diferentemente das bactérias e outros seres nocivos à nossa saúde, não podem ser combatidos com remédios. Precisam ser eliminados pelo próprio corpo, através do sistema imunológico (ou sistema imune, ou ainda imunitário) que consiste numa rede de células, tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos.

QUANDO ESTAVA …

… na sala de aula, costumava metaforizar para os meus alunos que o sistema imu­no­lógico era um processo que não era controlado por nossa mente, mas poderia ser caracterizado como se fosse um exército com vários batalhões (células), que atuava em nosso corpo, e que era encarregado pela defesa e eliminação de todo e qualquer tipo de corpo estranho invasor.

E, QUE, ESTES …

… batalhões precisavam estar sempre bem treinados e alimentados corretamente para poder vencer as milhares de batalhas travadas todos os dias contra os milhares de alienígenas (principalmente os vírus) que ameaçavam o nosso organismo diuturnamente.

IA ALÉM …

… na metáfora, dizendo que quando um batalhão consegue eliminar um oponente, ele vira um especialista em lidar com aquele tipo de opressor. Portanto, poderia eliminá-los de forma mais rápida e fácil. E, ainda, que existiam os que eram treinados de forma específica, simulando as circunstâncias da batalha, através das vacinas, através de proteínas dos agressores, que simulavam o quadro de guerra.

PORTANTO, …

…  além do enxergar a importância do “exército” imunológico, também se destacava com a garotada a importância de ter uma vida saudável, com boa alimentação e hábitos de higiene, além, é claro, de evoluir sempre através da busca do conhecimento, como forma de manter o equilíbrio entre o corpo e a mente que prevê o ditado milenar: “Mens sana in corpore sano”.

José Salamargo, preocupado não especificamente com o coronavírus que é mais uma gripe que chega, causa alvoroço, prejuízo para muitos e muito lucro para a indústria farmacêutica, mas com o quadro geral de um país que é o sétimo do mundo em distribuição das riquezas, quer dizer, em número de pobres. E é justamente aí que mora o perigo, não do coronavírus, mas de todo um conjunto de situações que causam muito mais mortes e sofrimento do que a gripe, cujo vírus tem forma de coroa e certamente vai atacar muito mais os fracos, desnutridos e descamisados do que os que conquistaram o direito de ser humanos.


 

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