ENTÃO …

… passou o Natal. E chegou o Ano Novo. Com ele sempre a esperança de que dias melhores virão. Mas a razão teima em duvidar. Como podem vir dias melhores, se tudo o que fazemos (nós o bicho, chamado bicho homem) leva ao sentido contrário.

PRIMEIRO …

… de tudo, a grande constatação é a de que não passa um dia sem que destruamos e nossa mãe natureza. Seja consumindo, seja por maus hábitos (do simples jogar algo no chão, até a colocar fogo no mato e no lixo), seja por ter que desmatar cada vez mais sem plantar nada em troca, para podermos nos alimentar e consumir cada vez mais e, com isso, provocando a reação da biodiversidade, que agredida de morte, acaba reagindo em forma de furacões, terremotos, chuvas descontroladas, calor intenso, entre outros, como se estivesse rechaçando o seu vírus mais letal: “nosotros”.

E ALÉM …

… de tudo isso, incluindo-se o surgimento de doenças cada vez mais difíceis de se curar, surgidas justamente pela extinção de animais e plantas e da própria mudança do clima.

E TUDO, …

… se transforma num círculo vicioso que parece não ter volta. Ninguém está preocupado com o que poderá ocorrer com as gerações futuras. Elas que se lasquem. O negócio é brigar pela própria sobrevivência agora. Eles que se virem no futuro. Mas quem serão eles? Nossos filhos? Nossos netos? Parou para pensar na cama?

TALVEZ, ESTEJA …

… justamente aí o mal maior. A natureza é perfeita, autossuficiente, regenerativa, poderia existir eternamente. Mas ao dar a um de seus membros a capacidade de pensar através da linguagem, acabou criando seu maior predador, aquele que acaba com esta autossustentabilidade.

OS ANIMAIS, …

… por não pensarem, já são programados ao nascer. Parece que têm um chip com suas funções implantado em seus cérebros. Enxergam, ouvem, cheiram, conseguem distinguir sabores, tateiam, mas não conseguem refletir estes dados que chegam através dos sentidos. Apenas reagem para sobreviver. Não fazem sexo por prazer, mas para preservação da espécie. Não se alimentam para gozar com o gosto da comida, mas para se manterem vivos.

“NOSOTROS” …

… também reagimos. Mas precisamos imaginar, desejamos, transformamos nossas emoções em sentimentos (a emoção pensada).

E O PIOR …

… é que julgamos o tempo todo. E o que é pior ainda é que a grande maioria julga sem se conhecer. Expõe seus preconceitos passados pela educação, pela tradição, pelos costumes como robozinhos pro­gramados apenas também para sobreviver. A única diferença é que apren­deram a linguagem que pode levar à reflexão, mas a grande maioria usa o pensamento apenas pa­ra exteriorizar a raiva, o ódio.

E NESTA …

… época do ano, parece que todo mundo se veste da hipocrisia e deseja tudo de bom para todos. Que o mundo seja melhor. Que as pessoas se amem. Que se acabe com a corrupção. Enfim, que tudo melhore e que todos tenham tudo o que você acha que é bom.

MAS, SABE …

… qual é a triste notícia para te dar. Não vai adiantar nada, a gente desejar e esperar tudo de bom somente agora. Não dá para ficar esperando sempre que o outro faça. Você não vai conseguir acabar com a corrupção, pois para isso precisaria de um monte de mudanças, inclusive na própria educação. Você não vai conseguir mudar o mundo consumindo o que consome e destruindo a natureza. Por quê? Simples, tudo o que você consome e depois descarta é retirado da natureza. Tudo mesmo. E quando joga fora, acaba também a poluindo. Com isso também não vai conseguir melhorar a Saúde de todos. Pra que abrir a champanhe e desejar saúde? Se a coisa vai de mal a pior e continuará indo?

PELO MENOS …

… a primeira parte da musiquinha do final do ano, no entanto, você pode conseguir. Lembra? Muito dinheiro no bolso … Para isso basta ficar mais corrupto ainda, ou ganhar na loteria, ou se matar de trabalhar e não ter tempo para usufruir. Aliás, consumir é atender desejos. E desejo sempre o que não tenho. Quando já tenho, não desejo mais. Preciso desejar outra coisa.

CONSUMIR, …

… ter muito dinheiro no bolso, sem ter onde gastar, ou tendo feito muito mal para os outros para obtê-lo seria a verdadeira felicidade? Aliás, o que é ser feliz?

ORA, …

… faça um exame de consciência. Você quer mudar alguma coisa em você? Ou apenas mudar os outros? Se não quer mudar você, como pode querer mudar o mundo?

COMEÇE ENTÃO, …

… questionando você mesmo. Sempre há tempo de mudar caminhos, corrigir rumos. Tente saber quem você realmente é. Se sua identidade for questionada, você poderá descobrir um mundo totalmente diferente. Você, aliás, poderá construir o seu próprio mundo e não ser apenas aquilo que puseram na sua cabeça, aquilo que programaram para você ser.

NA BUSCA …

… por conhecer você mesmo, com certeza, você poderá modificar seu conceito de felicidade, ou realmente ter um que seja seu e não que lhe tenha sido imposto pela moda, pelos costumes, pela TV, pela música, pelos filmes. Pela chamada indústria cultural. Ora, é preciso vender, vender e vender, então é preciso criar em você a ideia de que a verdade é consumir, consumir e consumir.

José Salamargo, vamos parando por aqui, pois o espaço está curto. Mas você vai querer questionar o seu próprio eu em 2017? Ou vai continuar vivendo uma vida que programaram em você que tem que ser vivida? Hein? Hein? Hein?  Feliz 2017! Ora, mas o que é ser feliz? Descubra …

PS. Meu abraço ao Atilinho, meu amigo de quibe, que agora me elegeu como culpado por ele ter sido condenado por improbidade administrativa. Será que você vai mudar em 2017, Ati­li­nho? Mesmo que você não queira vou continuar achando que você é um grande cara. Mas, como todos, cheio de coisas boas e também defeituosas…