23 de dezembro | 2020

A mágica energia desencadeada pela hecatombe nuclear natalina

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“Como explicar a enorme energia sentida e cantada
em versos e prosas, durante séculos, que se cria
com um simples abraço, um beijo sem malícia,
o entrelaçar de seres que se toleram durante
todo um longo ano, apenas na noite que
antecede e no dia de Natal? Será que o
amor nasce e morre apenas nestes
poucos momentos mágicos?”.

Mestre Baba Zen Aranes

AMANHÃ E DEPOIS …

… de amanhã, véspera e dia de Natal, dias em que a gente, desde a tenra idade, aprendeu a deixar os afetos desabrocharem, se transformar em lágrimas de felicidade; abraços que são verdadeiras trocas de energia, enfim, a deixar o amor fluir em todas as direções, em todas as suas formas.

NO CASO DESTE …

… colunista, já se vão décadas e décadas em que passou do Boas Festas, dos presentes, do amainar o Eros, ou seja, satisfazer o amor desejo para o hoje objeto de estudo chamado amor incondicional.

FOI UMA LONGA …

… caminhada. Muitos dos rostos alegres, que sentia, ficavam felizes com a sua existência, sentiam prazer em presenteá-lo; corpos que o abraçavam com carinho, em cujo contato se sentia o correr de energias, como se fosse água descendo por um veio, silenciosa mas vigorosa caminhando rumo ao ponto que todos afirmam ser o canalizador e emissor de todas as emoções, o coração; hoje, vagueiam pelo seu inconsciente, às vezes, surgindo na sua mente, como foto desgastada, desfocada pelo tempo, envelhecida.

SORTE DESTE SER, …

… que ainda chora por amor, foi ter apreendido que muito mais que a bola de “capotão” (couro) que ganhava de sua tia Evalda, a sempre tutora de toda a família, o exemplo a ser seguido, que garantia a vaga nas peladas no campo de aviação, era o seu carinho, suas palavras de sabedoria, que o fizeram em­bre­nhar na busca incansável pelo seu próprio eu, por tentar compreender o todo, para poder enxergar a minúscula partícula de um universo em constante mutação que é e sempre foi.

DIFÍCIL ACREDITAR, …

… para muitos, que ao invés de ter se aventurado nas trevas do racionalismo puro, este ser, mesmo acreditando que a investigação da verdade, conduzida pelo pensamento puro ultrapassa em grande medida os dados imediatos oferecidos pelos sentidos e pela experiência, tentou adentrar nas profundezas do humano e suas emoções, seus pulsões, no predomínio do inconsciente para explicar o mítico su­per-homem que todos possuem dentro do próprio ser.

SEM OBEDIÊNCIA …

… aos preceitos acadêmicos, mas como mero observador das coisas, de si e do mundo que conseguia enxergar, na já extensa caminhada, passou por vários natais, felizes e infelizes, alegres ou sombrios e, alguns até inexpli­cá­veis sobre o ponto de vista atual.

VÁRIAS TESES …

… formuladas. Sem muitos sonhos, apenas a busca incessante da procura por explicações plausíveis para os acontecimentos fervilhantes e a colocação em prática das verdades erigidas da experimentação da própria vida.

EM TODOS OS …

… natais, entretanto, surgiam explicações para o próprio momento, ou para emoções sentidas pela fera que aos poucos foi sendo domada e que habita as entranhas deste ser hoje dócil e amoroso, mas que já foi leão fora da jaula a espalhar o medo à sua volta.

MAS DE TUDO …

… que foi enxergado, formulado, experimentado e praticado até aqui, o que se vislumbra é que não existe explicação plausível para quantificar tudo o que ocorre nestes momentos mágicos vividos até aqui, nos finais de ano, principalmente nos dias que antecedem e no próprio dia de Natal.

É COMO SE …

… realmente reencar­na­sse em cada humano um alienígena, um ser totalmente estranho ao que se viveu e experimentou ao longo de todos os meses que antecederam o momento maior. Como se todos conseguissem enxergar no outro o motivo para a própria existência e deixasse de lado os próprios anseios para poder ver o sorriso, a alegria, o êxtase do amor incondicional, que é felicidade pura ao ver o próximo transbordando alegria, jorrando felicidade.

OS PRESENTES …

… neste caso, seriam parte dos instrumentos, principalmente para as crianças. Formas de dizer eu te amo. Dar a própria vida para o outro viver.

FORAM DEZENAS …

… e dezenas de noites, de dias, em que esta energia, como fumaça das guloseimas que geralmente se preparam nestas épocas, mesmo nos lares mais humildes, se espalharam na vida deste ser que viveu para enxergar a vida.

É COMO SE …

… realmente estivesse nascendo, vindo ao mundo nestes dias um ser que tem o poder de arrebatar de uma só vez todos os corações e de fazer com que todos, pelo menos por alguns momentos, deixem de lado o próprio eu, o próprio umbigo e enxergue o outro, de forma bondosa, carinhosa, sem segundas intenções.

SÃO MOMENTOS …

… mágicos, muito diferentes do que se vê hoje, no instante em que se chega à véspera destes próprios momentos. Parece que, ao invés de tudo isso, o que se quer é apenas a satisfação da libido, dos ímpetos carnais, da fuga de qualquer empatia, do se apro­fundar nas próprias entranhas, de interagir com as próprias vísceras.

José Salamargo … esperando com sofreguidão, com esperança, que renasça em cada um de nós, nestes momentos em que se formam estes imensu­rá­veis campos de energia positiva, sentimentos mais puros, senão o verdadeiro amor que o filósofo de Nazaré pregou, pelo menos algum outro tipo que desperte em cada um, pelo menos o respeito pelo outro, o sentimento de que ninguém pode viver nesta solidão que se vive hoje; neste egoísmo do salve-se quem puder; e que, finalmente, se perceba que o homem é um ser social e que depende do outro para viver e ser feliz.
Este cidadão de Olim­pus, pequena cidade de Vulcano, continuará tentando praticar a empatia e o amor que ele pregou, o mesmo que uma mãe sente pelo seu filho, o chamado amor incondicional, o verdadeiro amor, o único que pode levar o bicho homem a ser realmente humano.


 

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