23 de setembro | 2018

Alunos da Eduvale fazem trabalho com perguntas para candidatos da comarca

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Os alunos do segundo ano de Administração da Faculdade Eduvale de Olímpia, com o objetivo, segundo eles, de qualificar as eleições legislativas e fortalecer a democracia representativa e participativa em nossa comunidade, a Comarca de Olímpia, elaboraram um levantamento dos dados sociais que julgam fundamentais para administração pública, fizeram um série de perguntas e protocolaram nos comitês dos candidatos.

A intenção, segundo eles é, através das perguntas formuladas com base em  dados dos municípios da nossa Comarca e as implicações que julgamos pertinentes coletivamente, pressionar e entender, e ainda fortalecer a força política mais próxima.

As questões foram levantadas com base em pesquisa aos sites do IBGE, da Fundação SEADE, base de dados do DATASUS, base de dados do Ministério do Trabalho, base de dados do INEP-MEC, publicações do IPEA e a impressa local.

I – Questões relativas à demografia e envelhecimento:

A Comarca de Olímpia corresponde ao municípios de Altair (3.815 habitantes), Cajobi (9.768 habitantes), Embaúba (2.423 habitantes), Guaraci (9.976 habitantes), Severínia  (18.350 habitantes ) e Olímpia (53.010). Compondo, para a fundação SEADE, a região administrativa de Barretos, que por estimativa populacional, tem 421 347 habitantes (SEADE, 2018).

A primeira pergunta é sobre demografia: Figuramos como municípios que compõe o segundo maior vazio demográfico do Estado de São Paulo, a Região Administrativa de Barretos e, ainda aparece nas projeções da fundação SEADE, a estimativa de perda populacional nessa região. Como fixar população economicamente ativa nesta região?

A segunda pergunta é sobre o envelhecimento da população: Estima-se que em 2030 a população idosa cresça nessa região 12%, ao passo que a população adulta economicamente ativa decline. Por exemplo, nesta Comarca, por dados do IBGE e IPEA, há sete pessoas centenárias, em geral uma pessoa centenária mobiliza uma pessoa adulta para  auxílio e cuidados, estima-se que teremos em 2050 mais de 12 pessoas centenárias, com isso a mobilização de ao menos doze pessoas economicamente ativas, num quadro de declínio de população adulta. Quais as estratégias para políticas públicas que um legislador pode estabelecer para enfrentar problemas decorrentes envelhecimento da população?

II – Juventude, Emprego e Renda:

 Primeira pergunta sobre emprego, renda e juventude: Tendo em vista que a taxa de desemprego no país está calculado em torno de 13% e que entre os jovens está em 28%, o senhor teria alguma proposta para apresentar a respeito de um aumento de ofertas de postos de trabalho mais qualificados para os jovens na Comarca de Olímpia, mesmo tendo a cidade de Olímpia apresentando baixo nível de desemprego mas que, no entanto, são, em sua maioria, de postos de trabalho com baixa remuneração como mostram os arquivos de dados de emprego da Comarca, consultados no Ministério do trabalho. (SEADE, 2018; PANUD, 2018; MTPS, 2018). Qual proposta o senhor teria para a promoção de empregos mais bem remunerado para os jovens?

 A segunda pergunta é sobre narcotráfico: Em um levantamento panorâmico nas ocorrências policiais noticiadas no site “Olímpia 24 horas”, as ocorrências que envolvem jovens e menores de dezoito anos estão relacionadas ao narcotrá­fico, com quantias de pequena monta, em média cem reais e no máximo trezentos reais, são apreendidos com cada marginal. A Polícia Militar fica em esforço inócuo em prender esses traficantes varejistas. Quais serão as estratégias que o candidato irá propor para o combate a violência, valorização da juventude, valorização da segurança pública?

A terceira pergunta é sobre geração de renda nas pequenas cidades: Nas  três menores cidades da Comarca o poder público é importante gerador de emprego. Em Embaúba é o maior gerador de empregos (216 de um total de 349), o mesmo ocorre em Cajobi (465 de um total de 1311), o segundo maior gerador em Altair (173 de 654). Os empregos públicos em si não são problemas, mas para a juventude este tipo de emprego é de difícil acesso, pois contempla o concurso público que pelo mérito contempla os mais adultos e com maior escolaridade. Qual estratégia de geração de empregos para jovens em cidades pequenas?

A quarta pergunta é sobre escolarização. Todas as cidades da Comarca apresentam bons índices de educação básica, porém, somado a outras questões demográficas, o nível de escolarização superior abaixa os índices de desenvolvimento dos municípios. Existe alguma meta em sua ação parlamentar para ampliação da escolarização superior para as cidades da Comarca e evitar a fuga de cérebros, apontada como problema pelo IPEA (2015) para o Brasil até 2030?

SAÚDE

Nas consultas ao DataSus e aos índices de qualidade de vida dos municípios da Comarca, a disponibilidade de médicos, a cobertura das estratégias da saúde da família e os outros índices, não apontam índices alarmantes. Contudo, em situações mais complexas a saúde pública apresenta problemas.

A primeira pergunta é sobre saneamento. Apesar dos bons índices, como ausência de valões e fossas rudimentares na Comarca o índice de diarreia infantil é alto, destoando do padrão do país em todas as cidades da Comarca, logo as moléstias que levam à diarreia não devem ser rapidamente associadas ao afluxo de turista à Olímpia. Inferimos que deve haver um problema na cultura alimentar ou na água da região. Qual a estratégia que um legislador deve propor para gestão da qualidade sanitária na alimentação e na água das cidades?

A segunda pergunta é sobre a logística da saúde na região. As cidades da Comarca, com exceção Embaúba, tem suas urgências médicas direcionadas para Barretos (SÃO PAULO, 2018), porém tal regional de saúde não tem um grande hospital público de referência. Qual medida para assegurar atendimento de urgência seguro para os cidadãos da Comarca?

III – Meio Ambiente e Água

Não se trabalhou com índices e dados sobre as questões ambientais com uma abrangência regional, pois não há índices sistematizados sobre tais temas. Dispomos de informações mais pormenorizadas da cidade de Olímpia. Mesmo assim estendemos essas questões a todos os municípios da Comarca. Olímpia é a maior cidade e os problemas encontrados nessa cidade, de alguma maneira, reflete e coincide com os problemas das outras cidades.

A primeira pergunta é falta de atenção ao meio ambiente em políticas locais. Qual a estratégia um legislador pode ofertar ao poder público para o melhor controle, preservação e administração sobre os recursos naturais locais?

A segunda pergunta é sobre a água e resíduos: A DAEMO (2010), fez estimativas criteriosas para o ano de 2050. Em que colhemos os seguintes dados, nossos números são correlacionados aos do IPEA (2015), que aponta 2030, como um declínio dos serviços público em geral, por mudanças demográficas:

– O consumo da água sem redução de perda (29 % a mais) atenderá 74 % da demanda até 2030, com “relativa redução de perda” atenderá 109%;

– Resíduos sólidos  gerados são de 14 mil toneladas, subirá para 18 mil tonelada ao ano. O índice hoje é de 13% da deficiência, mesmo com reciclagem, não há estratégia de melhora;

– Esgoto hoje é 21% tratado, a estimativa é de 100% tratado em 2030, com a construção da ETE em Olímpia (os dados apontam que 15% da obra foi realizada e 17 milhões de reais foram gastos);

– Limpeza pública chega a 100%  da cidade de Olímpia, porém, os resíduos são destinados para aterros comuns da empresa Controeste em Rio Preto (distante 60 quilômetros da cidade), o resíduo hospitalar é destinado para um aterro de Catanduva (distante 54 quilômetros);

A partir desses índices seguem os questionamentos:

Uma vez que, mesmo com as estratégias lançadas, o índice de eficiência de 74%, pode haver um colapso de 26% na geração e distribuição de água potável em Olímpia até 2030 se não houver quebra do desperdício. Qual estratégia o legislador pode tomar para tornar o sistema de produção e abastecimento de água eficiente?

Qual estratégia o legislador pode tomar para tornar menos dispendiosa a coleta de resíduos em Olímpia e região?

Qual a estratégia o legislador pode tomar para tornar para enfrentar a obsolescência dos aterros sanitários e das estações de tratamento de esgoto, que tendem a colapsar até 2030, mesmo ampliando os modelos?

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