21 de novembro | 2021

Câmara com Kokão parece pior que antes

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Alguém de quem se esperava um comportamento exemplar,
pela história, passado, comprometimento religioso, origem,
com tanta estrada a trilhar, deixando cascas de
bananas a dificultar sua caminhada futura.

 

DO CONSELHO EDITORIAL

A composição dos vereadores na legislação passada oportunizava à população um sem números de escândalos de ordem pessoal que envergonhava os cidadãos de bem desta cidade.

Muitas das matérias jornalísticas referentes ao Legislativo local geralmente eram impressas nas páginas policiais dos jornais, tamanho o número de Boletins de Ocorrência envolvendo vereadores.

Foi de acusação de importunação sexual a paredes pintadas com cruzes em um cenário que poderia se assemelhar a ritual de bruxaria.

Palavrões e xingatórios foram comuns naquele período.

Havia de tudo, menos discussão acerca do que poderia ser melhor para a cidade.

Com a renovação, não reeleição de vereadores, esperava-se que houvesse mudanças no quadro e que a cidade teria representantes do povo na extensão daquilo que a palavra prega.

Zé Kokão, advogado, evangélico, escolhido para presidir o Legislativo, inspirava na maioria a sensação de equilíbrio, sensatez e condução imparcial daquele espaço de poder.

Havia, e não poucos olimpienses, que supunham que sobre sua batuta aquele espaço de discussão da sociedade recomporia sua credibilidade e alcançaria as aspirações maiores da população local.

Até o presente momento não é isto que se pode perceber de sua esperada intervenção a favor de políticas públicas progressistas e inovadoras.

Como a maioria dos vereadores aderiu ao Executivo com unhas e dentes e, tudo indica, crê que na sabujice, subserviência, servilismo e omissão nos deveres de criar legislação e fiscalização, conseguirá, ao que se proclama por ai, pavimentar possível candidatura a prefeito.

Nada contra suas intenções futuras, desde que as mesmas, no presente, não reduza o debate legislativo a colunismo social com farta entrega de títulos e medalhas.

Nada contra suas pretensões, se elas existirem desde que não se cale quanto à quebra constante de decoro parlamentar que reduz a credibilidade daquele parlamento agora tanto quanto no passado.

Nada contra a que vereadoras e vereadores emitam suas opiniões nas redes sociais, desde que estas não sirvam para constranger, difamar e injuriar cidadãos que discutem mandatos de forma democrática e civilizada.

O que não pode e não deveria acontecer é o silenciamento por falta de coragem ou excesso de populismo expressado nas relações duvidosas da maioria com o Executivo.

Pode não haver nada de ilegal, mas há de imoral, que vereador, da tribuna da Câmara, atribua a população e não a si a obrigação de fiscalizar o Executivo e não haja uma voz para contraditar fala tão distorcida, como se todos concordassem com este absurdo, exatamente porque não fiscalizam o Executivo.

Tudo isto sob o comando de Zé Kokão que entrega comendas e medalhas em um repulsivo populismo caro e inútil bancado pelos impostos pagos pela população.

Enquanto isto circula a meia boca a história da prática de nepotismo cruzado em razão da indicação da esposa para cargo em comissão.

Não se discute aqui sobre a ilegalidade ou não da indicação, o que deve ser analisado a luz do direito pelo Ministério Público, se provocado, e bem o sabe o presidente advogado, no entanto, tal situação por mais que possa estar na legalidade, se estiver, é de difícil, ou impossível compreensão.

Alguém de quem se esperava um comportamento exemplar, pela história, passado, comprometimento religioso, origem, com tanta estrada a trilhar, deixando cascas de bananas a dificultar sua caminhada futura.

Tal comportamento avaliado a luz da racionalidade e das intenções de projeção política, demonstra um total despreparo para o cargo e uma total noção de impunidade e, o que é bem pior, cria na população a ideia de que o poder realmente corrompe e que o poder absoluto corrompe absolutamente.

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