28 de novembro | 2021

Carnaval, realizar ou não? O que você entende?

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 “Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão Günther Anders escreveu essa reflexão premonitória: Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, nada deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…

Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista….. que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo. Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita. Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade. Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado… Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal′′.

Günther Anders – A obsolescência do homem – 1956. (Compartilhado de Armelindo Passoni).

SE VOCÊ LEU O …

… olho da coluna desta semana e entendeu o que está escrito, teve uma visão do que está acontecendo hoje, que foi escrita simplesmente há mais de 60 anos atrás.

O PIOR É ENXERGAR …

… tudo isso e se sentir de mãos atadas, impotente, para mudar este estado de coisas e apenas esgoelar aos quatro cantos que tudo isso leva ao ódio que está cegando e fazendo com que a maioria esmagadora da população viva adestrada como animais de estimação sem direito a ter conhecimento suficiente para decidir nem quem é, nem ter ideia do que pode ou poderia ser.

E ESTA SITUAÇÃO …

… ficou gritante nos últimos dois anos, quando, por conta deste adestramento através do reflexo condicionado grande parte do rebanho humano foi levado a “achar” (pois não tem capacidade de refletir ou pensar) que a ciência não funciona e acabou ajudando a matar milhares de pessoas por conta de uma pandemia que seria dominada com simples medidas de contenção pessoal tudo teria sido diferente (se todo mundo tivesse usado máscara e não tivesse aglomerado e nem fungado no cangote de quem não convive).

AGORA, VIVEMOS …

…um momento crucial e que devido ao fato de termos conseguido atingir um índice razoável de vacinação, os números praticamente foram reduzidos a zero. Mas a pandemia não acabou. Na Europa volta a assustar e já se fala em uma quarta onda.

COM A CHEGADA …

… do final do ano, Olímpia começa a viver a euforia das festas, das reuniões familiares e dos grandes eventos onde a população acaba se concentrando e causando a possibilidade de uma recaída na situação tranquila que se conseguiu chegar.

NOSSOS NÚMEROS, …

… são expressivos, com a quase a totalidade da população adulta e 80% de todos os moradores da cidade vacinados com as duas doses, além de quase 10% já com a terceira dose.

ENTÃO, TÁ …

… tudo certo? É só partir pra gandaia. Elementar que não meu caro leitor. A vacinação cria uma barreira contra o vírus que pode ser controlado, mas não elimina a possibilidade de contaminação.

E UMA VEZ …

… aglomerado, sem máscara e todo mundo fungando no cangote do outro, não tem como: o vírus pode ser propagado e, em sendo, criar cepas novas mais agressivas e que possam driblar a barreira vacinal.

GRANDE PARTE …

… dos cientistas é terminantemente contra qualquer tipo de aglomeração que possa abrir brecha para que isso possa acontecer, portanto, são enfáticos em se colocar contra a realização destas promoções.

AÍ, GRASSA, …

… pelas redes os grandes “desfoques” sobre o tema. Claro, sempre com viés do próprio umbigo de quem está se postando contra ou a favor, geralmente, de maneira agressiva, como se fosse detentor da verdade absoluta, o mestre dos mestres e não tivesse sido formatado, ou condicionado, da mesma forma que o cachorrinho de estimação para vomitar teses que nem sabe de onde vieram.

A BOLA DA VEZ …

… é o carnaval. Realiza ou não? Os evangélicos (onde vários desrespeitaram as regras de contenção e em Olímpia teve os que morreram também) sente-se que querem acabar com esta festa satânica. Portanto, não porque pode trazer de volta o terror dos picos da pandemia, mas porque, assim como o Curupira, querem demonizar o evento, acabar com os momentos de Sodoma e Gomorra.

AÍ SE TRAVESTEM …

… até de defensores da ciência (sempre grande parte, nunca a totalidade). Deixam de ser os negacionistas que foram durante os momentos cruciais da pandemia.

DE OUTRO, OS …

… que defendem ou se postam contra ou a favor meramente porque têm que seguir o que dizem os seus Deuses WhatsApp, Facebook ou Instagram, por onde recebem as frases de efeito que vomitam sem saber porquê.

MAS, SE A GENTE …

… for tentar fazer aquele exercício que parece que estica o cérebro, é muito exaustivo para “n” número de cidadãos, vamos chegar cada um a sua própria conclusão, mas, pelo menos mais abalizada, mais enriquecida de informações.

ENQUANTO GRANDE …

… parte dos cientistas se posta contra, outros citam exemplos de experiências realizadas principalmente na Europa para se postar a favor, mas com cuidados e regras que possam evitar que o vírus consiga furar o bloqueio vacinal.

NA EUROPA, …

… num primeiro momento, os eventos eram realizados, com a exigência de testes anteriores aos eventos. Depois passaram a exigir o tal do passaporte vacinal, ou seja, só entrava nos eventos quem havia sido vacinado.

CLARO QUE …

… nada é 100%. Sempre ocorreram contaminações de um ou outro, no entanto, em índices pequenos.

DENTRO DESTE …

… contexto, existem os representantes da ciência que defendem a realização destes eventos, mas … desde que uma coisa ou outra seja exigida e … que se use máscara durante suas realizações.

EM OLÍMPIA …

… teremos um grande show na passagem do Ano Novo em que a prefeitura ainda não divulgou se exigirá o passaporte vacinal. E o carnaval de rua irá decidir se realiza ou não apenas após as festas do final do ano.

NA REGIÃO, …

… várias cidades já confirmaram que não vão realizar a “Festa de Momo”, Rio Preto inclusive.

José Salamargo, esperando ter ajudado a entender o que está acontecendo. E, como sempre, para não perder o costume, ficam as perguntas: você se enxergou dentro do quadro apresentado pelo filósofo Günther Anders (pseudônimo de Günther Siegmund Stern que foi um jornalista, filósofo e ensaísta alemão de origem judaica, casado com a também filósofa Hannah Arendt)? E qual é a sua opinião sobre a realização do carnaval no ano que vem? Não xingue, apenas pense, reflita e responda de você para você mesmo.

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