25 de outubro | 2021

Como pode imperar o ódio e a agressão se Deus está acima de todos

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“Quando julgo alguém, julgo a mim mesmo, pois eu sou o meu
próprio modelo. Então, tudo que é diferente
de mim não presta, não serve?”
Mestre Baba Zen Aranes.

 

DEPOIS DE FICAR …

… todos estes anos observando os comentários das redes sociais e mais antigamente os próprios fuxicos de boteco, das comadres conversando nas calçadas e procurando entender o porquê de tantas agressões e tanto ódio, de tanto julgamento; ao esgotar as causas sociais, educacionais, econômicas e filosóficas (como moral e ética), enfim, as que chegam primeiro ao entendimento da razão, foi preciso buscar a observação também sob a ótica religiosa, para se chegar a apenas mais um conceito, uma teoria.

CLARO, OS PRIMEIROS …

… focos da busca do esclarecimento, começam na formação do próprio ser humano que ganha cada vez mais influências de método, de formas e, agora, principalmente da tecnologia.

NESTE ASPECTO, …

… as conclusões, quase sempre, chegam ao entendimento de que, desde os homens das cavernas, a capacidade de confrontar as imagens obtidas pelos sentidos que só os humanos têm e viveram uma verdadeira revolução com o desenvolvimento das formas de comunicação que criaram linguagens capazes de transformar o impulso, a reação instintiva do animal em emoção (instinto pensado) que, sob o crivo da consciência, transforma tudo em julgamento cujo resultado pode ser chamado de verdade de cada um.

CONFUNDIU TUDO? …

… Deu o chamado nó no cérebro. Não esquenta, cérebro é pra isso mesmo. Mas, mesmo nos tempos das cavernas, com a limitação da linguagem, o humano tinha a capacidade de ir além da reação e conseguia enxergar novos rumos através da colocação na prática dos seus impulsos obtidos pelo confronto de imagens de situações já ocorridas com possíveis situações futuras, o pensamento, que gera suposições que podem ser colocadas em prática.

VIXE, PIOROU MAIS AINDA, …

… até o colunista agora ficou empacado, deu embotamento cerebral.

VAMOS PARAR …

… por aqui então. Mas resumindo, o homem é formado pelo aprendizado, depende de desenvolver sua capacidade de pensar. Se ficar, desde o nascimento, sem contato com outros seres humanos, confinado, ficará muito próximo dos outros animais; isolado, será pior do que um homem da caverna.

PORTANTO, …

… sua descendência genética humana terá pouca importância, pois sua maior diferenciação de outros animais depende de seu desenvolvimento, de sua educação. O bebê humano não sobrevive sozinho às exigências da natureza, depende por anos a fio de formação.

SINTETIZANDO …

… mais um pouco, todos somos frutos da formação, primeiro dos pais, parentes e do local onde vivemos (moral, traumas, complexos) e, ao depois, com o conhecimento adquirido (educação formal ou pela experimentação), alguns poucos chegam a libertação do autoconhecimento e do enxergar do mundo, mas, quase sempre, o tempo, que não para, é cruel e interrompe sua jornada.

RAPAZ, AO INVÉS …

… de ir direto ao assunto, parece que a coisa se complica cada vez mais. Agora já não é nem nó no cérebro. É como se tivessem arrancado o cérebro do colunista (explicando para o leitor, esta é uma conversa do titular do corpo, o Zézé, filho da Sofia, com o ser que pulsa dentro dele – um dos que acessam o seu inconsciente, o chamado Baba Zen Aranes).

MAS O QUE …

… isso tudo tem a ver com o tema que se está a discutir? Elementar, meu caro Zezé, dentro desta formação humana que todos os brasileiros recebem está a formação religiosa cristã, baseada na maior obra literária de todos os tempos, a Bíblia, com suas metáforas e linguagem que são capazes de dar embasamento a conceitos mil, até para os maiores vilões e assassinos da história.

TUDO POSSO …

… em nome do senhor. Será? Tudo pode ser distorcido e interpretado à maneira que melhor convém quem está interpretando. Ou o Brasil não está acima de todos e Deus acima de tudo? Ou milhões não foram mortos acreditando que estavam a defender uma causa divina.

MAS, O PIOR …

… é que contrapondo tudo isso, a estas próprias interpretações, está o filósofo Jesus que, pelo menos até agora, oficialmente, não tem prova de ter deixado nada escrito, mas, pelo que dele disseram e escreveram, pregava o amor incondicional e dizia: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

COMO POSSO …

… amar o meu próximo e desejar que ele continue na escravidão, sem direito nem a enxergar que viver é muito mais do que 90% têm o direito, pela estrutura existente, de enxergar ou saber? “Pobre é tudo vagabundo, pois tem muito quintal para carpir por ai. Mas eu e meus filhos podemos ficar o dia todo apenas esperando que os juros aumentem e remunerem o meu capital. Aliás, as boas escolas ensinam como economizar e aplicar para não ter que trabalhar. Quer dizer, então que ser feliz é ser vagabundo? Com dinheiro, lógico.

E O PIOR …

… é ver que as frases de efeito são defendidas pela maioria dos escravizados que, como animais, têm o tapa-olhos incrustado por uma moral milenar que tem como arma principal uma educação que ao invés de libertar cria e adestra os animais humanos para, através do ódio e da barbárie, continuarem a lutar pelos seus próprio algozes como se estivessem cumprindo os desígnios de Deus.

MAIS GRAVE AINDA…

… é saber que este mesmo paradigma composto sempre de frases e conceitos de efeito que levaram a humanidade ao estágio de hoje, que fizeram o mundo viver esta situação estapafúrdia de que uns são mais abençoados que os outros, esta hipocrisia que sustenta esta desigualdade desde muito antes de Cristo, onde sempre mais de 90% da população é escrava de uma minoria de 10% são ungidos que no fundo sabem que são “vilões”, mas justificam sua situação tendo suas máculas mais superficiais perdoadas ao frequentar missas, cultos, sessões espíritas, ou outras atividades, acreditando que estão perdoados.

CLARO …

… que existem exceções e isto é uma luz no fim do túnel, que mostram que, através de educação libertadora, pode-se atingir estágios diferentes, por exemplo, como os que se verificam em vários países da Europa atualmente, onde vige a chamada social democracia.

José Salamargo, questionando como pode existir tamanha discrepância entre o que pregava o filósofo Jesus e o que interpretam muitos dos que dizem seus seguidores, se digladiando como animais que apenas reagem, ao invés de lutar para que todos consigam se conhecer e conhecer a própria realidade para buscar a dignidade. Será que é esta verdade e só esta verdade que nos libertará?

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