13 de agosto | 2022

É Folclore. Há queixas, mas houve melhorias e muitas

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“Como tudo que se faça pela ou em prol da sociedade,
sempre, por direito democrático, a crítica
se fará presente, procedente ou não”.

 

Do Conselho Editorial

Folclore já sinaliza para o final e, depois de um tempo sem ter ocorrido de forma presencial, a festa voltou com ânimo e desejo de se retomar com todas as forças possíveis e imagináveis.

Há um volume de críticas relacionadas à segurança, a poeira, dificuldades de se ver o palco principal, desatenção com os grupos folclóricos, e até de a música sertaneja se sobrepondo ao motivo da festa, entre outras mais.

São queixas que deveriam ser debatidas ao longo dos anos pelos organizadores, que deixam a impressão de que o festival é meio desorganizado, ou adota um sistema muito anárquico para buscar resultados até positivos, pelo tanto que se persiste em erros tão repetitivos e sanáveis.

Certo que parte da população sofre de um negacionismo de raiz, de essência, de berço, que vem desde o nascedouro e só não se queixará da morte por falta de espaço e vida.

Voltará, possivelmente em forma de espírito para azucrinar a vida dos que ficaram por aqui, arrastando correntes em casas abandonadas, agitando lençóis, assustando distraídos madrugada afora nas imediações dos cemitérios.

Tem gente que é mesmo assim, sem noção do ridículo; sem bom senso nas críticas; exagerada nas acusações; e há aquelas ponderadas que sabem que situações problemáticas se arrastam por anos no período do Folclore.

Estas deveriam ser debatidas no período anual que separa um evento festivo de outro. A decoração que atrapalha que se possa ver o palco de alguns ângulos, a demora que ocorre para ter acesso ao recinto, a truculência da segurança contratada, a poeira, o excesso de som extrafolclore atrapalhando que pessoas nos arredores possam se deleitar com o espetáculo folclórico.

Coisas simples, de fácil solução, que se arrastam desde quando, no improviso, sem muita verba e com muita dificuldade o professor José Santana conseguia organizar o Festival com o que dispunha na ocasião.

Afora isto, há muito que se comemorar em relação à retomada do Festival do Folclore, que merece louvação, já que tudo indica a receptividade ao Festival, a possibilidade do mesmo voltar a ter o reconhecimento nacional se fez notar no primeiro dia de festa.

O Recinto passou por reformas que eram necessárias e tudo indica que a continuidade das obras modernizará aquele espaço tornando-o mais confortável e apropriado para o Festival e outros eventos que ali possam ocorrer.

O anúncio de uma parceria com a Fundação Roberto Marinho visando a construção e manutenção de um Museu do Folclore no Recinto, nos moldes do Museu da Língua Portuguesa, é, sem sombra de dúvida, a grande notícia deste ano em relação a retomada do festival.

A renovação do Museu do Folclore de Olímpia contará com um investimento de R$ 1,4 milhão. As obras começaram em junho e devem ser concluídas em dezembro de 2022.

Com o novo projeto, a ideia é que o espaço seja uma instituição que celebre o folclore durante todo o ano, ampliando a comunicação com o público a partir da implantação em uma nova sede, no Recinto do Folclore.

Será agregado ao novo Museu do Folclore a linguagem digital nos moldes do Museu da Língua Portuguesa, colocando as discussões sobre o folclore no patamar da linguagem que grande parte das pessoas está acostumada a vivenciar mais.

Como tudo que se faça pela ou em prol da sociedade, sempre, por direito democrático, a crítica se fará presente, procedente ou não, motivada por picuinhas políticas ou alma amargurada, deveria servir de baliza para que o poder público possa mudar rumos e intentar errar menos, ou acertar mais.

O importante é que é Folclore. Há queixas, mas houve melhorias e muitas.

Que haja muitos mais queixas, muito mais melhorias e muitos mais festivais.

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