13 de setembro | 2015

O Legislativo e o Executivo discutindo questões menores para desviar o foco do principal

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Do Conselho Editorial

Com todo o desgaste que o poder Legislativo e o poder Executivo têm sofrido ao longo dos anos, percebe-se a persistência nas mesmas fórmulas gastas de sempre.

Vive-se do lado do poder Executivo a cansada e batida ideia do antigo “pre­fei­tão obreirista” que tinha os pés sujos de barro de obra que se estendia por milênios e chegaram até aqui.

O eterno mito do jardim inacabado do rei Arthur da Távola Redonda, invencionice de alguns intelectuais que forçaram a história de que o Rei Arthur depois de suas batalhas se distraía na construção de um jardim onde ia adicionando sempre novos detalhes tornando infindável a sua construção.

Assim foram muitos governos passados em Olímpia e parece que assim é até o atual governo de Eugênio José Zuliani que se preocupa muito mais com o número de obras exibidos à população que seu funcionamento.

Geninho, que não é nenhum Gênio, vai fazendo e, ao que tudo indica, sem se perguntar da utilidade e serventia social do planejado, tanto não se pergunta que iniciou várias obras e foi como criança mimada deixando seus brinquedinhos inacabados e sendo demolidos pelos cantos da cidade.

Não se pretende que seja Eugênio um Antoni Gaudi que no fim do século 19 e início do 20 projetou e construiu casas, edifícios e templos que se tornaram marcos da história da arquitetura e são visitados por milhares de turistas todos os anos.

Inspirado nas leis da natureza, ele transformou suas construções em novos modelos coloridos e cheios de formas sinuosas.

Baseado na cultura de manuseio de ferro dos artesãos espanhóis forjou grades e portões que eram verdadeiras esculturas utilitárias.

Nosso gênio local, contrário a isto, na estância turística pouco faz em sua administração que possa ser atrativo para o turista, vai entulhando a cidade de mais do mesmo, entulhando o povo de cacarecos vendidos como se fossem novidades e não ampliando a gama de possibilidades daquilo que poderia ser atrativo, por demonstrada falta de criatividade.

Nem falemos do Museu do Folclore, do Recinto abandonado durante o ano, da velha e querida estação de trem, da abandonada rodoviária, dos abandonados trevos da entrada da cidade, ou dos belos e antigos casarões abandonados a sua própria sorte, nem lembremos do que sobrou da velha fonte luminosa, ou do farol onde era a beneficiadora de arroz.

E tantas outras belezas que poderiam ser resgatadas e não são, e tantas outras que poderiam ser criadas e também não são entregue que está o poder Executivo local ao famoso arroz com feijão mal temperado.

O Legislativo, o pior dos últimos 100 anos, quando não mostra legisladores engalfinhados em disputas pessoais, verdadeiras lutas livres de egos inflados e guerras para disputar crédito de vulgaridades e medalhas e títulos, se curva aos desejos e encantos do Executivo como se fora extensão de si e não poder representante da voz do povo.  

Os dois poderes que na Constituição são independentes entre si, que deveriam ser harmônicos mas nunca atrelados, nesta cidade parecem ser um só, tanto que se discute pelas ruas que a proposta de diminuir os salários de vereadores é mais uma das inúteis propostas legislativas apresentadas e retirada pelo edil responsável por ela.

Há quem propague e seja favorável a ideia da fusão dos dois poderes vistos aparecerem ser um só, lógico que se respeitando a exceção que sempre há, isto diminuiria as despesas e evitaria a falsa ideia de independência que nossos legisladores não se esforçam para demonstrar que existe.

E às vezes forçando a barra, apresentam propostas como esta da diminuição de seus salários objetivando aparecer na mídia com possíveis diferenças em um Legislativo onde o lugar comum infelizmente floresce. Tanto que, por detrás da proposta de diminuição dos salários dos vereadores, segundo o que se comenta, estava oculta a de aumento das despesas dos vereadores e do aumento de número de cadeiras, mas como isto não é ponto positivo na agenda foi ocultado da mídia.

O que sem sombra de dúvidas mostra um Legislativo e um Executivo muito próximo, no que tange a falta de imaginação e criatividade, de cuja cartola de mágicas, ao invés de pombos brancos da paz saltam cobras e lagartos indesejáveis ao bem comum.

E passam anos, décadas, séculos e continuam o Legislativo e o Executivo na mesmice de discutir questões menores sempre com o objetivo de desviar o foco do principal.

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