24 de novembro | 2019

O onipotente jogando com a destruição dos oponentes e a imbecilidade dos mais pobres

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“Se tudo está ruim. Está se sentindo abandonado. Num mundo que não tem mais espaço para você. Saiba que tudo pode piorar ainda mais”.

Mestre Baba Zen Aranes.

CAINDO NA …

… real, seria ilógico defender que o atual gover­nante municipal seja o melhor prefeito que Olímpia já teve. Mas também seria incoerente afirmar que ele não integre a lista dos menos ruins.

O NOBRE …

… leitor poderia questionar que as últimas reflexões feitas neste mesmo espaço não suportariam tal afirmação do colunista, visto que teriam mostrado o lado obscuro do atual mandatário.

ESTA TAMBÉM …

… pode ser uma interpretação lógica do ponto de vista da impressão que fica quando se está a questionar aspectos que possam ser classificados como negativos de um político.

NO ENTANTO, …

… ao se romper as amarras do a favor ou contra e tentar compreender as análises aqui esboçadas pela ótica da busca da narrativa mais próxima da realidade, poderá se chegar à conclusão que aqui também nunca se negou que o alcaide atual  seja um bom administrador.

TODAS …

… as críticas levam à falta de transparência, ao mandonismo, às decisões politiqueiras sempre visando a permanência no poder (ou seja, tendo o Príncipe, de Maquiavel, como verdadeira Bíblia), à onipotência com que impõe suas ideias, exigindo que seus colaboradores sejam meros lacaios ou robôs programados para apenas cumprir ordens e, principalmente, por querer impor um neolibera­lismo econômico, onde demonstra sua opção intransigente pela elite rentista local, desprezando a maioria da população que, em Olímpia, pode ser considerada pobre, com grande contingente de miseráveis.

DESDE SUAS …

… primeiras manifestações pela Rádio Cidade, já demonstrava que sua opção era essa e todas as suas medidas seriam voltadas para o fomento dos negócios (não se importando de ser visto como também um grande investidor) e não a geração de empregos, a justiça social, ou a melhor distribuição das riquezas produzidas pelo município.

DENTRO DESTE …

… contexto de que desde que mundo é mundo 99,99% dos que governam, o fazem para manter o status quo em que a grande maioria tem que continuar pobre para manter uma minoria privilegiada,  não há como negar ou deixar de enxergar a sua competência.

CONSEGUIU …

… Conseguiu terminar obras importantes que se arrastavam por anos a fio, deixadas pelo governo anterior e, mesmo através de um projeto de fortalecimento do turismo um tanto quanto tímido, baseado muitas vezes na maxi­mi­zação irreal de dados, está conseguindo solidificar a principal vocação econômica de Olímpia cons­truída pelo eterno prefeito sem pasta, Benito Benatti.

DEVAGAR, …

… vai mudando o perfil do turista que vem para Olímpia, aumentando o número daqueles que vêm para ficar mais de um dia na cidade, se hospedar na rede hoteleira e, por conseguinte, ter mais tempo para gastar na cidade. Mas, ainda tendo como base os visitantes de cidades num raio de 200 km que aqui aportam no período da manhã e vão embora no final da tarde, o chamado “day-use”.

MAS COMO UM …

… ditador de gabinete, onipotente e onipresente, também parece ter delineado um plano para se livrar de possíveis oponentes que pudessem mudar o panorama da próxima eleição, onde tentará se reeleger: o surgimento ou o fortalecimento de algum nome que pudesse fazer com que em 2020 o povo olimpiense escolhesse o melhor, não o menos ruim.

E É DENTRO …

… deste cenário que se acredita que o ditador de Olimpiã, sem til e sem acento no i, e Festança, tenha elaborado o seu projeto de reeleição.

CONSEGUIU …

… seu intento trabalhando desde o início de seu governo para eliminar qualquer possibilidade de crescimento político de possíveis rivais, usando para isso o caos da Saúde, que poderia, segundo ele mesmo disse no início, ter sido resgatada, mas continuou capenga até que fossem destruídas as imagens de seu vice (e por conse­quência de seu pai) e, principalmente do segundo colocado nas eleições de 2016, dando para ele abertamente o direito de dirigir a secretaria do caos, sem ser nomeado para tanto, mas arcando com as consequên­cias de sua própria incapacidade administrativa. Jogada de gênio da politicagem.

E O QUE É PIOR: …

… todos continuam desfilando ao seu lado (fingindo ou não), fazendo parecer que não entenderam nada do que aconteceu, ou por outras razões que não consegue imaginar a nossa vã filosofia.

E É NECESSÁRIO …

… admitir que sua formação algorítmica o levou a construir um panorama propício para a sua reeleição, colocando-se no nível do Steve Bannon que teria sido o articulador do Bolsonarismo.

DEUS FERNANDO …

… simplesmente conseguiu destruir as imagens de seus principais opositores e não deixar que nenhum outro crescesse. Além disso, sabe-se lá por que vias, também pode ter conseguido brecar qualquer tentativa de criação de um novo nome ou fortalecimento de um já existente, por parte daquele que ele mesmo sempre fez todos entenderem como o seu principal opositor, o imperador Genial, hoje reinando em outras plagas.

CLARO, …

… poderia estar divagando o nobre leitor, então vai ter que sair como candidato único na próxima eleição? Obviamente que não. Pois a própria história do nosso coronelismo político dá a resposta. Quantas vezes não foi combinado o chamado candidato de mentirinha? Que sai para polarizar e não deixar que o candidato do grupinho que domina a cidade desde sua fundação (os farinhas do mesmo saco) eleja o verdadeiro candidato de sua predileção.

E SE VOCÊ …

… também for além e argumentar que o deus Fernando conseguiu transformar Olímpia em Casa Grande e Senzala, abandonando os pobres (a grande maioria da população e aí incluindo-se também este colunista) confinados em seus guetos e isso poderia fazer crescer sua rejeição e levá-lo à derrota, saiba que tendo a elite e a classe média na mão, ele também é sabedor de técnicas que fazem os pobres como nós, mas os mais desprovidos de capacidade reflexiva, votarem nele. Tem muito pobre que em época de eleição vota pelo QI – quem indica.

José Salamargo – parodiando o grande Gilberto Gil, descrente de que algum super-homem venha nos restituir a glória, mudando como um Deus, o curso da história.”

 

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