28 de fevereiro | 2021

Olímpia chega aos 118 anos em meio ao caos e sem perspectivas de futuro

Compartilhe:

“Pior do que não ter o que comemorar é ter
que aceitar que um ser minúsculo, microscópico
, está corroendo as suas raízes, destruindo
suas entranhas e você, inerte, prostrado,
incapaz de resolver a situação. Esta é
a Olímpia que chega aos 118 anos”.
Mestre Baba Zen Aranes

OLÍMPIA CHEGA, …

… nesta terça-feira, 02 de março, ao seu 118.º aniversário de fundação numa situação inusitada e que não encontra semelhança em nenhum outro episódio de sua história.

A MENINA- MOÇA, …

… está adoecida, em depressão, por ver o que se acredita ser mais de duas centenas de mortos num curto espaço de tempo, vítimas, direta e indiretamente, de um inimigo invisível, totalmente desconhecido e difícil de combater, pela impossibilidade de prever com certeza os estragos que provoca e com clareza quais seus métodos de guerra.

NEM SUN TZU, …

… em sua A Arte da Guerra, conseguiria chegar perto de uma fórmula para lidar com inimigo tão complexo.

A CAPITAL NACIONAL …

… do Folclore teve que se contentar com um festival virtual, com recordações dos áureos tempos e algumas apresentações sem público, apenas transmitidas pela internet.

E O QUE É PIOR, …

… o mesmo processo pode se repetir este ano, pois o inimigo, por enquanto, é o grande vencedor de todas as batalhas, pois o país é o segundo do mundo em número de mortes (chegou a 250 mil) na quinta-feira e, no mesmo dia, seu presidente, que parece ter tido o cérebro afetado pelo ser microscópico, fez campanha contra o uso de máscara e o isolamento.

E A ESTÂNCIA TURÍSTICA …

… está combalida por já um ano de pandemia, com um desempenho pífio em termos de turistas, e próximo de ter que experimentar outro período de paralisação quase total em razão do fechamento de seus parques, em razão de estar experimentando mais um pico da epidemia que tanto sofrimento está causando a milhares de seus filhos. Pois, quando não mata, deixa sequelas. Sem contar que as doenças que ele causa demoram a ser curadas, às vezes, acabam acompanhando o ser pelo resto da vida.

PORTANTO, …

… não há como não entender que esta sempre jovem senhora de 118 anos, não tem como saber se vai ter muitos anos de vida alegre e saudável, ou se vai amargar sua “idosidade” com uma vida sem qualidade, sem condições de explorar todo o potencial conseguido por seus filhos ao longo de todo este tempo mesmo com toda a experiência e conhecimento adquiridos.

COMO FILHO …

… desta terra, descendente de coronéis, cujos filhos não conseguiram manter o mesmo domínio, mas que trocou o cano do revólver e o estalar das chibatas para impor suas ideias e vontades pelas balas produzidas pela máquina de escrever, hoje dedilhar de teclas de computador, também me quedo inerte diante deste rincão que amo, amei e vou continuar amando por todos os dias que me restam.

CONFESSO …

… que, mesmo enxergando e sentindo de perto todas as nuanças que permeiam o atual momento vivido pela minha comunidade, não consigo ir muito além daquilo que parece ser consenso atualmente entre quem está antenado com os fatos pandêmicos.

NÃO EXISTE …

… previsão consubstan­ciada em dados confiáveis que levem a um panorama futuro palpável, acreditável. Isso porque, ainda não foi apurada muita coisa concreta sobre este vírus que é um ser mutante, vai se adaptando para sobreviver dentro de seus hospedeiros e provocando estragos cada vez maiores.

NEM AS VACINAS …

… foram testadas à exaustão como manda a ciência. O que existe são convicções destes ou daqueles cientistas e até as experimentações, base da ciência moderna, são relativas, com universos pequenos e que não podem ser consideradas como teorias objetivas, a chamada boa teoria.

MESMO ASSIM, …

… a única saída a curto, a médio e a longo prazo, é a danada da vacina que ainda poderá ser melhorada, adaptada às novas cepas, às novas variantes que estão surgindo e continuarão a surgir.

MAS, ENTENDO …

… que na história mundial, não existe bibliografia para o atual momento. Este bichinho é complicado, pois ataca os dois motores da vida de qualquer ser humano (os aparelhos respiratório e circulatório).

E HUMANOS QUE …

… somos, passamos a correr risco de morte, de debilitação permanente ou transitória e até risco de morte nos meses subse­quentes também pelas sequelas que o conjunto de doenças que ele provoca e denominaram de Covid-19.

MAS, TODA COMUNIDADE …

… é formada justamente destes seres chamados humanos, com diferentes níveis e formas de capacidade intelectiva. E este conjunto se transforma em outra coisa, uma roda viva que também é responsável pela sobrevivência dos bípedes que pululam pelo espaço físico que delimita o município.

PELO SISTEMA …

… vigente, todos têm que desenvolver algum tipo de atividade pela qual será atribuído um valor que possibilitará a sua subsistência. Claro, os mais espertos ou os privilegiados pelos bens de família, sempre subsistindo melhor que os outros. Mas todos correndo os mesmos riscos deste inimigo mortal que não escolhe quem atacar, ataca e atraca.

COM EXCEÇÃO DAS ÁREAS …

… agrícola e até alguns setores da indústria, o resto passou e está passando por maus bocados e muitos estão em situação pré-falimentar, principalmente em razão do turismo que, quer queiram ou não, é responsável por aproximadamente 50% da economia local.

SE AS EMPRESAS …

… não empregam porque não conseguem se movimentar, os trabalhadores não trabalham e não ganham. Se não ganham, não compram. Se não compram, outros setores também deixam de funcionar. Outros empregos deixam de existir. É um movimento cíclico que não tem como não enxergar que todos são atingidos, desde o grande empresário até o mais humilde trabalhador.

EM QUE SITUAÇÃO …

… chegou esta idosa senhora que já foi moça, folclórica e hoje é turística, de ter que ver seus filhos passando por tantos transtornos, sem ter o que fazer, pois o inimigo é assustador e imprevisível.

A SAÍDA …

… que sempre parece estar no equilíbrio, desta vez não encontra base de sustentação nem neste princípio muito aplicado. Pois também não tem explicação na história e nas outras ciências. Tem que ser experimentado a todo instante. É prosseguir e regredir, tentar e reformular, fazer e recuar, mas não desistir, seguir tentando, experimentando para achar a saída. E torcer para que ela não leve a um caos maior ainda do que já estamos experimentando. Pois sempre tínhamos a esperança de que alguma coisa iria acontecer para que todos vivessem numa cidade, num país mais justo, mais inclusivo. Agora, este ser amaldiçoado está tirando até a esperança e … se ela é a última que morre, como diz o ditado, o que vai sobrar?

José Salamargo … desejando para este rincão que me viu nascer e me embalou até hoje, que seus filhos consigam encontrar um caminho, um rumo, que pelo menos leve a dias melhores. Parabéns Olím­pia pelo que foi até aqui e o mais profundo desejo que consiga se recuperar desta doença assustadora que a acometeu e que em breve possa estar altiva e orgulhosa de seus filhos, como sempre foi.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas