24 de setembro | 2017

Os meandros da Pedofilia

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OSCAR ALBERGARIA PRADO

É alta a criatividade e malícia utilizadas pelos pedófilos que procuram abusar dos jovens. Utilizam-se do desconhecimento, da ingenuidade para ganhar sua confiança.

O fato dos jovens estarem dentro de suas casas não significa que estão protegidos, pois as ameaças e perigos do mundo virtual são até maiores que no mundo real.

Não se pode deixar de fiscalizar o que crianças e jovens estão acessando em seus celulares, tablets e notebookes, além de outros meios utilizados nas redes sociais. É preciso que os pais tenham conhecimento do que seus filhos vêem e com quem estão se comunicando.

Isto não significa que está havendo desrespeito à privacidade dos jovens, pois é mais importante cuidarmos da segurança deles, protegendo-os contra as ameaças que podem prejudicá-los, tanto quanto em relação à saúde, mas também à integridade física e mental. Precisamos, como pais, proteger nossos filhos seja dos riscos reais ou virtuais.

Há distinção em relação ao que significa pornografia infantil e pedofilia.

A pedofilia é tratada como um desvio no desenvolvimento da sexualidade, já a pornografia infantil está presente em alguns artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente pela simples exposição de cenas de nudez que envolva crianças ou adolescentes, desde que contenham conotação pornográfica.

São diversos os sinais que são apresentados pelos jovens que vêm sendo molestados virtualmente. Podem apresentar alterações de comportamentos, sutis ou mais evidentes, fecharem-se em seus quartos, mostrarem sinais de irritabilidade ou evitamento, mudanças de padrões e horários, dificuldades escolares, alterações de sono além de outras.

Portanto, os pais, ou qualquer outro responsável, precisam estar atentos a esses sinais. Quando são apresentados alguns desses sinais, mesmo que o jovem diga que nada está acontecendo é importante que se proceda a uma investigação.

É imprescindível o diálogo entre pais e filhos sobre diversos assuntos da atualidade e também comentando sobre os riscos que os filhos podem passar em diversas áreas. Mas é muito importante que esse diálogo não se constitua em “lições de moral” ou sermões, porque isso só vai servir para afastar os jovens.

Nada impede que os pais utilizem de sua autoridade, o que é diferente de autoritarismo, quando os filhos se mostram inacessíveis.
A responsabilidade sobre os filhos é dos pais, que devem educá-los e darem a eles o sustento a que têm direito. Mas eles também têm o direito de decidir o que é melhor para eles, até que eles mesmos cresçam e então assumam o controle de suas vidas, como adultos.

As autoridades devem ser alertadas quando se descobre que um filho está sendo vítima de abusos virtuais ou reais. Além dessa medida devem limitar o acesso do jovem aos meios por onde o abuso ocorreu.

Os pais devem buscar estar atualizados sobre o que está acontecendo no mundo tecnológico e sobre as ameaças virtuais. Devem sempre buscar saber o que seus filhos acessam na rede virtual e com quem estão mantendo contato.

É bem verdade que todas as medidas que possam ser tomadas não vão impedir que os pedófilos continuem a agir, no entanto, certamente irão limitar o alcance dessa prática.

Oscar Albergaria Prado é advogado militante em Olímpia.

 

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