10 de dezembro | 2017

Pobre é escravo e escravo nunca existiu como humano. Somos meros animais? Ou até menos que isso?

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AINDA MEIO …

… cambaleante em razão do ataque destes bichinhos que a gente não enxerga, não consegue ver, mas que nos deixam combalidos, os tais de vírus, bactérias e afins.

A “TAR” DA GRIPE …

… veio com tudo. Não pediu nenhuma licença, nem a poética, atacou com tudo. Corpo ruim (diferente do corpo mole que a gente tem sempre mesmo sem ter nada), voz de caverna, tosse constante, suor em bica (toda vez que toma remédio).

EM ESTADO …

… zen “bumdista”, ou seja, com a bunda o tempo todo na cadeira, sem vontade nenhuma de levantar, o jeito foi tentar fazer alguma coisa para amainar o estado de apatia. E aí, por força da insistência, este jornalista continuou pesquisando sobre o tema que mais tem cara­minho­las em sua cachola: o avanço da tecnologia e conse­quente revolução que está em andamento.

A GENTE …

… normalmente não está se dando conta, a revolução tecnológica está chegando e está modificando tudo. Da economia ao comportamento.

MAS O QUE …

… está causando mais espanto e incompreensão neste ser, acostumado a se acalmar apenas quando consegue enxergar as respostas para as suas interrogações, ou seja, quando consegue encontrar a sua própria verdade, é o fato de não conseguir visuali­zar como ficarão os pobres coitados dos sem cultura, dos sem conhecimento, os des­camisados de formação.

ALIÁS, …

… se a gente tentar buscar na história, pobre nunca foi considerado gente, que dirá cidadão portador de direitos.

DESDE …

… que mundo é mundo, pobre é massa de manobra produtiva e incumbida de produzir o sustento de seus senhores, seus proprietários.

ANTES …

… do surgimento do capitalismo, o homem vivia em pequenos grupos que dividiam tudo o que obtinham da natureza (viviam da caça, da pesca e daquilo que conseguiam tirar das florestas); literalmente viviam em estado de natureza e a natureza é socialista, tudo é feito visando a sua própria sustentabilidade.

QUANDO O …

… homem começa a dividir as terras e a produzir seu sustento, deixamos o socialismo puro para entrar num capitalismo que passa a escravizar o homem, principalmente os que, de diferentes formas, não se enquadrem entre os que dominam, entre aquilo que se chama até hoje de elite dominante.

NA GRÉCIA …

… antiga, no tempos de Sócrates e Platão, na primeira democracia, quem tinha direitos eram apenas os cidadãos e estes eram justamente uma minoria que detinha o poder. O resto era escravo.

INDEPENDENTEMENTE …

… do sistema político, até alguns séculos iniciais do segundo milênio depois de Cristo, a escravidão nos moldes antigos era notória e presente, adquirindo, no entanto, novas formas, como a do feudalismo, por exemplo, onde surgem os chamados meei­ros que ficavam com apenas 25% do que produziam para os senhores feudais.

COM A REVOLUÇÃO …

… francesa, surgem as primeiras iniciativas concretas de se fingir tratar a todos de maneira igualitária. Pois, pobre sempre foi pobre e sempre foi escravo.

NA FORMAÇÃO …

… da primeira assem­bleia francesa, após a revolução, onde surge os conceitos de direita e esquerda, com os deputados representantes dos ruralis­tas, os conservadores, sentando à direita e os dos burgueses (banqueiros, comerciantes, artesãos e afins), sentando à esquerda.

EPA, ONDE …

… estariam os representantes dos escravos, ou dos pobres e afins? Hein? Hein? Hein?

A GRANDE …

… farsa começou lá atrás. Pobre nunca foi representado na política e nem na vida, nem no dia a dia mesmo.

QUANTOS …

… pobres, ou oriundos das classes menos favo­recidas conseguiram chegar ao poder até hoje? E mesmo em cargos de destaque na sociedade?

SIMPLES, …

… a tese da justiça social é muito bonita, mas só fica no papel. Nossos presídios estão lotados de PPP. Não vou nem traduzir. E, a outra conta é mais simples ainda. Para que viviam os escravos desde que mundo é mundo? Para a mera sobrevivência? E para que vive a esmagadora maioria da população mundial (com exceção de alguns países desenvolvidos em que o sistema ainda funciona)? Do Brasil, então nem se fala.

ENTÃO, 

… elementar meu caro leitor. Quem vive pela me­ra sobrevivência o que é que é? Escravo! O que você é?

AÍ VOCÊ …

… pode dizer que você é que escolhe os seus go­vernantes. Que você pode falar o que quiser na in­ternet. Que você pode fazer o que quiser. É? Seu Zé. Qual a formação cultural que você recebeu para saber separar o joio do trigo? Para saber o que é melhor ou o que é pior. Se tivesse sido a mesma dos países desenvolvidos, com certeza não estaríamos vivendo este momento de vandalismo total.

NA VERDADE …

… “nosotros” somos levados a acreditar e esta é a tese apregoada no momento, que se os grandes não ficarem cada vez mais grandes, não teremos condições de sobreviver pois estará faltando emprego.

INCUTEM …

… na nossa formação que temos que manter a situação do jeito que está como única forma de sobrevivência.

MAS A NOTÍCIA …

… triste e que não quer calar é que se está ruim, vai ficar ainda pior. Pois de enganado total, passaremos a ser imbecilizados e esfomeados totais.

A REVOLUÇÃO …

… tecnológica está provocando transformações na economia e no próprio dia a dia que são incon­troláveis. Homens estão sendo substituídos em todos os setores por máquinas e computadores e, agora, pela inteligência artificial.

A VELOCIDADE …

… é tão grande, que nos últimos cinco anos, a figura do cortador de cana, do apanhador de laranja, do trabalhador rural, está se desfazendo. É uma profissão em extinção e que está acontecendo de forma avassaladora em nossa região.

E ASSIM …

… vai acontecer em dezenas de outros setores. Claro que outros tipos de atividade vão surgir. Mas, claro também, que estas atividades necessitarão de conhecimento, de reflexão, de tutano no cérebro.

E O PIOR …

… é que em toda a pesquisa que fiz nestes dias de convalescência, não vi sequer um cientista político, especialista em economia, em emprego ou “escam­bau” falar sobre este setor que é o maior em termos populacionais: os pobres brasileiros.

COM A …

… educação semialfa­betizante de hoje, sem trabalhos meramente manuais, quem sobreviverá?

QUEM …

… terá condições de se reinventar? De montar as chamadas “startups”? Ou inventar mesmo algo que possa fazer para se sustentar?

TODOS …

… os “experts” no assunto dão as soluções e afirmam que muitos outros empregos surgirão no lugar. Que muitas atividades poderão ser desenvolvidas como forma de se sustentar. Mas, todas, todas mesmo, são ligadas a áreas onde o requisito principal é sempre a capacidade de raciocínio, de uso da inteligência emocional, aquela que vai faltar nos computadores com inteligência artificial.

JUSTAMENTE …

… capacidades que não foram e não estão sendo estimuladas na formação da maioria dos nossos jovens, claro, das classes D e E, que representam milhões de brasileiros, sem contar os já na idade adulta, acostumados ao trabalho braçal do campo ou ao manual e meramente repe­titivo do chão de fábrica.

ESTES, HOJE …

… estão migrando para a construção civil, para serviços de entrega e afins, que infelizmente também deixarão de existir em grande parte com a mecanização.

E O QUE É …

… pior ainda minha gente. Não é futuro. Já está acontecendo. Em poucos anos poderemos ter atingido um grande caos, ou o apocalipse será a morte daqueles que não serão mais necessários para produzir o sustento dos nossos nobres cidadãos: os escravos de sempre. Será deles o reino dos céus?

José Salamargo … pessimista, pessimista demais, talvez em razão da idade, ou da gripe que sempre teima em voltar.

 

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