06 de outubro | 2013

Quando o prefeito se recusa a enxergar, só resta rezar…

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ESTE TEMPO …
… louco que teima em ficar úmido e depois secar, em escurecer e depois clarear, em dormir e depois acordar, tudo seguindo sempre uma sequência frenética que não tem volta, aconteceu, deixou de existir, tudo sempre acabando e não voltando mais, pois nada acontece outra vez, mesmo quando tudo é semelhante, ocorre novamente. Nada é igual, nada pode ser igualado, mas tudo sempre acaba ficando esquecido …

GENTEM, …

… desta vez este colunista já vai começar pelo final: pelo que se vê a situação não tem jeito mesmo. O negócio é se cuidar para não precisar da tal da UPA e nem do sistema de saúde local, pois tá provado que é risco de morte na certa.

EM TODAS …

… as mortes ocorridas até agora, aliás, apenas aquelas em que a família botou a boca no trombone e denunciou publicamente, a grande causa é o tal do diagnóstico no atendimento de urgência e emergência.

NOS DOIS …

… últimos casos de morte a situação ficou totalmente evidente. As pessoas vão até a UPA em situações de urgência e emergência e, lá, acabam além de serem mal tratadas, esperarem horas a fio pelo atendimento, não poderem acompanhar seus parentes até que fossem atendidos (muitos ficam no corredor – dentro da upa, não da morte – aguardando pelo atendimento), não tendo médicos espe­cia­lizados, portanto, competentes para diagnosticarem corretamente os seus problemas.

NO CASO …

… do menino, pelo que se ouviu e viu, a perna enfaixada começou infeccionar e, portanto, de­preende-se, ninguém teve o cuidado de examinar mais minuciosamente0, a situação, então se encaminhou para o apodrecimento da região e aí o sangue começou a coagular e, como pedra, deve ter voltado à corrente sanguínea causando a tal da embolia que parece ter levado uma criança de 10 anos à morte.

QUASE UMA DEZENA …

… de idas a UPA, piorando a cada dia, e ninguém teve a competência de diagnosticar corretamente o que estava acontecendo.

PRECISOU …

… ir para Catanduva para descobrir que a perna da criança já estava praticamente podre…

NO CASO DO, …

… porteiro Jamil Barbosa de Castro, que faleceu na terça-feira, primeiro de outubro, a situação foi pior ainda.

O SUJEITO CHEGOU …

… à porta de entrada do sistema em situação de urgência ou emergência apresentando vômito e inchaço nas pernas e foi diagnosticado com problema no coração.

ENCAMINHADO …

… para a Santa Casa foi tratado como tal. Após vários dias, segundo a família, tomando praticamente os mesmos remédios que tomava em casa, teve alta e voltou para casa com os mesmo problemas e já com manchas pelo corpo.

EM CASA, …

… claro, as coisas pioraram, Jamil começou a vomitar e a não segurar nada no estomago. No domingo, então, retornaram à UPA, já com as manchas no corpo mais evidentes e com os mesmos sintomas piorados.

O MÉDICO …

… de plantão na UPA apenas mandou que o porteiro recebesse um soro pela veia e o mandou de volta para casa.

A FAMÍLIA, ENTÃO, …

… começou a duvidar do tratamento recebido nos sete dias anteriores e na segunda-feira, então, levaram-no para Rio Preto, onde, além da meningite, foi descoberto um elevado estágio de diabetes, com os rins praticamente paralisados, além de entrar em coma.

ESTA FOI A …

… história contada pela filha do porteiro Jamil, Patrícia, que certamente não deseja que ninguém mais passe por tanto sofrimento e constrangimento.

ALIÁS, EMBORA …

… pessoa humilde, diante da assertiva dos médicos de Rio Preto perguntando se o pessoal de Olímpia não havia diagnosticado o problema do porteiro e que ele poderia estar vivo se tivesse sido tratado a tempo, elas mesmo chegaram à conclusão que além da falta de educação dos atendentes, da longa espera pelo atendimento e do fato de não se poder acompanhar o paciente enfermo dentro da UPA, a falta de competência ou de capacidade para o diagnóstico nos casos de emergência e urgência tem matado muita gente.

INCLUSIVE, …

… um outro parente deles teria passado pela mesma situação há alguns anos atrás.

O LAMENTÁVEL …

… de tudo isso é que não se vê, pelo menos no governo Eugênio, perspectiva de que o problema seja resolvido.

MESMO APÓS …

… as manifestações do pessoal das redondezas do Santa Ifigênia que foi reprimida na violência e na tática dos tempos da ditadura de esvaziar o movimento com a promessa de reuniões vários dias depois e com a desqualificação de seus líderes, com Eugênio “conversando” com eles e com o principal deles sofrendo ameaças até de perder o emprego, o prefeito não deu mostras nenhuma de estar sensibilizado com tantas mortes.

O RAPAZ, …

… disse que está com a consciência tranquila de que está fazendo o possível e o impossível para a Saúde local e que aqui a coisa está muito melhor do que na maioria dos municípios de São Paulo. As mortes, para ele seriam meras fatalidades e voltou a repisar que a da menina de dois anos morta recentemente foi por culpa da própria família.

EUGÊNIO PARECE …

… estar vivendo uma Olímpia que os menos favorecidos não conhece. Ou seja, a Olímpia das Festas do Peão, do glamour de um prédio suntuoso exclusivo para o seu gabinete com sala bem decorada, além dos restaurantes e hotéis por onde fica em suas intermináveis viagens.

NÃO É MAIS …

… o mesmo Eugênio que queria mudar o mundo através da política e que andava pelas ruas da cidade conversando com a população para saber os seus reais anseios e que em sua primeira eleição até destacou todos estes problemas prometendo resolvê-los em pouco tempo. Mas, eleito, ao contrário, apenas fez piorar esta situação mortal que vigora atualmente.

CARO PREFEITO …

… é preciso descer do pedestal e sair da redoma criada por seus assessores, calçar as sandálias da humildade e trabalhar para encontrar uma solução para estes seus milhares de eleitores que não podem mais viver passando por esta agrura de, além de ter que não ter perspectiva de inserção neste mundo cruel do capitalismo que requer sempre mais especialização, em razão de não ter uma educação de qualidade, ainda ter que viver na corda bamba, entre a vida e a morte em razão da falta de médicos, de exames, de remédios e de uma UPA que não tem a capacidade de perceber que uma perna de uma criança está apodrecendo e que um cidadão vai morrer por não se detectar manifestações físicas tão temidas como a meningite e o diabetes.

É ENTRISTECEDOR …

… ouvir uma entrevista em que o responsável por todos nós, moradores de Olímpia, parece acreditar nos números que demonstram que estaríamos vivendo numa suíça que só ele e seus puxa-sacos conseguem enxergar.

COM CERTEZA …

… não utilizam o sistema. E se o fazem são colocados como prioridade sempre e tratados como reis. Será que o próprio prefeito utiliza o sistema de Saúde local?

NÃO CONSEGUE …

… enxergar que aquela que ajudou-o a se reeleger, a UPA, já está sendo usada como forma de amedrontamento ou gozação… Nana nenê que a UPA vem pegar …

E O PIOR …

… de tudo é que não deixa margem para um mínimo de esperança de que algo possa acontecer (o prefeito fazer) para que a situação pelo menos melhore e outros deixem de morrer.

José Salamargo … implorando a todos, que acreditem ou não em Deus, que orem, que mentalizem energias positivas no sentido de iluminar a mente de Eugênio para esta realidade mortal que não pode mais continuar. Caso contrário rezem fervorosamente para que os seus não precisem, como o Jamil, como o Pedro Henrique, da Saúde local. Amém.

 

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