31 de março | 2013

Sta. Casa, UPA, já não se é mais o mesmo povo

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Do Conselho

 Uma característica que o povo brasileiro parece vir perdendo à medida que a sociedade vai mudando seus valores é a de se indignar diante de situações que inci­dem diretamente no desrespeito a dignidade humana.

Há anos se arrasta a discussão acerca do caos instalado pelo governo de Eugênio José na saúde local e mesmo o crescente das situações dramáticas que vão se sucedendo consegue tirar da indiferença nem as instituições que deveriam discutir um direcionamento mais sensato e profissional ao setor nem a população que sofre na pele e na alma as conseqüências do desmonte do sistema de saúde.

Visível está, e demonstram os números, que o atendimento que antes era centralizado na Santa Casa a um custo muito baixo para a prefeitura com resultados mais positivos para a população, custa, hoje, uma soma milionária in­ves­tida em uma Oscip que cuida de uma UPA que deixa tudo a desejar em termos daquilo que se vislumbra e espera de atendimento de ponta como fora prometido antes da inauguração.

A Santa Casa, segundo revelações do próprio provedor, vai rein­ventando fórmulas gastas para justificar a quase ausência total de uma administração com metas e objetivos a serem alcançados atirando em várias direções como o Executivo local sem apontar soluções para um setor que vai afundando em inconseqüências e irres­ponsabilidade com uma receita que viabilizaria a profissiona­liza­ção do setor sem a ocorrência de tantos amadorismos inconseqüentes.

E como bem se pode observar está ausente total da discussão o Conselho Municipal de Saúde, que se inexiste em questões outras nesta nem se ouve falar que existe, da mesma forma a Câmara Municipal, que como tantas que ornam a falsa democracia brasileira, se perde em criação de cargos inúteis e entrega de medalhas e comendas, com um custo benefício zero para a população que só é lembrada na hora do voto.

O Ministério Público, que tantas vezes foi acionado a ter a mesma postura que teve quando deu ao prefeito Eugênio José Zuliani, o pretexto para dinamitar o único hospital que funcionava em Olím­pia, para fazer brilhar no período eleitoral o elefante branco que se chama UPA, nem se manifesta diante do quadro agravado daquele hospital, onde o CRM demonstrou regionalmente o que a população cansou de vivenciar, falta de médicos, e conseqüentemente, de atendimento.

O Poder Executivo representado por Eugênio seguindo sua trajetória populista e demagógica vai juntamente com sua Secretaria da falta de Saúde sofismando que tudo está na mais perfeita ordem.

 E percebe-se pelas declarações dos envolvidos que os out-doors que anunciavam a contratação de mais de sessenta médicos no período eleitoral ou não passavam de engodo, ou há algo de muito podre nos bastidores da saúde local.

As declarações demonstram que não há médicos, e expõe além da ausência de profissionais que preencham a necessidade do corpo clínico da Santa Casa e da Upa, que os profissionais do setor, estão sobrecarregados, e muitos contam contra si o fator tempo.

Razão pela qual estão paralisando suas atividades e não está, de acordo com as autoridades locais, havendo renovação dos quadros, o que leva a crer que as queixas da população que as autoridades políticas negavam, da falta de médicos, eram verdadeiras.

Que as alegações dos políticos dando conta de que havia médicos em quantidade para o atendimento, não passava de engodo eleitoral.

A máscara caiu, porém, mesmo diante deste quadro a sociedade não se mobiliza, não se movimenta, não se move para cobrar direitos fundamentais que são caros a manutenção da vida.

Quando isto ocorre, quando o ser humano perde o carinho, o amor, a fraternidade por si mesmo, a capacidade de se indignar contra a injustiça que pode levar à morte é hora de perguntar em que sociedade se está vivendo, e se esta sociedade merece ser chamada de civilizada ou bárbara, por passar a impressão de ter perdido o principal, ânimo, alma, para lutar em favor de si mesmo.

 

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