03 de março | 2018

Uma Olímpia centenária que precisa ser reinventada e planejada para o futuro

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E A OLÍMPIA …
… que já foi Menina-Moça, hoje é oficialmente a Capital Nacional do Folclore e está engatinhando ou vendo passar mais um bonde da história chamado turismo, chega hoje, 2 de março, aos seus 115 anos de fundação.

CIDADE DE …
… coronéis, onde muitas eleições registravam cenas de verdadeiro faroeste, com tiros pra todo lado, esta terra que teve um dos reis do cangaço regional, Anibal Vieira, caminhou aos trancos e barrancos, sempre conservando o caráter de corruptela, com seus cidadãos servindo aos interesses de uma elite sem cultura, mas com grande informação no con­ceito de levar vantagem, de cultuar a corru­p­ção e deixar seus cidadãos na escravidão.

UMA ELITE …
… que não percebeu que a concentração de renda e o atendimento meramente dos interesses de um pequeno grupo não conseguiria criar condições para a própria volta de seus filhos, que saiam para estudar, no início, no exterior e numa segunda fase, nas capitais ou grandes cidades e, por não terem onde aplicar o que aprenderam se estabeleciam nos grandes centros por absoluta falta de oportunidade de exercer a profissão conquistada em sua terra natal.

DE LÁ PARA …

… cá a situação não mudou muito. Olímpia virou uma terra de oportunidades para os que aqui apor­taram pelo grande número de postos de trabalho sem exigência de qualificação. Cada vez mais distante dos filhos, hoje não mais só da elite, mas também da classe média (a nossa burguesia), que volta para cuidar das propriedades ou dos negócios, sem nenhuma vocação.

A ELITE …

… envelheceu e, aos poucos, vai dando lugar para os jovens empresários daqui e de outras regiões atraídos pelo novo bonde da história, que pas­sa pelos velhos trilhos, o turismo, que apenas surgiu pela visão de um empresário que adotou a menina-moça como sua morada.

HOJE,  …

… a situação continua complicada e a tendência é o quadro piorar ainda mais nos próximos anos com o avanço da tecnolo­gia. O grande desafio agora, não será a falta de oportunidades para os filhos da elite que não têm como exercer profissões de alta qualificação.

COM CERTEZA …

… o maior problema nos próximos anos será como criar postos de trabalho para os milhares de mi­gran­tes que aqui aporta­ram iludidos pela laranja e pela cana, os chamados braçais, sem nenhuma capacitação e que hoje, acabam sendo absorvidos pela construção aquecida pelo turismo.

OLÍMPIA …

… chega aos 115 anos, com aproximadamente 16 mil edificações em sua área urbana, sendo que, destas, aproximadamente 12 ou 13 mil são residen­ciais, fazendo com que crei­a­­mos na existência do mes­mo número de famílias.

E O DADO …

… desalentador é que, destas, quase seis mil vivem abaixo da linha da po­breza, com seus membros tendo que sobreviver com R$ 3 por dia, ou R$ 90,00 por mês. Ou seja, quase metade da população pode ser considerada em estado de misera­bili­da­de.

O DESAFIO …

… portanto, é muito maior hoje do que no passado. Mas, atualmente estamos vivenciando uma fase crucial no setor que tem mantido a situação menos ruim, mas que precisa ser solidificado, tratado com profissionalismo urgentemente, o turismo, sob pena de a gente ver mais um bonde da história passando e não sendo aproveitado.

MAS, ALÉM …

… do turismo, que estamos com a faca e o queijo na mão, será preciso, pensando no futuro, visualizar e projetar algo mais para que possamos absorver toda a mão de obra desqualificada existente na cidade que deve beirar a 80% da massa trabalhadora.

E, SE O …

… futuro vislumbra a tecnologia, já que são milhares os vaticínios de que todo o trabalho manual será substituído pela máquina com inteligência artificial e mesmo uma grande parte dos serviços prestados como medicina, advocacia, odontologia, só pra citar algumas, também serão afetadas pela nova onda.

E O EXEMPLO …

… está ai, diante dos nossos olhos. No campo, o trabalho já está minguando. Nas indústrias, onde se empregava milhares, hoje trabalham dezenas.

A SAÍDA …

… estaria, portanto, na educação, não apenas a de base (fundamental e médio). Podemos mesclar cursos técnicos com ensino de linguagem e reflexão crítica, para podermos qualificar para o futuro.

E JÁ QUE O, …

… o futuro está na tecnologia, quem sabe não consigamos ser um polo tecnológico num futuro próximo. Não dá para cochilar, nem ficar parado apenas tapando buracos ou corrigindo problemas emergenciais, a Olímpia Estância Turística tem que ser discutida, refletida e planejada para o futuro tecnológico que já está batendo na nossa porta.

José Salamargo, talvez inspirado pelos fundadores e pelo visionário empreendedor que sonhou com o aproveitamento das águas quentes, quem sabe não tenhamos em pouco mais de uma década, um vale do silício, ou um centro de empreende­dorismo na área tecno­lógica ajudando a solidificar a Olímpia turística. É preciso arregaçar as mangas já.

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