01 de outubro | 2016

Voto Consciente e Responsável

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Ivo de Souza

Os brasileiros, em geral, estamos cansados da politicagem, que toma conta do país.

Vamos, domingo, às urnas, exercer o direito e o dever de votar. É um momento de grande responsabilidade de todos, pois do nosso voto depende o futuro de nossa cidade e de nossa cidadania. Seja qual for a nossa escolha, que seja responsável, que estejamos cientes e conscientes de que podemos construir uma cidade melhor para todos, que  podemos melhorar a qualidade de vida dos menos favorecidos economicamente – não há cidade rica com gente pobre. É uma ilusão pensarmos assim. É preciso que tenhamos uma cidade bonita, de pessoas gentis, generosas, enfim, de cidadãos ricos em cultura, em educação, com a saúde pública cada vez mais eficiente – que atenda às necessidades dos que dela mais precisam. Vamos cobrar ações (realizações) de nossos futuros governantes, tanto no Legislativo quanto no Executivo, tudo dentro da maior civilidade e respeito, com o espírito desarmado, mas com firmeza, determinação e coração aberto ao diálogo.

         O chefe do Executivo e os legisladores devem representar condignamente todos os seus eleitores e, por extensão, toda a população, todas as pessoas, sejam elas das chamadas “elites” ou da chamada periferia (aliás, é essa camada da população que mais necessita de políticas públicas: de inclusão social, de acesso a um ensino de excelência e à saúde.

         Não existem “salvadores da pátria”. O que há são pouquíssimos governantes comprometidos com as profundas carências dos mais pobres; políticos honestos, inteiramente envolvidos com as causas sociais , os quais sabem que o respeito às pessoas e a transparência de seu governo não deixarão dúvidas quanto às suas intenções. Esse é o governante e o governo a que aspiramos.

         Assisti a um programa de televisão, que esclarecia os eleitores sobre vários aspectos das eleições. E “ensinava” como escolher o bom (o melhor) candidato. “Primeiro: conheça o seu currículo; segundo, conheça a sua ficha corrida e, finalmente, procure ouvir o candidato e olhe bem nos seus olhos (para certificar-se de que ele está falando a verdade”)…

         Promessas mirabolantes? Não acreditem nelas. Dificilmente serão cumpridas. O país passa por uma crise econômica (e de valores (verdadeiros!) humanos. Fora a pirotecnia e a verborragia eleitoral. É tempo de pé no chão, não podemos perder o otimismo nem tampouco deixar que fuja de nossas retinas (“fatigada”) e de nossa consciência a realidade na qual estamos vivendo – e tantos, infelizmente, apenas sobrevivendo.

Vivemos um tempo em que o egoísmo fala mais alto. Se estamos relativamente bem, não nos preocupamos com o outro, que não anda tendo nem o mínimo para viver. O caminho não é, definitivamente, este. É preciso que os governantes (e nós todos, por que não?) acolham, zelem por todos e pela cidade, mas, principalmente, pelos deserdados, por quem têm fome, por aqueles que passam frio, por quem não estuda, por aqueles que precisam da saúde pública – e são tantos.

Governar é muito mais que administrar problemas. É olhar para e pelas pessoas, pelo humano que há (inerente e essencial) em cada um de nós .

         É preocupar-se com os que trabalham e fazem a riqueza da cidade: humildes em seu cotidiano (pesado, áspero, de chumbo), grandes em seus corações e suas almas.

         Que Olímpia, sabiamente, saiba escolher, os melhores. A cidade e todos nós merecemos governantes que nos representem com dignidade, honestidade, transparência e justiça social.

P.S.: Geralmente, quando os políticos dizem “eu vou fazer” (ou, mais modestamente, “nós vamos fazer”, este nós não inclui, via de regra, as pessoas que os elegeram. Verdadeiramente, quem faz é o povo, que paga seus tributos (e bota tributo nas nossas costas (carga pesadíssima!), nos nossos bolsos. Sem os impostos, que pagamos (até compulsoriamente), nenhum governo faz nada. Fazer, portanto, não chega a ser mérito dos governantes, é, simplesmente, obrigação, dever. E estamos conversados.

Ivo de Souza é professor universitário, poeta, colunista, pintor e membro da Real Academia de Letras de Porto Alegre.

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