13 de maio | 2012

Bananal, um museu a céu aberto

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 Maria Fumaça 302 faz o turista imaginar como era o transporte ferroviário nos tempos dos barões do café / Miguel Schincariol

 

 

 

 

O prédio da Estação da Estrada de Ferro de Bananal foi construído em 1889; em arquitetura metálica importada da Bélgica, é até hoje a única do gênero na América Latina.  Desativada em 1963, a Estação atualmente abriga a biblioteca municipal, o arquivo histórico e a rodoviária / Miguel Schincariol

 

 

Bananal encanta pela paisagem da Serra da Bocaina, suas inúmeras cachoeiras, estradas de chão e uma vista deslumbrante. Com vales e montanhas, rios e cachoeiras, a Serra da Bocaina, com quase dois mil metros de altitude, ostenta um cenário de rara beleza, que pode ser admirado através de vários mirantes existentes, onde em alguns deles, pode-se avistar a Baia de Angra dos Reis.

Situada no extremo leste o Estado de São Paulo, a cidade de Bananal possuí pouco mais de 11 mil habitantes e tem vocação para o Turismo Histórico-Cultural, Rural e para o Ecoturismo. Distante a 330 km da capital São Paulo, Bananal fica mais próxima da capital do Rio de Janeiro, distante apenas a 153 km da “Cidade Maravilhosa”. Foi fundada em 1783, por João Barbosa de Camargo e sua esposa Maria Ribeiro de Jesus. A primeira construção do local foi uma capelinha de pau-a-pique, erguida em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Livramento, padroeiro da cidade. Com os tempos áureos do café, veio o progresso e consequentemente a expansão da cidade e suas riquezas, sendo concedido a Bananal o título de maior produtora de café do Brasil.

Bananal é uma estância turística histórica e ambiental, que encanta por sua bela paisagem e pelos casarões de antigos barões do café, que simbolizavam toda a nobreza do período em que a cidade cunhava sua própria moeda e representava a elite do Império.

Os antigos casarões, grande parte localizada no Centro Histórico da cidade, são resquícios típicos da chamada “Arquitetura do Café”, que era caracterizada por influências do estilo neoclássico. Hoje, estas construções tornaram-se, ao lado da antiga Estação Ferroviária, alvo da apreciação dos turistas que visitam a cidade.

A Estação Ferroviária de Bananal foi inaugurada em 1889, importada da Bélgica, em modelo pré-fabricado em placas almofadadas de aço, sendo um dos acervos mais valiosos do Estado.

A época do café deixou marcas também nas fazendas, construídas com que havia de melhor nas cidades, tornando-se verdadeiros museus e um roteiro cultural que merece ser visto.

Bananal também oferece belas paisagens, pois se localiza na Serra da Bocaina, onde se pode apreciar remanescentes da Mata Atlântica e trilhas que levam a belíssimas quedas d’água. Além das riquezas naturais, encontra-se um pouco da história do Brasil na Trilha do Ouro, uma estrada construída por escravos no Século XVIII para o transporte de mercadorias entre minas do interior e do litoral. Hoje, pavimentada com pedras, a trilha atravessa uma boa parte da Mata Atlântica, que abriga muitos animais da rica fauna do local, destacando-se o Anu Branco, ave que possuí um canto bastante característico e, portanto, inconfundível. A Mata Atlântica também abriga riquíssimas espécies em extinção, entre elas o sagui-da-serra-escuro, a onça parda e o cachorro-do-mato. Destaque também para a flora, com espécies raras de bromélias e orquídeas.

O Centro Histórico de Bananal é um prato cheio para quem gosta de história do Brasil. Além da magnífica Estação Ferroviária, o Centro guarda tesouros do tempo do Império, destacando-se a Pharmacia Popular, a farmácia mais antiga em funcionamento em todo o Brasil. Fundada em 1830, com o nome de Pharmacia Imperial, por um boticário francês, o local ainda encontra-se de portas abertas e atendendo o povo de Bananal e seus turistas.

Também tem o solar Manuel de Aguiar Valim, construção do Século XIX, de caráter monumental, que apresenta características do neoclássico, como as portas principais em arco pleno e escada em lances simétricos, com murais pintados pelo pintor espanhol José Maria Villaronga.

Tem também a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Livramento, construída em 1811, em estilo colonial, possui no santíssimo os Doze Apóstolos talhados em madeira. Sua arquitetura é caracterizada pela simplicidade de planta fechada.

O Centro Histórico também reserva os antigos casarões dos barões do café, resquícios típicos da chamada “Arquitetura do Café”.

Outra atração imperdível de Bananal são as antigas fazendas de café, muitas delas preservadas, como no tempo dos escravos. Nas diversas fazendas, o turista pode conhecer algumas peças do mobiliário colonial, a arquitetura e artigos de decoração, em ótimo estado de preservação.

Algumas dicas são a Fazenda Resgate, fundada no início do Século XIX, possuí salões e capelas decoradas por Villaronga.

A Fazenda dos Coqueiros, construída em 1855 é uma das mais antigas grandes fortunas do ciclo do café, mantendo sua estrutura original e conservada como no Século XIX.

As senzalas podem ser vistas nas antigas fazendas, muitas delas tombadas pelo patrimônio histórico. Além de algumas instalações como o banheiro, que era todo fabricado com móveis de madeira.

Estando em Bananal, não deixe também de visitar a Estação Ecológica, a Cachoeira dos Pilões, a Cachoeira da Usina, a Cachoeira do Mimoso, a Cachoeira Sete Quedas, a Pedra do Frade, a Fazenda Boa Vista, a Fazenda Três Barras, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Igreja Nossa Senhora da Glória e da Boa Morte entre outros atrativos.

Gostou? Viaje pela história de nosso País, visitando Bananal, este pedacinho de Brasil, entranhado na Serra da Bocaina.

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