04 de junho | 2018

Como seria despertar em pleno Século XXI para quem vive em 1886?

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Gravação de uma das cenas de “O Tempo Não Para”, na qual o diretor Leonardo Nogueira orienta Edson Celulari e Kiko Mascarenhas. Os dois atores interpretam Dom Sabino e o guarda-livros Teófilo, respectivamente. Nesse registro, os dois personagens transitam por uma das ruas da capital paulista, em pleno ano de 1886 / João Miguel Jr-RG

Nicolas Prattes aparecerá em “O Tempo Não Para” na pele de Samuca, um surfista que também é empresário engajado em questões de preservação ambiental / João Miguel Jr-RG

 

 

A próxima história que a Globo pretende mostrar na faixa das sete da noite vai lidar com o impossível: pessoas que são congeladas vivas e que despertam um século depois. Usando de realismo fantástico, o autor Mário Teixeira contará a saga da poderosa família Machado que “despertará” em pleno Século XXI.

As gravações da novela já começaram e parte das sequências que vai retratar o século XIX, que será mostrado apenas no primeiro capítulo, contará com imagens gravadas em Mangaratiba e Sapucaia, municípios do Rio de Janeiro, e nos Estúdios Globo. Além disso, as primeiras cenas já ambientadas no século XXI também foram rodadas nos litorais do Rio de Janeiro e de São Paulo e ainda vão percorrer as ruas da capital paulista. 
Imagine ficar mais de um século alheios às revoluções sociais, inovações tecnológicas e conquistas científicas. Mais de dez décadas sem sequer ter ouvido falar das guerras mundiais, da chegada do homem à lua, da construção de aviões, do surgimento da Internet ou da invenção da penicilina. São anos de avanços e descobertas que moldaram costumes, hábitos e linguagens da sociedade contemporânea e que vão gerar um choque imensurável em uma abastada família do século XIX que desperta no século XXI. Por 132 anos, os Sabino Machado e seus agregados ficaram congelados, dentro de um bloco de gelo, enquanto a vida lá fora passava. Agora, vão despertar em uma São Paulo pulsante e turbulenta e se deparar com a sociedade em pleno 2018.
Estamos em 1886 e a família Sabino Machado, moradora de São Paulo e detentora de extensas terras para exploração de ouro e minério e investimentos em telefonia, embarca em um dos mais seguros navios da época, o Albatroz, a caminho da Europa. Dom Sabino (Edson Celulari), um fiel súdito da monarquia que sonha com um título da nobreza, planeja a viagem para conhecer o estaleiro que comprou na Inglaterra. E também manter longe do falatório da cidade a filha, Marocas (Juliana Paiva), que havia acabado de recusar um casamento no altar. A viagem tem um desvio de rota para uma breve visita à Patagônia. É justamente aí que o Albatroz se choca com um iceberg. 
O navio naufraga e devido à baixa temperatura da água grande parte dos passageiros acaba congelando. No total, são treze pessoas: a família Sabino Machado, composta por Dom Sabino (Edson Celulari), Dona Agustina (Rosi Campos), Marocas (Juliana Paiva) e as gêmeas Nico (Raphaela Alvitos) e Kiki (Nathalia Rodrigues), além dos escravos Damásia (Aline Dias), Cairu (Cris Vianna), Cesária (Olivia Araujo), Menelau (David Junior) e Cecílio (Maicon Rodrigues), o guarda-livros Teófilo (Kiko Mascarenhas), a preceptora Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho) e o jovem Bento (Bruno Montaleone), além do cão fox terrier Pirata.
O tempo passa – 132 anos. Estamos em 2018, de repente, um imenso bloco de gelo se aproxima da praia de Santos, em São Paulo. Samuca (Nicolas Prattes), empresário engajado em causas sociais, humanista e dono da holding SamVita e da Fundação Vita, focada em reciclagem, está surfando e é o primeiro a avistar aquele monumento. O filho de Carmen (Christiane Torloni) e noivo de Betina (Cleo Pires) fica intrigado com o imenso bloco, perplexo e fascinado ainda mais pelo rosto sereno e belo de Marocas, emoldurado pelo gelo translúcido. Uma fissura ameaça partir o bloco e Samuca, no ímpeto de salvar Marocas, se agarra ao pedaço do iceberg em que ela está. Eles são puxados pela corrente e chegam à fictícia Ilha Vermelha.
Já os demais congelados são levados para a Criotec, laboratório especializado em criogenia, que é o estudo de baixas temperaturas. A chegada do iceberg se torna caso de segurança de Estado e gera curiosidade e comoção nacional. Aos poucos, cada um dos congelados despertará à sua maneira e terá que enfrentar a realidade contemporânea e as particularidades das relações humanas no século XXI.
“Apesar da premissa das pessoas congeladas e da família deslocada no tempo, a novela é realista e engraçada, acima de tudo. É uma obra contemporânea que trata de assuntos superatuais, além de confrontar os valores e as relações humanas vigentes em séculos diferentes. Tudo isso permeado por uma história de amor muito intensa e capaz de romper barreiras entre dois jovens de épocas distintas”, conceitua o novelista Mario Teixeira. “É um grande desafio e, ao mesmo tempo, muito divertido dar vida a essa novela. A história terá diversas situações que mostram o choque entre pessoas de séculos distintos. E, para dar verdade a isso, estamos contando inclusive com uma preparação de elenco separada para os núcleos ‘congelados’ e ‘contemporâneos’ para que essa surpresa seja original e perceptível ao público”, complementa o diretor Leonardo Nogueira.

A novela “O Tempo Não Para” substituirá “Deus Salve o Rei”, que já caminha para suas emoções finais. Além de Mario Teixeira, colaboram no texto Bibí Da Pievi e Tarcísio Lara Puiati.

A trama parece leve e bem humorada e vem com missão de fazer com que o telespectador deixe “Deus Salve o Rei” no passado. “O Tempo Não Para” terá que levantar a audiência global no horário. Promete sucesso. É esperar e conferir.

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