15 de dezembro | 2013

Compreendendo a aneroxia nervosa

Compartilhe:

O primeiro transtorno alimentar foi identificado no Século XVII (a anorexia histérica) e na época era raro encontrar um caso da doença. Hoje, com a valorização excessiva da aparência pelas modernas culturas ocidentais, que impõem a magreza como padrão de beleza, os casos têm aumentado assustadoramente.

Em países industrializados, um grande número de homens e mulheres está preocupado com a aparência e trabalha para melhorá-la. Essa influência social, associada a fragilidades biológicas e emocionais e a um histórico familiar de transtornos psicológicos, faz com que as pessoas mais vulneráveis passem a achar impossível ser feliz com um corpo “feio” e desenvolvem uma relação doentia com a comida.

Desejar ardentemente ter um corpo perfeito não causa um problema emocional, mas aumenta a possibilidade de que ele manifeste-se, especialmente na adolescência, quando a personalidade ainda não está plenamente formada.

Os jovens sentem-se na obrigação de terem uma aparência perfeita e saudável, ainda que para isso tenham que sacrificar a saúde e o bem-estar. Chegam ao absurdo de considerar “um charme” a pessoa anoréxica ou bulímica.

As vítimas preferidas da anorexia nervosa são as garotas na faixa dos 17 anos. Completamente obcecadas pelo peso e aparência, param de se alimentar e, quanto mais emagrecem, mais se acham obesas.  Muitas provocam vômito ou usam laxantes, diuréticos e/ou exageram nos exercícios para emagrecer; não conseguem enxergar a sua magreza e, mesmo sentindo as consequências da inanição, raramente percebem que o problema é a perda de peso.

Os principais sintomas da aneroxia nervosa são depressão, fobia social, insônia, queda de cabelo, as mulheres param de menstruar, anemia, desidratação, intestino preso, intolerância ao frio, osteoporose, temperatura e pressão baixas, pele pálida e ressecada e problemas cardiovasculares.

Muitas pessoas se recuperam da anorexia, mas a maioria tem recaídas por longo tempo. Para outras, a doença se torna crônica e cerca de 10% delas morrem, um índice de mortalidade 12 vezes maior do que todas as outras doenças que ocorrem em mulheres entre 15 e 24 anos de idade. As causas das mortes podem ser inanição, infecções ou desequilíbrio de substâncias no sangue, ou todas essas juntas, ou ainda suicídio.

O tratamento dos transtornos alimentares busca restabelecer o equilíbrio do funcionamento do corpo, o peso considerado normal para a pessoa e, o mais difícil, a saúde mental e o comportamento alimentar adequado.

Como esses transtornos são produtos de uma complexa interação entre aspectos biológicos, psicológicos, familiares e socioculturais, devem ser tratados por uma equipe composta por endocrinologista, psiquiatra, psicoterapeuta e nutricionista, todos em estreita cooperação.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas