27 de abril | 2021

Os 56 anos de história da Rede Globo

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William Bonner e Renata Vasconcellos na bancada do “Jornal Nacional”. Ainda hoje a atração é o principal telejornal do Brasil / João Cotta-RG

 

O “Domingão do Faustão”, programa de auditório de maior audiência da televisão brasileira da atualidade, sairá do ar no final deste ano, com a aposentadoria de Fausto Silva / Zé Paulo Cardeal-RG

 

O auge da programação infantil da Globo ocorreu em meados dos anos 80, quando em 1986 estreou o “Xou da Xuxa”, apresentado por Xuxa Meneghel / Matheus Cabral-RG

 

Derrubando tabus: Cena da novela “Babilônia” de 2015, na qual mostra o casamento de Teresa e Estela, magistralmente interpretas pelas veteranas atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg / Alex Carvalho-RG

 

Um grupo de pessoas em um ambiente inóspito. Recursos limitados. E uma série de desafios que vão além da convivência. O resultado desta aventura o público poderá conferir em “No Limite’, que ganha nova temporada e terá apresentação de André Marques / João Miguel Jr-RG

 

Em maio também será exibida na telinha da Globo a nova temporada de “Mestres do Sabor” com o comando de Claude Troisgros e Batista / Victor Pollak-RG

 

Os 56 anos de história da Rede Globo

Fundada por Roberto Marinho, o canal é hoje uma das maiores redes de televisão do mundo

 

Nesta segunda, dia 26 de abril, a Rede Globo de Televisão estará completando 56 anos de existência. Fundada por Roberto Marinho em 26 de abril de 1965 é atualmente a maior emissora de televisão do Brasil, da América Latina, e uma das cinco maiores do mundo.

Líder absoluta na guerra da audiência, a Rede Globo é vista diariamente por mais de 150 milhões de brasileiros, que acompanham suas novelas, jornalísticos, esportes e programas de entretenimento.

Apesar de em 5 de janeiro de 1951, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, a Rádio Globo ter requerido pela primeira vez uma concessão de televisão, foi somente em julho de 1957, que o então presidente Juscelino Kubitschek aprovou a concessão.

A emissora foi oficialmente fundada no dia 26 de abril de 1965 às 10h45, com a transmissão do programa infantil “Uni Duni Tê”, atração que ficou no ar até 1968. O cenário do programa era uma sala de aula onde a professora Tia Fernanda (Fernanda Barbosa) dava aulas e brincava com seus alunos. A participação dos telespectadores era possível através do envio de cartas e desenhos. Também estavam na programação de estreia a série infantil “Capitão Furacão”, protagonizado pelo ator Pietro Mario, e o telejornal “Tele Globo”, embrião do atual “Jornal Nacional”.

Em janeiro de 1966, o Rio de Janeiro sofreu uma das suas piores inundações causadas pelas fortes chuvas que caiam impiedosamente. A cobertura da tragédia feita ao vivo pela Globo foi um marco na história da emissora. Nessa altura, a transmissão das imagens ainda era em preto e branco. Ainda naquele ano, a Globo chegou ao Estado de São Paulo com a aquisição do canal da TV Paulista. Em 1968, foi inaugurada a terceira emissora, em Belo Horizonte, e as retransmissoras de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete, além de um link de micro-ondas que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo.

O “Jornal Nacional” é até hoje o principal telejornal do Brasil, sendo o primeiro informativo exibido em rede nacional. A estreia ocorreu em 1º de setembro de 1969. Na época, a veiculação ocorria às 19h45 e Cid Moreira, até hoje contratado da emissora, e Hilton Gomes foram os primeiros âncoras. Em 1974, a atração começou a ser transmitida em cores. Neste mesmo ano que Roberto Carlos ganhou o seu primeiro especial de fim de ano, atração tradicionalíssima que vai ao ar até os dias atuais. Ainda na década 70 surgiram o “Jornal Hoje”, que acaba de completar 50 anos, “Fantástico” e “Globo Repórter”, que apesar de não terem a mesma audiência de antes, ainda continuam firmes e fortes no ar.

Sem dúvida alguma, o carro-chefe da Rede Globo no quesito audiência ainda continua sendo as novelas. Com o avanço da pandemia, a emissora se viu obrigada a reprisar, algo até então inédito, principalmente no horário nobre. A primeira telenovela exibida pela emissora no horário das oito da noite foi “O Ébrio”, de José Castellar, em 1965. Mas, foi somente com a entrada de Janete Clair no roteiro de “Anastácia, a Mulher Sem Destino”, originalmente de Emiliano Queiroz, que a estrutura que posteriormente se convencionaria como "novela das oito" se popularizou.  Desde “O Ébrio” até “Passione”, em 2010, foram exibidas 74 produções que foram chamadas de "novela das oito", sendo que a partir de “Insensato Coração” em 2011, a emissora passou a denominar o produto como "novela das nove"; atualmente, nesta faixa de horário está sendo mostrada a reprise da novela “Império”.  

Também em 1965 foi exibida a primeira telenovela do horário das sete da noite, “Rosinha do Sobrado”, de Graça Melo. A primeira telenovela exibida pela Globo no horário das seis da tarde foi “Meu Pedacinho de Chão”, de Benedito Ruy Barbosa, em 1971 e que em 2014 ganhou um remake assinado pelo próprio autor.

Entre 1965 e 1979, a Globo possuiu ainda um quarto horário destinado à exibição de telenovelas, às 10 da noite. A primeira produção exibida neste horário foi “Ilusões Perdidas”, de Ênia Petri. “Sinal de Alerta”, de Dias Gomes, foi a última telenovela a ser exibida no horário durante aquele período. Em 2011, numa tentativa de alavancar a audiência noturna, a Globo estreou o horário das 11 horas da noite. A primeira novela exibida na faixa foi “O Astro”, remake da versão de 1977, sendo sucedida por “Gabriela”, remake do clássico de 1975. Em 2013, a emissora exibiu um remake de “Saramandaia”, seguido pelo remake de “O Rebu”. “Verdades Secretas” de 2015, foi a primeira trama do horário a ser denominada como supersérie, e não mais novela.

A programação da Globo também se destaca pela cobertura de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e Olimpíadas, entre outros. Destacando-se que até o ano passado e por mais de 40 anos transmitiu com exclusividade as corridas da Fórmula 1, cujos direitos agora pertencem ao Grupo Bandeirantes. Os programas de auditório também fazem a alegria do telespectador. Quem viveu nos anos 80 lembra com saudade o “Cassino do Chacrinha” que embalava as tardes de sábado. Atualmente uma das grandes audiências da emissora em programas de auditório é o “Domingão do Faustão”, que para a tristeza dos fãs sairá do ar no último domingo deste ano, a pedido do próprio apresentador Fausto Silva, que pretende curtir a aposentadoria.

Os seriados e sitcons e programas humorísticos também garantem boa audiência. Um exemplo é a “A Grande Família” em suas duas versões: um enorme sucesso. Quem não se lembra de “Os Trapalhões”, da trupe comandada por Renato Aragão?

O auge da programação infantil da Globo ocorreu em meados dos anos 80, quando em 1986 estreou o “Xou da Xuxa”, apresentado por Xuxa Meneghel, vinda da extinta Rede Manchete que marcou e influenciou várias gerações de crianças.

Em tempos de Internet e interação, os programas mais assistidos são os realities e o “Big Brother Brasil”, que neste ano alcançou sua 21ª edição, garante audiência e faturamento. E o mês de maio será o mês dos realities na Globo. Ao final da maior temporada do “BBB”, os fãs poderão se divertir com “Mestre do Sabor”, que vai deixar as noites de quinta-feira mais saborosas a partir do dia 6, com a estreia de sua terceira temporada. A partir do dia 11, a aguardada nova versão de “No Limite” trará adrenalina de volta para as noites de terça. Aos domingos, a sexta temporada de “The Voice Kids”, que estava prevista para abril, vai estrear no dia 30 de maio.

Em 56 anos de história, inúmeras produções da Globo envolveram e emocionaram o País. Em muitos momentos, questões apresentadas na tela fizeram com que o público parasse na frente da televisão e se reunisse com os amigos para comentar o que era mostrado. Assuntos deixaram de ser considerados tabu. Paradigmas foram quebrados. Há 56 anos, por exemplo, seria impossível, em horário nobre, mostrar o casamento de duas senhoras, como aconteceu em “Babilônia”, quando foi ao ar a cena que oficializou, após muitos anos de companheirismo, a união de Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg).

Apesar da pandemia, a emissora luta para se manter na liderança absoluta, travada na guerra da audiência, desenhando assim seus próximos anos.


 

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