20 de janeiro | 2020

Uma história de ódio sem começo e sem fim

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1- As atrizes Arlete Salles e Vera Holtz são as protagonistas da série “Eu, A Vó E A Boi”, interpretando Turandot e Yolanda, a Boi, respectivamente / Estevam Avellar-RG

 

2- Cena da série “Eu, A Vó E A Boi” na qual Turandot (Arlete Salles) e a Boi (Vera Holtz) se digladiam num duelo de mangueira d’ água / Paulo Belote-RG

 

3- Roblou (Daniel Rangel) entre suas duas avós, Yolanda (Vera Holtz) e Turandot (Arlete Salles) / Estevam Avellar-RG

 

4- Os atores Giovana Zotti, Arlete Salles, Danielle Winits e Daniel Rangel num dos intervalos das gravações das cenas de seus personagens, Celeste, Turandot, Norma e Roblou, em “Eu, A Vó E A Boi” / Victor Pollak-RG

 

5- A Boi (Vera Holtz) e sua família, Marlon (Magno Bandarz), Matdilou (Matheus Braga) e Montgomery (Marco Luque) / Victor Pollak-RG

 

Pode um desentendimento qualquer se transformar numa inimizade eterna, na qual as envolvidas não medem consequências quando se tratar de atormentar uma à outra?

Sim. Pode. É disso que trata a série “Eu, A Vó E A Boi”, cujo texto é assinado por Miguel Falabella que criou personagens fictícios, mas baseado em fatos reais.

A produção está disponível na Globoplay e conta uma história de inimizade de mais de 60 anos entre duas vizinhas cujos filhos se casaram e assim elas se tornaram avós dos mesmos netos.

De um lado, Turandot (Arlette Salles); do outro, Yolanda (Vera Holtz), a “Boi”, apelido dado pela primeira, ao concluir que a palavra “vaca” está fora de moda.

Na verdade, ninguém sabe quando a briga entre Turandot e Yolanda começou e tampouco o motivo. Atualmente, elas são duas aposentadas que dedicam o seu tempo às armações para provocar a ira uma na outra. No meio dessa confusão, um dos netos em comum, Roblou (Daniel Rangel) tenta sobreviver no meio de tanto ódio. Também é Roblou que atua como narrador dos episódios. Ele também faz a análise crua da caótica situação em que vive.

E falando da família, Norma (Danielle Winits) é a filha de Turandot que se casou com Montgomery (Marco Luque), filho de Yolanda. Dessa união nasceram Roblou e Matdilou (Matheus Braga). E ainda tem Celeste (Giovana Zotti), a outra filha de Turandot, e Marlon (Magno Bandarz), o outro filho de Yolanda.

Nas casas vizinhas às duas inimigas moram Cabello (Edgar Bustamante) que é noivo de Celeste há 25 anos, Orlando (Otávio Augusto), o pai biológico de Montgomery, e também amante de Turandot e Yolanda. E ainda tem Milagros (Paula Cohen), namorada de Montgomery que está separado de Norma.

Aliás, Montgomery não segurou a situação quando se tornou pai e abandonou a família. O resultado é Roblou e Matdilou foram criados pelas avós enquanto que a mãe, a Norma, se tornou alienada e dependente química. No entanto, a situação que tinha tudo para ser um drama, é tratada com aquela leveza que somente Miguel Falabella é capaz.

Para completar o quadro de duas famílias nada convencionais, Marlon namora a juíza aposentada Belize (Eliana Rocha) e Matdilou tem um romance com Mary Tyler (Stella Miranda), tudo no melhor estilo “Sugar Mommy”.

E voltando a falar em Roblou, ele conheceu Demimur (Valentina Bulc) e considerou que tinha achado o grande amor de sua vida, até que a jovem engravidou. E tudo mudou de figura. De repente, ele se viu pai. E foi expulso de casa pela avó Turandot.

O ator Daniel Rangel falou sobre esta nova experiência.  “O que mais me chamou a atenção, desde o primeiro teste, foi que o Roblou quebrava a quarta parede. Ele dialoga com os personagens e com o público ao mesmo tempo. Desde o início eu sabia que seria um papel totalmente diferente, algo que eu nunca tinha feito”, explicou Daniel.

Toda a história acontece no mesmo cenário. Uma rua de um bairro popular, na qual as casas são praticamente iguais. As duas inimigas moram uma na frente da outra, separadas por uma vala funda decorrente de uma escavação para resolver um problema de água no local e que nunca foi devidamente acabada. O resultado é que este também é motivo de briga entre as duas, já que Turandot culpa a Associação dos Moradores, cuja presidente é a Boi, de ser negligente e não tomar as devidas providências para resolver a situação.

Invariavelmente, as confusões entre a Turandot e a Boi terminam com a intervenção da polícia, na história representada por Ardósia Rocha (Alessandra Maestrini), uma lésbica masculinizada que canta ópera e é apaixonada por Norma.

Os personagens surgem em cena com reações e atitudes que beiram o absurdo, mas ao mesmo tempo eles poderiam ser qualquer um de nós na vida real. Vale dizer que nos episódios não existe uma cronologia. As coisas simplesmente acontecem  numa velocidade inverossímil e por isso mesmo “Eu, A Vó E a Boi” prende tanta a atenção do telespectador. Mas, acima de tudo, trata-se de uma história que fala do comportamento humano, suas fraquezas e seus acertos.

Vale a pena conferir.

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