02 de maio | 2010

Abono dos municipais discrimina servidores aposentados e doentes

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Os funcionários públicos municipais de Olímpia, que compareceram à assembléia realizada na noite da quarta-feira, dia 28, pelo sindicato da categoria, na câmara municipal, aceitaram a proposta de 4% de reposição salarial, a partir de janeiro de 2010. Porém, para receber o abono assiduidade de R$ 40, também aceito, os funcionários não podem nem mesmo faltar por motivo de doença.

Mas se a reposição será retroativa a 1.ª de janeiro, no caso do abono, como será instituído provavelmente a partir de 1.º de maio de 2010, o pagamento do valor não será retroativo à mesma data.

A assembléia contou com as presenças dos secretários municipais, de Finanças, Cleber José Cizoto, e de administração, Alaor Tosto do Amaral. Eles foram explicar os motivos da transformação do abono que era esperado como abono de alimentação, e foi mudado para abono de assiduidade, que, para receber, ninguém pode ao menos ficar doente.

No caso dos funcionários que se encontram afastados, por exemplo, se não retornarem, a partir da criação desse abono, eles ainda não terão direito. Se perder um dia ou tiver falta abonada deixam de ter direito a esse benefício. Também os aposentados, mesmo antes de 2003, que recebem pela folha da prefeitura, também não terão direito ao abono. O abono não está direcionado também a funcionários nomeados em cargos de comissão.

Por outro lado, embora até tenha surgido uma discussão sobre a divisão dos atrasados em duas parcelas, Buzzo acredita que serão pagos de uma só vez. “Se for analisar pelo montante da folha, o percentual de 4% não vai representar nada e seria apenas esses quatro meses. Se houver algum problema, algum impedimento nesse período, espero que eles comuniquem a gente para que fiquemos sabendo do que está acontecendo. Mas espero que não, que seja tudo a partir do pagamento do mês de maio”.

Buzzo diz que não concorda com o abono, na forma como foi oferecido para a categoria, mas ao mesmo tempo, acha que é difícil para explicar o que aconteceu. “Quero que seja criado realmente um vale de alimentação, como todos os municípios têm. Essa é a minha batalha, já falei com o secretário Cleber Cizotto, hoje pela manhã e vamos voltar à luta em cima do vale alimentação, porque ele, é claro que você tem que coibir certos abusos por parte dos servidores e também por parte do município”.

SEM VALE-ALIMENTAÇÃO
Mas entende que o vale alimentação fica muito mais fácil para a pessoa receber do que o abono assiduidade, porque em 30 dias pode acontecer um imprevisto e a pessoa realmente tiver que faltar vai perder esse benefício.

No entanto, as duas propostas foram aprovadas, embora com um pouco de dificuldades, segundo o presidente. “Tivemos dificuldades, uma da pessoa entender e outra depois na hora da aprovação, porque estamos com 100 pessoas que representam 8% dos servidores”. Essa situação dificultaria porque é muito pouco em relação ao total de trabalhadores.

Se não fossem aceitas, o caminho seria o dissídio e, em seguida uma paralisação. “Quando foi aventada essa hipótese, desses 100 servidores, ao menos 80 realmente acham que não há a menor possibilidade. Analisando de maneira fria hoje não temos estrutura para uma paralisação, porque seria um universo muito pequeno de participantes. Por isso que no final das contas as duas propostas foram aceitas.”

FUNCIONÁRIOS DO LEGISLATIVO
No caso de quem trabalha na câmara municipal, porém, a situação deverá ser diferente, uma vez que a mesa diretoria está propondo um reajuste de 7% de reposição mais vale de R$ 80, valores que nem chegaram a votação na assembléia, porque havia poucos funcionários do setor.

“Mas espero que vá para a pauta de 2.ª feira da câmara e que realmente seja aprovado, porque um presidente de sindicato não pode ser contra uma reposição salarial ou um aumento. Esse era realmente o intuito da gente conseguir para toda a categoria”, comentou o presidente.

A união faz a força no mundo sindical, segundo explica o presidente Jesus Buzzo, e não foi diferente na discussão das reivindicações da categoria. “Para uma reivindicação grande nós temos que ter uma mobilização grande. Todo mundo sabe disso. Se conseguirmos uma mobilização com 500, 600 servidores, a reivindicação nossa será vista com outros olhos por qualquer administrador”, justificou.
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