09 de março | 2008

Advogados ameaçados quando noticiam irregularidades ao MP

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 Os advogados que atuam na comarca de Olímpia, principalmente na sede, estariam recebendo ameaças, mesmo que veladas, quando procuram o Ministério Público para noticiar alguma possível irregularidade que estaria sendo praticada por detentores do poder dentro de algum órgão público.

"Quando nós advogados nos insurgimos contra algumas situações, somos inclusive massacrados", afirmou o presidente da subsecção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), advogado Gilson Eduardo Delgado.

E acrescentou: "Passamos a ser mal vistos dentro do Fórum e passamos a ser ameaçados, veladamente. Nós sofremos isso no dia-a-dia, na vida pessoal, nós pagamos um preço muito alto para manter uma instituição funcionando dignamente, sem vínculo político. Isso é muito custoso. Custa o quê? Nossa integridade e nossa honra".

As afirmações foram feitas durante uma entrevista que concedeu à Rádio Difusora AM, ocasião em que comentava os problemas reclamados por pais de alunos, por causa do sistema de período integral adotado a partir do atual ano letivo, nas escolas da rede, pela Secretaria Municipal de Educação.

"A única dificuldade que a gente tem e o que a gente tem mais ouvido, é que se procura o Ministério Público e o Ministério Público exige prova. Espera aí! Como que um pai, uma pessoa simples vai levar prova? Vai tirar fotografias da escola? Não sei se permitem que o pai entre lá com essa finalidade", indagou perplexo.

De acordo com o presidente da OAB, de certa maneira, o responsável por qualquer situação, a princípio é a direção da escola. "Levem ao conhecimento da direção da escola. Porque num mandado de segurança a autoridade coatora vai ser o diretor da escola. O que a gente às vezes fica perplexo é que os poderes constituídos não se mobilizam", reforçou.

Afirma que em tempos idos as próprias famílias tinham receio de deixar as crianças na rua depois das 22 horas e que agora há um distanciamento muito grande entre as pessoas e os responsáveis pela fiscalização.

Delgado disse também que as dificuldades financeiras e as próprias condições sociais vividas no cotidiano eliminam as possibilidades dos pais procurarem se informar melhor sobre a situação. "Como um pai, uma pessoa simples, uma pessoa humilde, vai procurar exercitar seu direito por conta própria", voltou a indagar.

Por isso orienta aos descontentes com a situação dos filhos que se organizem e procurem o Ministério Público. "Não adianta o Ministério Público falar que não pode fazer nada. Porque se acontecer um número grande de evasão escolar a responsabilidade vai acabar estourando no Ministério Público, que é o curador da infância e juventude", asseverou.

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