03 de abril | 2010

Altair está entre 29 cidades sem homicídios entre 2003 e 2007

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Mesmo sendo obrigada a suportar uma cadeia pública complicada, sempre superlotada por detentos capturados em Olímpia e Guaraci, a cidade de Altair aparece num levantamento divulgado na quinta-feira, dia 1.º de abril, pela imprensa regional, relacionada entre as 29 cidades da região noroeste do Estado de São Paulo, com índice zero de homicídio, entre 2003 e 2007.

O mesmo, segundo o mapa divulgado pelo jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, ocorre com a cidade de Embaúba, também na microrregião de Olímpia. Isso, segundo a publicação, é o que revela o Mapa da Violência 2010, divulgado na quarta-feira, dia 24.

O principal ponto em comum dos municípios que não tiveram morte violenta no período é o baixo número de habitantes. No total, 24 localidades têm menos de 5 mil habitantes, segundo levantamento de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A rotina das cidades não é quebrada nem quando ocorre aumento ocasional da população, em razão da safra da cana ou ocupação de pontos turísticos em feriado prolongado.

Os municípios se mostram imunes à interiorização da violência das capitais e regiões metropolitanas, conforme o sociólogo e autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz. "As cidades pequenas têm de se orgulhar de serem preservadas da violência. Homicídio não é uma coisa natural", afirma. Segundo Waiselfisz, os municípios devem se mobilizar para evitar o registro de crimes violentos.

Parceria entre município e polícias Civil e Militar, ações culturais, esportivas e profissionalizantes e o fato de a população ser pequena e, portanto, ter convivência próxima, são apontados pelos prefeitos ouvidos pelo jornal Diário da Região, como fatores positivos e que ajudam a reduzir a violência.

Santana da Ponte Pensa, por exemplo, na região de Santa Fé do Sul, é uma das cidades que ficou mais de 1.800 dias sem presenciar morte violenta. É a menor em termos populacionais entre as 29 apontadas pelo estudo, com 1.616 habitantes. Lá a maioria das pessoas não se lembra quando a última pessoa morreu de forma violenta. Quase todos os moradores se conhecem e a presença de estranhos é percebida com rapidez. Os moradores ainda têm o costume de colocar as cadeiras na calçada e conversar até o final da noite.

Em Sales, a prefeitura está sempre atenta às necessidades da polícia e procura ser parceiro, apesar de não ter obrigação legal. A população de Sales, composta por cinco mil pessoas, chega a dobrar em feriados prolongados por causa da prainha e ranchos. Mesmo assim, os índices de violência não se alteram.

Em Novais também há grande preocupação para que polícia, prefeitura e população estejam unidas para acabar com a violência. O município, que tem 4 mil habitantes e fica a 14 km de Catanduva, cedeu um aparelho celular para a Polícia Militar. A população pode se comunicar com os policiais por meio da linha especial quando os meios convencionais não estão disponíveis.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que todas as cidades destacadas na pesquisa têm delegacia de Polícia Civil e contam com a presença da Polícia Militar.

O Mapa da Violência é baseado nos atestados de óbito do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Em algumas cidades, pode haver divergências entre a quantidade de homicídios registrados pela polícia e os contabilizados por meio de atestados de óbito, que, muitas vezes, registram a morte na cidade onde a vítima morreu, e não o local em que o crime foi registrado.

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