27 de janeiro | 2008

Bóia-fria foi acordado por vizinhos para fugir da água

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Morando em Olímpia há cerca de um ano, o cortador de cana-de-açúcar maranhense, Antônio dos Santos Castro, de 32 anos, há cerca de 20 dias mudou-se para a casa que fica no número 336 da rua Castro Alves.

Na madrugada do domingo, 20, a família foi acordada por vizinho para fugir da enchente. Antônio Castro contou que morava no Jardim Santa Ifigênia, mas que teve que mudar por pertencer a casa a um colega que pediu o imóvel de volta.

A casa que mora atualmente e que embora em pequenas proporções foi invadida pela água na madrugada da segunda-feira, 21, é a mesma onde residia o também lavrador Geraldo Ferreira, que teve o carro parcialmente danificado na enchente ocorrida no carnaval de 2007. "Só não entrou (água) dentro de casa porque a gente colocou umas tábuas na porta da varanda", informou.

Castro disse à reportagem desta folha que tinha conhecimento do problema, mas que não tinha outra opção de casa que não seja administrada por imobiliária para alugar. A dificuldade está em conseguir um avalista.

Porém, disse também que desconhecia a proporção das enchentes e que teve bastante medo. Ele contou que por volta da meia-noite foi acordado pelos vizinhos avisando que a água estava subindo e saiu esperando a situação se acalmar. "Fiquei com medo porque temos um filho pequeno", comentou.

Ex-morador

Por outro lado, a situação de José Ferreira Filho, que há 25 anos morava da rua Silva Jardim número 802, era bastante tranqüila. Ele mudou do imóvel na tarde de domingo, horas antes do local voltar a ser inundado pela enxurrada.

"Todas as vezes que dava essas enchentes nós sofríamos, mas agora, graças a Deus, Deus nos abençoou e agora que deu um lugar melhor para morarmos está uma beleza. Foi na hora certa que fizeram isso para nós", comemorou. "Todas as vezes vinham, falavam que iam fazer e não faziam", acrescentou.

SECRETÁRIO

Pela quarta oportunidade durante a atual administração, as fortes chuvas que caíram na cidade voltaram a provocar inundações no J. São Benedito, conhecido popularmente por "Pito Aceso".

Embora com prejuízos menores que das vezes anteriores, na noite do domingo (20) para a segunda-feira (21) e, por sorte já sem a presença de ao menos seis famílias que residiam em área de risco, a enxurrada voltou a alagar as ruas e parte das casas do bairro. De acordo com o secretário de Obras, Gilberto Tonelli Cunha, foi um volume de 140 milímetros de chuva que poderia ter feito muitos estragos se as casas esvaziadas dois dias antes ainda estivessem habitadas.

No entanto, embora não tivesse identificado os locais, segundo ele teve problemas em vários setores da cidade. "A chuva torrencial causou transtorno na cidade toda", comentou.

No Jardim São Benedito, por exemplo, os problemas maiores ocorreram na rua Silva Jardim. "Nós tivemos problemas de pequena monta, com danos materiais somente. Felizmente nenhum dano com risco às pessoas, porque, conseguimos alugar casas e retiramos seis famílias no sábado e no domingo", afirmou.

Tonelli contou que a água que passou pelo local chegou a destruir parte da rua Silva Jardim, carregando pedaços de asfalto e de concreto, mas sem deixar nenhuma vítima. Houve também alagamentos na rua Washington Luiz, já na parte baixa do bairro, onde uma das casas foi invadida pelas águas. "Houve pequenos danos materiais com um pouco de água que entrou na casa, mas felizmente nenhum problema grave", acrescentou.

Também na parte baixa, moradores da rua Castro Alves tiveram mais uma vez suas casas ameaçadas pela enchente, que só não invadiu os quintais e as próprias casas porque os proprietários resolveram reforçar os muros para evitar que a água entrasse.

 

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