16 de setembro | 2007

Casa de Agricultura de Olímpia não registra chuvas há 51 dias

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 A população do município de Olímpia está há 51 dias sem saber o que é uma gota de chuva. De acordo com as informações obtidas junto à Casa de Agricultura, a última chuva foi registrada no dia 26 de julho próximo passado, quando o pluviômetro – equipamento que faz as medições das precipitações – registrou o volume de 3,7 milímetros, o que representa ter chovido 3,7 litros por metro quadrado.

"A falta de chuva nesta época é até normal e não interfere muito nas culturas locais. Neste período não se planta culturas anuais", explica o agrônomo Manoel Décio Travaine (foto), responsável pela Casa de Agricultura de Olímpia.

De acordo com Travaine, apenas às pastagens que têm o sistema radicular superficial sobrem algumas espécies de prejuízos por causa da estiagem. Consequentemente, o gado sai em busca de pastagens à margem de córregos e nascentes. "Isso pode acarretar em perda de animais devido a "atolamentos", acrescentou.

No entanto, ressaltou que atualmente não é permitida a presença de gado em raio de até 30 metros de córregos ou curso de água e de 50 metros ao redor das nascentes, conforme determina a legislação ambiental vigente.

Neste período do ano, de acordo com o agrônomo, os lavradores fazem a aplicação de calcário e para tanto destaca que é importante que o solo esteja seco por ser um produto a granel. Já no caso de uma colheita de grãos ele considera que a estiagem é benéfica.

Já no caso da laranja não há interferência de maneira negativa justamente por ser época da colheita, que vai de julho a dezembro. "Alguns pomares novos estão começando o processo de florada por causa do volume de chuva do mês de julho que contribuiu para isso, mas um número pouco comparável à quantidade de pomares que existem", acrescentou.

A citricultura, de acordo com o que informou, necessita de muita chuva a partir do mês de outubro, quando as plantas começam a florescer: "aí será preciso continuidade do volume de chuvas e distribuição".

O que pode prejudicar, ainda no caso da laranja, é o fato que sem chuva a laranja perde peso e diminui o rendimento do produtor. A caixa de laranja é comercializada considerando-se 40,8 quilos cada: "com o passar do tempo e sem chuvas isso pode ser significativo".

Por outro lado, a cana-de-açúcar já bastante representativa para a economia local, apresenta duas circunstâncias. Uma delas no caso de chover que surgem as dificuldades para caminhões e tratores entrarem na lavoura o que ficam impossibilitados de entrar na lavoura, o que atrasaria a colheita.

A outra é que a falta de chuvas pode prejudicar a fase de vegetação das áreas já colhidas. "Mas a cana é muito resistente à falta de chuvas podendo superar períodos de estiagem quase que sem problemas", disse.

Na entanto, assim como no caso da laranja, com a aproximação do final da colheita, situação que já passa da metade do período, é importante que comece a chover com mais regularidade.

Lupa

Por outro lado a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo vai fazer o levantamento LUPA, que é um levantamento cadastral das unidades de produção agropecuárias através de uma soma de esforços organizada e coordenada pela CATI, com apoio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária e tabulação de dados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e também contará com apoio da Prefeitura Municipal de Olímpia, esse trabalho será realizado pelo técnico e auxiliares da Casa da Agricultura junto aos imóveis rurais. Esse prazo para a conclusão dos trabalhos é de setembro de 2007 a março de 2008.

Essa coleta de informações nas propriedades rurais está embasada na Lei 8510 de 29 de dezembro de 1993 que exige que a Secretaria da Agricultura e Abastecimento mantenha dados sobre a área cultivada de todo o estado, fato gerador de cálculo para reversão do percentual da participação do município no ICMS. O último levantamento foi feito em 1996.

Todos os produtores do município serão visitados por técnicos ou auxiliares da Casa da Agricultura de Olímpia e é muito importante que forneçam dados corretos, soma para o levantamento. As informações específicas das propriedades são sigilosas, e os dados individuais não serão divulgados. É um levantamento diferenciado do foi feito pelo IBGE.

Serão dados detalhados de cada propriedade e o trabalho cadastral levantará dados agrícolas em todo estado para que se possa, com essas novas informações, trabalhar com políticas públicas em favor do produtor rural e da agricultura paulista.

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