02 de setembro | 2013

Casal Scamatti fica calado em depoimento ao Ministério Público

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Apontado como chefe da chamada Máfia do Asfalto, o empresário Olívio Scamatti deixou a cela que ocupa desde o dia 18 de abril no Centro de Detenção Provisória de Rio Preto para prestar depoimento ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público. No entanto, orientados pelos advogados, tanto ele, quando a esposa, não fizeram nenhuma manifestação.

Olívio foi chamado para falar sobre a acusação de pagamento de propina de R$ 30 mil ao prefeito de Palestina, Fernando Semedo (PP).

De acordo com escutas autorizadas pela Justiça feitas pelo Gaeco, que ao lado de órgãos federais desencadeou a operação Fratelli, funcionários de Olívio negociaram a propina com assessores do prefeito – entre eles o advogado Silvio Roberto Seixas Rego. O objetivo era liberar um loteamento do Grupo Scamatti em Palestina.

Além de Olívio (na sexta, 30), sua mulher, Maria Augusta Seller Scamatti, prestou depoimento na última quinta-feira (29). Por orientação de advogados, ambos ficaram em silêncio. Depuseram ainda advogado do Grupo Scamatti e engenheiros e advogados da Prefeitura de Palestina.

Os depoimentos fazem parte da investigação conduzida pela Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, já que Semedo, na condição de prefeito, tem prerrogativa de foro privilegiado. O procedimento instaurado pela Procuradoria apura os crimes de corrupção ativa e passiva.

Além de Palestina, o Gaeco interceptou negociação de propina de R$ 20 mil para o prefeito de Neves Paulista, Octávio Martins Garcia Filho (DEM), o Tavinho, e de R$ 240 mil para o ex-prefeito de Barretos Emanoel Mariano Carvalho (PTB). Eles também são investigados tanto pelo Ministério Público estadual quanto pelo federal.

Na esfera cível, o Ministério Público já entrou com ação civil pública por improbidade administrativa pedindo a cassação do prefeito de Palestina. A ação foi proposta pelo promotor Gustavo Yamaguchi Miyazaki, que foi abastecido com provas e informações obtidas pelo Gaeco durante as investigações da Fratelli.

A investigação, que conta com escutas telefônicas e monitoramento dos suspeitos, aponta que foi o advogado Seixas Rego quem teria recebido o pagamento de R$ 30 mil de outro funcionário do Grupo Scamatti, Jair Émerson da Silva, no dia 5 de março deste ano, em escritório em Rio Preto.

Os promotores, acompanhados de policiais, chegaram a abordar Jair com o dinheiro e acompanharam a entrega no escritório do advogado.

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