26 de julho | 2010

Coordenadora não explica ausência da entrega da chave da cidade ao Curupira

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A coordenadora do 46.º Festival Nacional do Folclore (Fefol), professora Maria Aparecida de Araujo Manzolli, Cidinha Manzolli, não explica a ausência na abertura oficial do evento, da simples cerimônia em que o prefeito entregava a chave da cidade ao mito Curupira, assim como acontecia no tempo em que o idealizador e criador do festival, folclorólogo, José Sant’anna, ainda era vivo.


O fato de preferir não tocar no assunto leva a crer que, pelo décimo ano consecutivo – tudo começou no primeiro ano do governo do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro – a solenidade não será realizada, na abertura do evento que será realizado no período de 7 a 15 de agosto, no Recinto de Exposições e Atividades Folclóricas Professor José Sant’anna, zona sudeste de Olímpia.


Ao ser indagada a respeito, depois do lançamento do cartaz promocional do evento, na noite da quarta-feira, dia 21, Cidinha Manzolli se limitou a responder com outra pergunta: “Porque (passar) a chave (ao Curupira), eu te pergunto”.


Por outro lado, ainda sobre a questão do Curupira, ela afirmou que “fizemos algumas mudanças” (sic), mas que o Curupira, atualmente, não recebe a chave e fica uma semana. “Onde ele está”, questionou.


Ela diz que não parece que está saindo do recinto. “Não está saindo não, ele tem os pezinhos para trás, está chamando as pessoas”. Antes, lembra a coordenadora, a estátua era menor e ficava perto do palco oficial.


O que ninguém explica é o motivo para tal rejeição a um ato simbólico. As informações mais precisas sobre a questão é que haveria uma motivação religiosa, que teria partido de pessoas ligadas a outros segmentos religiosos, que não o católico.


Em 2009, o presidente da comissão organizadora do evento, Paulo Duarte Ferreira, embora sem fazer ligação a uma reivindicação religiosa, quando questionado a respeito, se limitou a afirmar o propósito de não causar incômodos a nenhum “segmento” (sic).


“A gente não quer que venha melindrar ninguém. Acho que devemos respeitar todos os segmentos. Não estamos desrespeitando ninguém. Acho que está continuando o folclore”, declarou na ocasião.

“Isso é um caso que nós estamos estudando, mas a gente não quer que venha melindrar ninguém. Então, a gente está procurando fazer as coisas da melhor forma possível”, chegou a reforçar.

POLÊMICA

A polêmica alteração no protocolo da abertura oficial do festival está instalada desde o ano de 2001, quando o ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro decretou o “exílio” da figura do Curupira, denominado por decreto o Patrono dos Festivais do Folclore.

E pelo que se depreende, ao contrário do que se esperava com a posse do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, que prometeu fazer retornar o que se considera do Fefol do professor José Sant’anna, tem tendência a continuar por, ao menos, mais alguns anos.


Isso, mesmo com enquete publicada por esta Folha da Região em setembro de 2009, mostrando que a maioria dos entrevistados preferia a volta da brincadeira estilizada pelo professor Sant’anna, de passar a chave da cidade ao mito, para que, simbolicamente, governasse a cidade por uma semana.
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