26 de outubro | 2008

“Dama da Noite” hospeda vetor e praga do greening

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 De acordo com o agrônomo João Francisco Kaap, gerente do escritório do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) de Olímpia, a planta "Dama da Noite", também chamada de árvore de cemitério, denominada biologicamente por Murta, não só hospeda o mosquito vetor, como também a própria praga causadora do greening.

"Ela é bem conhecida por Dama da Noite que tem aquele cheiro gostoso. Mas temos que saber que há outras plantas também tão boas e que soltam flores iguais a ela, que as pessoas, quando substituírem essas Murtas, não sentirão tanta falta", explica.

O problema da Murta, segundo os técnicos do Fundo, é que é uma planta prima das laranjeiras. Por causa de hospedar a bactéria o inseto tem preferência pela planta, tornando comum encontrar o vetor numa delas.

"O que tem é a Murta, que além de ser hospedeira do inseto é também hospedeira da bactéria. O que estamos fazendo no primeiro passo é eliminar todas as murtas que estão dentro ou perto do pomar. Esse é um trabalho nosso de conscientização dos próprios produtores e já estamos vendo resultado nisso", afirma.

Mas a campanha de erradicação da murta vai se expandir para todos os cantos. "O que a gente está pedindo e até pode sair uma lei, que seja proibido o cultivo e comercialização dessas Murtas. E as que já estão implantadas, isso não pode ser da noite para o dia, porque se tornaria um caos e não queremos fazer terrorismo. Mas com o passar do tempo, essas Murtas que estão na zona urbana, serão substituídas gradualmente", avisa.

O inseto transmissor pode ser controlado através de inseticida, porém, destaca o agrônomo, é preciso conhecer a doença. Por outro lado, na medida em que a doença está instalada, a recomendação é arrancar a planta imediatamente.

Na região a incidência é baixa e nas propriedades que tem sido feito o controle tem ficado num índice muito baixo, do ponto de vista técnico econômico, mas se o produtor demorar para agir, em poucos anos pode perder toda a produção.

A intenção do dia de campo realizado recentemente, era ensinar as medidas preventivas de como fazer a inspeção e controle da doença. Há duas estratégias para o controle. Uma delas, no curto prazo, é procurar aprimorar o manejo da doença. No médio e longo prazo há trabalho para que a fruta seja resistente ou a bactéria ou ao próprio inseto transmissor.

 

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