11 de março | 2012

Depois de 14 anos dona de casa recebe novos rins

Compartilhe:
Por causa de um diagnóstico tardio a dona de casa Rosângela de Paula (foto), de 32 anos de idade, moradora de Olímpia, passou 14 anos na fila à espera de dois novos rins. Durante esse período, por três vezes por semana ela acordava às 3 horas para ir a São José do Rio Preto para fazer hemodiálise. Eram quatro horas em cada sessão.

Depois dos longos anos de espera, enfim ela conseguiu um doador compatível e ganhou dois novos rins há nove dias. O transplante foi realizado na sexta-feira da semana passada, dia 3. “Vou passar o Dia Mundial do Rim com um presente duplo. Meu transplante foi um sucesso. Me sinto muito bem e meu sofrimento acabou”, comemora.


No entanto, esse tempo de espera poderia ter sido menor caso não ocorresse uma demora para o diagnóstico definitivo. “Procurei um médico porque desconfiava que tinha pressão alta, mas só cinco anos depois ele confirmou meu problema de pressão e me ofereceu tratamento”, afirma.


Mas, já era tarde. Quando houve o diagnóstico Rosangela de Paula já estava com um rim paralisado e outro comprometido. Foi então encaminhada para a fila de transplantes.


De acordo com o nefrologista Emerson Quintino de Lima, tem aumentado a quantidade de diagnósticos tardios por conta da falta de preparação de médicos e desinteresse da população em fazer acompanhamento médico. “Por ser uma doença que não apresenta sintomas, as pessoas acabam não procurando médico e quando chegam ao consultório o estado é grave”, revelou ao jornal Diário da Região de São José do Rio Preto.


De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o DataSus, a cada dia duas pessoas são internadas com doença renal em Rio Preto. Os números apontam que nos últimos quatro anos ocorreram 3.339 internações por esse motivo.


A doença renal crônica (DRC) é silenciosa, por isso só apresenta sintomas em estágio avançado, quando o órgão já está comprometido.


Para o nefrologista o diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenir a doença renal crônica.


Por isso, pacientes com quadros de hipertensão arterial, diabetes melittus, sobrepreso, tabagismo, idade acima de 50 anos, história familiar de doença renal e o histórico pessoal de algum tipo de doença renal, devem procurar seus médicos ou um especialista para fazer acompanhamento. “Esses são os principais fatores de risco para a DRC. Quando são diagnosticadas cedo podemos retardar os efeitos e adiar que o paciente passe por diálise”, explica o especialista.


Para diagnosticar doenças renais, os médicos utilizam dois exames simples, de creatinina (no sangue) e de urina. “Baseado nesses exames e idade, sexo e peso do paciente é possível saber como está o funcionamento dos rins”, explica o nefrologista.


Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas