01 de dezembro | 2013

Deputado mais votado em Olímpia tem nome envolvido com Máfia dos Fiscais de São Paulo

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O deputado federal licenciado, atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de São Pa­ulo, Rodrigo Garcia (fo­to) (D­E­M), que com o apoio do prefeito E­ugênio José Zuliani foi o mais votado em Olímpia na eleição de 2010, com 11.064 votos, ou seja, 40,62% da votação válida, a maior da história para cargos le­gis­lativos, teve seu nome vinculado à chamada Má­fia dos Fiscais da Prefeitura de São Paulo.

Pelo menos é isso que diz uma informação publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, Estadão, do sábado, dia 23 de novembro. Segundo o jornal, cinco auditores fiscais acusados de integrar a quadrilha que fraudava impostos na Prefeitura de São Paulo deram cheques no valor de R$ 2 mil cada um para a campanha a deputado federal em 2010 de Rodrigo Gar­cia. À época, ele havia se licenciado de uma secretaria na gestão Gilberto Kassab (PSD), seu ex-sócio e ex-aliado, para disputar a e­le­ição.

Os auditores fiscais Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, Eduardo Horle Barcellos, Fábio Camargo Remesso, Leonardo Leal Dias da Silva e Ronilson Bezerra Rodrigues, todos acusados de integrar a quadrilha, compraram con­vites para um jantar da campanha de Garcia, que ocorreu no Ibirapuera Park Hotel, na zona sul da capital. Outro que contribuiu com R$ 2 mil para o atual secretário de Geraldo Alckmin (PSDB) foi Douglas Amato, subsecretário da Receita na gestão Fernando Haddad (PT).
 

Garcia, que rompeu com Kas­sab em 2011, é irmão do empresário Marco Aurélio Garcia, conhecido em Olímpia por Lello, que se casou com uma filha do ex-prefeito Wilson Zangirolami, já falecido, que é investigado pelo Ministério Público Estadual (MP­E) por suposta lavagem de dinheiro na venda de flats para os fiscais suspeitos. Lello como é conhecido também na capital, é o locatário do imóvel no centro da capital onde os fiscais fechavam os negócios. No local, chamado de “ninho”, o MPE encontrou R$ 88 mil num cofre. Lello nega qualquer irregularidade.

OUTRO LADO
 

Ao jornal, Rodrigo Garcia dis­se que “é praxe em campanhas eleitorais a realização de jantares pa­ra apresentar ideias e arrecadar recursos”, mas negou ser amigo dos fiscais. “O relacionamento (com os fiscais) é de quem foi secretário por três anos na Prefeitura. O único que conheço a fisi­o­nomia é o Ro­nil­son, por causa do cargo relevante que ele ocupava”, disse.

Deputado licenciado, ele afirmou que o interesse dos fiscais em contribuir com sua campanha deve ter surgido após uma palestra que fez no sindicato da categoria, em 2010, como secretário municipal de Desburocratização.
 

Garcia disse ainda que não tem nenhuma relação comercial com seu irmão e que é o maior interessado no esclarecimento da relação de Lello com os fiscais suspeitos. “O Ministério Público já disse que não há nenhum elemento que implique meu nome com a quadrilha”, afirmou.

Mas Rodrigo também é citado pelo mesmo “Estadão”, na edição do dia 22 último, como tendo recebido também doações de R$ 1 mil em 2006 e R$ 2 mil em 2010 do ex-diretor de vendas da Sie­mens, Everton Rheinheimer, segundo registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em nota, a assessoria de Gar­cia diz que as doações foram feitas na forma de compra de convite para jantar.

O secretário diz ter visto o ex-diretor da Siemens nesses eventos, mas não manteve relações com ele depois. O caso que ficou conhecido como “Caso Siemens” é composto por investigações sobre a formação de cartel e fraude nas licitações de trens do Estado. de São Paulo

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